quarta-feira, 2 de março de 2016

LAODICÉIA – APOCALIPSE 3. 14 a 22



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COMENTÁRIO BÍBLICO DE APOCALIPSE AS SETE IGREJAS
LAODICÉIA – APOCALIPSE 3. 14 a 22

CIDADE

A cidade de Laodicéia estava situada a cerca de quarenta e três milhas a sudoeste de Filadélfia, onze milhas a oeste de Colossos e seis milhas ao sul de Hierápoles, no vale Lico – Colossenses 4.13.

Até os meados do terceiro século antes de Cristo, ela era conhecida como “Dióspolis – A Cidade de Zeus e Rhoas”. Mas aproximadamente  250 antes de Cristo o governador sírio, Antioco II, conquistou a cidade e mudou seu nome para Laodicéia em homenagem a sua esposa Laodice. Os romanos entraram na  região por volta de 133 a.C e fizeram da cidade um centro judicial e administrativo. Construíram  sistema rodoviário de leste a oeste e de norte a sul. Expandindo-a de tal forma que tornou-se principal centro comercial e cumulou riquezas e influência. As industrias de lã florescia através da produção e exportação da lã negra, o manufaturamento de vestimentas comuns eram caras e a invenção de um colírio eficaz para os olhos. Ela tinha ainda um florescente escola de medicina que se especializou no cuidado dos ouvidos e dos olhos, desenvolvendo unguento para tratamento de olhos infeccionados, assim essa escola se tornou mundialmente famosa.

Assim como em outras cidades da província da Ásia Menor, Laodicéia sofreu um terremoto em 17 d.C, e recebeu ajuda financeira do governo romano. Em 60 d.C um segundo terremoto abalou a cidade, novamente Roma estende a mão para reconstrução da mesma. Os fundadores da cidade enviaram ao governo romano uma resposta negativa, notificando que eles mesmos tinham recursos para a reconstrução. De fato, eles mesmos contribuíram para a reconstrução de cidades vizinhas.

Antíoco o Grande levou cerca de duas mil famílias judias de Babilônia para Lídia e Frígia durante meados do terceiro século a.C. A cidade de Laodicéia, que fazia fronteira com essas duas regiões, deu guarida a muitas dessas famílias, que prosperaram. Quando os judeus quiseram pagar impostos anual para manutenção do templo de Jerusalém, seu carregamento de ouro foi confiscado pelo procônsul Flaco. Parte desse carregamento era de Laodicéia e pesava mais de vinte libras.

A população de homens livres de Laodicéia estava estimada em 7.500 judeus adultos. A carta de Laodicéia nada revela sobre a presença judaica, o que poderia significar que essa igreja como a de Sardes, pregava um evangelho que de modo algum ameaçava os judeus. Tão pouco os cristãos de Laodicéia tinham que enfrentar perseguição gentílica, nem existia falsos profetas, sejam nicolaítas, seguidores de Balão ou Jezabel.

O templo para culto a César ocupava o lugar central da cidade. A igreja se acomodara com outras religiões, revelava-se riquezas materiais, estava contente em viver uma vida de calmaria e em impor as reivindicações de Cristo. consequentemente, Jesus não tem palavras de louvor ou enaltecimento para essa igreja e igrejas semelhantes que deixam de proclamar sua mensagem.

Último ponto se deve mencionar nesta breve visão panorâmica. A água que abastecia Laodicéia vinha de Heliópolis, de uma distância de seis milhas, por um aqueduto. Suas fontes jorravam água quente saturada com carbonato de cálcio; quando a água chegava a Laodicéia já estava morna. Ainda que esses mananciais possuíssem valor medicinal, e que as fontes salubres atraíssem pessoas, Jesus compara as águas tépidas nas proximidades da cidade à vida espiritual morna dos Laodicenses.               

DESCRIÇÃO

A última carta é a mais lamentável, porque a igreja imediatamente antes do segundo advento de cristo estará na fase corrompida. Cristo se achará do lado de fora dessa igreja, e não do lado de dentro. Simbolicamente, devemos entender que a igreja que merece somente ser vomitada da boca de Cristo pode ser qualquer igreja, qualquer denominação, qualquer individuo que encontrou satisfação em qualquer outra coisa que não seja o Senhor. As pessoas podem seguir o ateísmo ou a heresia nas crenças ou na prática diária. Existem muitos cristão professos que são ateus práticos, porquanto agem como se Deus não existe. Em seu credo afirmam que Deus existe, mas em sua vida asseveram que Deus não existe. Esses são filhos espirituais da igreja de Laodicéia. Cremos que a igreja de Laodicéia foi poupada de grande perseguição, após ter atingido boa situação financeira, profeticamente falando essa igreja pode representar:  

1 – Qualquer igreja que na prática ou na doutrina não tem Cristo como Senhor;

2 – Mais especificamente  ainda a igreja como um todo, antes da parousia, ou seja, o segundo advento de Cristo será apostata.

Cremos que a fiel igreja de Filadélfia existirá lado a lado com a igreja de Laodicéia. A sinagoga de Satanás aludida na carta a igreja de Filadélfia em Apocalipse 3.9 pode ser equivalente à igreja de Laodicéia. Em seu aspecto profético Laodicéia representa mais que a indiferença e frieza espiritual, ela representa a apostasia. Nos dias que antecedem a volta de Cristo as condições serão péssimas, a tal ponto que mediante a pessoa do anticristo, a chamada cristandade adorará ao própria Satanás, o poder espiritual por detrás do anticristo. A verdadeira igreja, porém composta de cristãos de todas as denominações terá que viver subterraneamente, porquanto haverá perseguição religiosa de todos os tempos.   

SERÁ POSSÍVEL O APÓSTOLO PAULO TER ESCRITO AOS LAODICENSES

Existe uma epistola apócrifa aos Laodicenses que supostamente fora escrita pelo Apóstolo Paulo. A menção dessa epístola atualmente perdida tem causado imenso de discussões infrutíferas.

1 – Muitos eruditos identificam-na com a epístola aos Efésios. Provavelmente, tendo sido enviada ao mesmo tempo; e uma cópia da mesma poderia ter sido enviada para Laodicéia. Porém, contra isso é mister dizer-se que nenhum manuscrito existente da epístola aos Efésios tem endereço a Laodicéia, nem texto nem título, nem quaisquer saudação pessoais, na epístola possa identificar que originalmente se destinava a Laodicéia.

2 – Outros estudiosos supõem que está em foco a epístola a Filemom. Isso o situaria em Laodicéia, e não em Colossos; no entanto, seu escravo Onésimo, é declarado um deles, isto é, um dos colossenses, e esta epístola identifica Filemom com Colossos, e não com Laodicéia. O Apóstolo Paulo não iria expor publicamente Filemom, exigindo que sua epístola particular fosse lida em público, a fim que todos soubessem o que o apóstolo exigia de sua parte.

3 – Certo número de manuscritos latinos conta, entre as epístolas paulineas, como uma  epístola aos Laodicenses, a qual obviamente foi traduzida de um original grego; e alguns eruditos tem pensado  que essa é a epístola aqui aludida. Mas, claro que se trata de um documento forjado, que tem sido compilado com bases em outros escritos de Paulo, principalmente a epístola aos Filipenses. Acredita-se que ela foi escrita supostamente a fim de restaurar à igreja uma das epístolas paulineas perdida.

4 – O que é mais provável é que a epístola aos Laodicenses, é apenas uma dentre muitas que Paulo escreveu, por motivos não específicos não foi preservada para nossos dias. Policarpo diz que Paulo escreveu várias cartas aos Filipenses; e mesmo que o livro que denominamos de epístola aos Filipenses, possa conter fragmentos de mais de uma carta, conforme alguns estudiosos supõem, contudo, houve epístolas que não foram de modo algum preservadas. Sabemos que houve certa correspondência entre Paulo e os cristãos de Corinto. Existe em I e II Coríntios, pelo menos quatro cartas. Em I Coríntios 5.9 refere-se à epístola atualmente perdida. O trecho de II Coríntios 6. 11 a 18 deve ter sido escrito, por conseguinte, antes da primeira epístola aos Coríntios, embora, finalmente, tenha sido colocado dentro do resto de segunda epístola, em uma posição posterior.

5 – Uma conjectura, aventada por Crisóstomo, é que está em pauta uma á em pauta uma carta escrita pelos Laodicenses endereçada ao Apóstolo Paulo, e não uma carta de Paulo aos Laodicenses. Mas o texto de Colossenses 4.16 nos dá a entender que Laodicéia foram os endereçados e não os da carta.

6 – Há também os que supõem que esta em pauta a primeira epístola a Timóteo, e foi escrita de Laodicéia. Porém a primeira epístola a Timóteo foi escrita consideravelmente mais tarde que a epístola aos Colossenses, além do que, em qualquer caso, não parece razoável que a igreja de Colossos tivesse algum interesse especial por uma epístola pastoral, como se dá no caso das epístolas de Paulo a Timóteo.

7 – Outros intérpretes propõem que a carta mencionada faz parte da epístola aos Hebreus. Contudo, nada há que recomende essa ideia, embora, e ambas essas epístolas, haja material similar entre si. Além disso a epístola aos Hebreus de forma alguma tem estilo paulino, sendo obra de outro autor, provavelmente de Barnabé.

Existe outras conjectura, mais remotas, mas que não são dignas de menção. Portanto a conjectura mais favorável é a quarta, estamos diante de uma carta atualmente perdida.
  
Parece que desde o principio as epístolas de Paulo circulavam de uma comunidade cristã a outra, não sendo guardada em qualquer localidade especifica; essa própria circulação levam-no a reconhecer que algumas cartas eram mais valiosas do que as outras, sendo dignas de serem perpetuamente preservadas, ao passo que tal valor não foi conferida outras epístolas. É claro que cremos que as epístolas que temos foram preservadas por circunstâncias controladas pela providência divina, e elas expõem o pensamento da teologia essenciais do apóstolo dos gentios.

Apocalipse 3.14 – “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:”

... Ao anjo da igreja ...” – Há quem queira atribuir a carta a algum ser angelical que ministram à igreja, controlando seus ministros, servindo de mediadores espirituais. Outros pensam que se trata de uma pessoa enviada as comunidades cristãs levando copias do livro de Apocalipse, não é provável que se trate de cristão itinerantes e sim membros alguém permanente vinculado a igreja. O Apostolo João foi instruído a escrever uma breve carta endereçada ao pastor da igreja de Laodicéia, vemos a mesma saudação as outras seis igrejas da Ásia menor. 

O ensino que temos aqui é profundo, a igreja de Cristo não fica sozinha, conta com a ajuda de grandes protetores espirituais, guardiões e instrumentos angelicais. Cumprindo o que esta escrito em Hebreus 13.5 – “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” e Mateus 28.20 – “Eis que estou contigo todos os dias te a consumação dos séculos

Afora esse texto, o nome Laodicéia aparece apenas mais uma vez no Novo Testamento – Colossenses 4.13 – Sua proximidade de Colossos faz de Epafras o provável fundador de igreja de Laodicéia – Colossenses 1.7 – 4.12e 13. O Apóstolo Paulo enviara uma carta a essa igreja e solicitou que os Colossenses providenciassem que sua carta fosse lida também na igreja dos Laodicenses. Não há informações que Paulo tenha visitado essa igreja. É provável que após seu livramento de prisão de Roma, ele tenha visitado Colossos e a vizinha Laodicéia – Filemom 22

... igreja ...” – 1. Sendo elas em número de sete, representando a igreja universal, bem como a igreja cristã estabelecida na Ásia Menor;

2. O número sete, por ser um número místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja universal, misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;  

3. É possível que as sete igrejas representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao tempo de segunda vinda de cristo;

4.  Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas cristãs em qualquer época histórica;

5. Sete igrejas literais daquela época que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto, Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias, a começar do quarto capítulo deste livro, também  representam condições existentes nos fins do primeiro século de nossa era, bem como dos primórdios do segundo século;

6. Se desenharmos um mapa dessas cidades na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico, desta maneira representando a igreja universal;

“... Laodicéia ...” - As notas expositivas sobre a localidade e a sua significação da cidade esta registrada de forma detalhada na introdução deste assunto.

Obs: Essa é a pior das sete igreja de Apocalipse, no entanto, as mais notáveis promessas são feitas a ela, o mostrando que os piores podem arrepender-se e, finalmente podem tornar-se vitoriosos , atingindo ao mais estado da glória.

... escreve ...” – Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da igreja é Jesus Cristo – Essas cartas constituem exclusivamente das palavras de Cristo, mas diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram ditadas dos céus, depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas palavras são únicas registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas chegaram até nós com admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las e guardá-las no coração.

Os pastores não são meramente portadores de luz, mas como as estrelas, são doadores de luz. Eles transmitem a luz aos membros das igrejas, as quais, por sua vez dissipam as trevas que os circundam.

Jesus se dirige aos mensageiros da congregação locais, pois eles são responsáveis por levar a mensagem ao povo. Se eles falharem em fazê-lo, abafam a luz do evangelho  e conservam os membros da igreja na escuridão. Jesus espera que os pastores sejam os embaixadores da sua palavra. Romanos 10.14 – “E como pode ouvir se não há quem pregue?  

“... essas coisas ...” – O Apocalipse não era uma revelação que devesse ser selada; antes , deveria ser registrada, para ser reservada para beneficio espiritual de muitos. As coisas que deveria ser escritas, seria o conteúdo da carta e suas instruções, admoestações e promessas de Cristo o qual é o Senhor da igreja.  

“... diz o Amém ...” – João não hesita, em lugar algum do Apocalipse de dar a Cristo toda honra atribuída nas páginas do Antigo Testamento. Em todo Novo Testamento, a única ocorrência da palavra “Amém” como nome próprio, se verifica aqui.

Essa é uma palavra de afirmação “É assim” ou pode ser um imperativo “Assim seja!
  
De todas as cartas escritas as igrejas da Ásia Menor, esta é a única descrição de Cristo que não deriva da aparição de Jesus a João na Ilha de Patmos. A descrição que Jesus faz de si mesmo como sendo o “amém” tem sua origem no Antigo Testamento, pois o “amém” comunica daquilo que é verdadeiro, solidamente estabelecido e fidedigno.

Ela é o “sim” enfático como uma resposta afirmativa a uma oração ou a conclusão a uma doxologia – Romanos 1.25; 11.36 e 16.27 – Gálatas 6.18 – Apocalipse 1.7; 5.14; 7.12 e 19.4 – O amém veio ser personificado como “Deus do Amém” na tradução “O Deus da Verdade”    

Ao usar o termo “Amém” Cristo afirmou:

1 – A validade da mensagem cristã, a qual é a Palavra de Deus para os homens. Ele mesmo é o tema central dessa mensagem;

2 – Cristo é a afirmação da boa vontade de Deus para os homens;
    
3 – Cristo é o “Amém” na qualidade da verdade de Deus, como aquele que transmite essa verdade aos homens;

4 – O “Amém” é a garantia dada por Deus aos homens de que ele se importa com eles, o amém é a expressão divina do amor;

5 – O “Amém” confirma a validade do pacto de Deus, sendo o seu promulgador;

6 – O “Amém” de Deus faz contraste com a corrupção contra a verdade, por parte de indivíduos como os Laodicenses, que tinham esquecido a Palavra de Deus, passando a ter como seus deuses o dinheiro e o próprio ventre. O testemunho de Cristo é sempre veraz e afirmativo, sem importar os desvios dos homens.

“... a testemunha fiel e verdadeira ...” – Jesus transmite fielmente sua mensagem, falando a verdade, revelando a verdade, sem jamais desviar-se de seu propósito, essa é a principal ideia em foco. Esse adjetivo significa crença e confiança, é o que esta subentendido no caso de Cristo, em sua missão, que lhe foi confiada por Deus, tendo-se tornado a pioneiro na caminho. Assim ele demonstrou como os outros homens devem confiar em Deus, cumprindo suas respectivas missões espirituais.

Em segunda Timóteo 2.13 está escrito “... se somos infiéis, Ele permanece fiel ...” – Embora sejamos infiéis  merecedores de sua negação, contudo a sua graça é tão grande que elimina toda negação básica. Portanto, sendo Cristo veraz em sua missão remidora, ele salvará os homens apesar deles mesmos. Isto subentende que a graça de Deus vencerá no fim, a despeito da infidelidade do homem ou sua não de Cristo. Mas Deus, eventualmente, em Cristo, que é a Palavra eterna e também a Salvador, vencerá toda e qualquer resistência humana.

Sua mensagem é voraz, e seu serviço é completo, sem quaisquer falhas. Ele não retém coisa alguma, e tudo quanto ele afirma é tanto veraz por si mesmo como concorda com as exigências divinas sobre aquilo que deveria ser dito aos homens. Isso pode ser contrastado com a infidelidade dos homens, com suas falsidades, conforme se via na igreja de Laodicéia.

Cristo é a fiel e verdadeira testemunha porque, uma testemunha de nada vale, se não disser a verdade. A igreja de Laodicéia projetou no mundo a imagem da falsidade. Em contraste com ela, figurava a pessoa de Cristo, o verdadeiro. A igreja da apostasia. No fim dos tempos, será uma igreja falsa, que negará ao verdadeiro Cristo, aceitará o anticristo e dará credito à mentira. Pois o anticristo será uma testemunha falsa. Quando a sua falsidade e malignidade forem desmascaradas então os homens se lembrarão de novo da Testemunha fiel e verdadeira, o Cristo. então se lembrarão das palavras de Jesus que se encontram registradas em João 14.6 – “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida ...

... o principio da criação de Deus ...” – O Senhor se autodomina “origem” palavra grega “arche” da criação de Deus, conforme lemos em Colossenses 1.18. Não devemos interpretar o termo “principio ou origem” passivamente, como se Jesus fosse criado ou recriado, mas ativamente, porquanto Jesus é aquele que gera e chama a criação a existência – João 1.1 – Colossenses 1.15 a 18 – Hebreus 1.2 – Jesus Cristo fez todas as coisas, e assim as possui e controla, além disso, todas as coisas foram feitas para servi-lo.

1 – Nessa expressão não qualquer ideia que  Cristo foi o primeiro dos seres criados. Isso é contrário a toda a cristologia do Novo Testamento. Aquele que é criador não pode sob hipótese nenhuma, fazer parte da criação. Cristo é o criador – Colossenses 1. 15 a 17 e Romanos 11.36 – Ele é distinto da sua criação. Cristo é eterno, pelo que não teve começo dentro do tempo – João 1.1; 10 30; 14. 9; 17.5, 21 e 24 – Hebreus 7.3 – I João 1.1         

2 – A palavra grega usada aqui “arche”, pode ter a ideia de “originador ou iniciador” ou seja, aquele que criou todas as coisa em conjunto com Deus Pai. Esse é o uso que se encontra no evangelho apócrifo de Nicodemos 18.12 – onde Satanás é chamado de “começo do pecado” o que, sem duvida, significa o “originador do pecado” ou “iniciador do pecado

3 – Cristo é o “iniciador” tanto da criação física como da espiritual, da antiga e da nova ordem. Ele é a fonte originária de toda a vida física e espiritual,e, portanto, é o seu principio.

4 – Espiritualmente falando, Cristo, na qualidade de “Pioneiro do Caminho”, além de ser o próprio caminho, foi o primeiro a mostrar como a vida espiritual é transmitida aos homens. Isso significa que ele foi o primeiro dos homens a possuir tal forma de vida,  da qual, então compartilha com seus remidos. – João 5.25 e 26 – João 6. 57
   
A lição ensinada aqui é que Cristo é o “Alfa” de toda a criação, sua fonte de vida, bondade e bem estar. Os membros de igreja de Laodicéia ignorava tudo isso, colocando no lugar dele como fonte de satisfação, ao dinheiro e ao próprio eu.

Quando os homens perdem de vista a Cristo, como fonte de tudo, abandonam o manancial de todas as bênçãos espirituais. Algum dia todos os homens terão de reconhecê-lo aquilo que ele é.  

Apocalipse 3.15 – “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!”

Conheço a tua obra...” – Essa é uma declaração comum a todas as sete igrejas da Ásia Menor, descrita neste livro – Éfeso Apocalipse – 22.2 – Esmirna Apocalipse 2.9 – Pérgamo Apocalipse 2.13 – Tiatira Apocalipse 2.19 – Sardes Apocalipse 3.1 – Filadélfia Apocalipse 3.8 – Laodicéia Apocalipse 3.15   

Jesus não diz estar meramente familiarizados com os Laodicenses, mas declara conhecer profundamente tudo o que eles fazem, porque nada escapa a sua atenção. O substantivo “obras”, é abrangente e pode ser interpretado no sentido tanto de feitos bons quanto de malfeitos, tanto no sentido positivo como no negativo. Consideremos alguns pontos:

1. É salientada assim a Onipotência de Cristo. Essa declaração é reiterada a todas as igrejas. – Mateus 12.25 – “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos ...

2.  O interesse de Cristo por sua igreja é focalizado, porque ele conhece as suas condições, a fim de louvar ou de repreender à mesma, e tudo o que visa produzir é modificações espirituais favoráveis.

3. As obras que Jesus conhece, representam as condições espirituais em geral da igreja, e não neste caso aquilo que chamamos de “serviço ativo”. Portanto a palavra obra neste caso, indica o “caráter geral”, a natureza da pessoa, como ela age, e o que pensa. O salmo 139 expressa com louvor essa frase.

... nem és frio nem quente ...” – Como foi descrito na introdução, na cidade de Laodicéia não havia suprimento de água própria, e tinha que ser servida por um aqueduto. Neste processo chegava morna. Os Laodicenses se assemelhavam à sua água.

As fontes termais, numa distância de seis milhas nas proximidades de Hierápoles, forneciam águas de qualidade medicinal para os Laodicenses. Quando a água chegava ali, ela esta consideravelmente fria e, porque havia na água carbonato de cálcio, ela produzia um efeito nauseabundo nas pessoas que bebiam.  

Se os Laodicenses nunca tivessem ouvido o evangelho, seriam frios no sentido espiritual. Presumimos que a primeira geração de cristão de Laodicéia tinham aceito o evangelho e fossem ardentes como fogo. Não obstante seus descendentes eram mornos, ou seja, não demonstravam interesses em ser testemunhas de Cristo, em viver uma vida de serviço para o Senhor, nem no ensino, nem na pregação e no ensino de seu evangelho para avanço do reino de Deus. ainda que possuíssem as Escrituras, eram apáticos, indiferentes e despreocupados com as coisas do Senhor. Compare com o texto de Hebreus 4.2

“... Quem dera fosse frios ou quentes !...” –  Os significados da Mornidão Espiritual

1 – Historicamente – Uma das coisas nisso envolvida era a recusa da igreja de abandonar abertamente a culto ao imperador, em  os imperadores eram adorados como deuses. Adoravam o imperador, ao mesmo tempo diziam tratar de uma formalidade, não fazendo de coração. Dessa maneira evitavam a perseguição e participavam amplamente das riquezas das cidade. Paralelamente a tudo isso, procuravam manter uma igreja cristã, não eram frios nem quente, mas uma espécie de igreja pagã

O cristão morno é aquele que serve a Deus e a Mamom; que capanga entre duas opiniões, que não sabe qual o melhor caminho a seguir, aquele que coxia entre dois senhores, ...  embora continue cumprindo apenas seus deveres religiosos, acreditando estar agradando a Deus. Isso é muito repelente para Cristo, o que explica a ameaça – Isaias 42.8 – “... Eu sou o Senhor, este é meu nome, a minha glória, pois, não darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura ...” I Reis 18.21 “... até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é baal segui-o ...

Cristo não nutre nenhum interesse por um cristianismo morno, porquanto não é de nenhum valor. Ele prefere trabalhar com pessoas que são inflamadas com energia para cumprir sua ordem, ou com aquelas que nunca receberam informação acerca da mensagem de salvação e se dispõem a ouvir. A água que os Laodicenses bebiam misturada com carbonato de cálcio os induzia ao vômito.      

2 – Cremos que a mesma coisa ocorrerá de novo. O anticristo exigirá a lealdade dos homens, e até mesmo a adoração da parte deles, e apesar disso ainda terão o título de cristão, mas não a essência. Uma forma grandemente pervertida de cristianismo emergirá dessa situação, e o próprio Satanás, indiretamente, tornar-se-á o deus da igreja, onde será adorado. O alerta do vidente João, era que houvesse transigência ante o culto ao imperador, e nem concessão ao mesmo. Tal atitude deve ser totalmente rejeitada, os que assim agem vão ser vomitados, tão forte será a reação da verdadeira piedade e a lealdade cristã, em tal situação.

3 – Essa ideia também se aplica a qualquer igreja ou cristão individual que realmente não tenha decidido ser antipagã em seus costumes. São tão somente meio cristão, nunca conseguindo um avanço espiritual firme e permanente. Tão cristão frio à mensagem cristã, isto é, não rejeitam totalmente as coisas mundanas, e nunca aplicam realmente a mensagem das escrituras a si mesmo – Tiago 4.4 – Romanos 8.5 a 8

É preciso que a igreja tome muito cuidado para não correr o perigo de trair ao Senhor; à semelhança de Judas, com um beijo. Existe uma grande diferença entre o que a igreja pensa de si mesma, e o que Cristo pensa sobre ela. Caro amigos, essa verdades são solenes, e não devemos pô-las de lado, como se não nos dissessem respeito. Talvez nunca houve tempo os nossos dias, em que os homens se entregam à religião com meia lealdade e satisfeitos consigo mesmos.

Apocalipse 3.16 – “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;”

... assim porque és morno e nem és quente nem frio ...” – O resultado descrito no décimo quinto versículo, a de “mornidão”, é que a igreja de Laodicéia agia como um “emético” (medicamento usado para provocar vômito, ao ingeri-lo eles agem para que o estomago se livre de venenos ou alimentos que estejam irritando). Tal simbolismo visa trazer as nossas mentes as ideias de “torpeza e desgosto

A água mornas é usada com sucesso, por algumas pessoas como emético; e o fato que a água morna não causa vomito em todos, e nem é necessariamente repelente para outros, não destrói a intenção do autor sagrado. Tal rejeição é o resultado final da lealdade morna  a Cristo.

Um cristianismo sem moral, sem cruz indiferente, terá de fracassar fatalmente, sendo condenado por sua inerente conduta. Teria cristo morrido sobre a cruz e sofrido tão grande paixão, a fim de produzir discípulos assim morno. A pergunta responde a si mesmo, nas palavras: “... estou a ponto de vomitar-te da minha boca ...”         

... vomitar ...” – No grego é “emeo” que é “cuspir ou vomitar”. Desse termo é que se deriva o vocábulo moderno “emético” um agente que causa vomito. As pessoas ou a igreja morna é repelente, espiritualmente falando;  e tal condição eventualmente provoca uma ação decisiva da parte de Cristo, o Senhor, a punição de tal pessoa ou igreja.

Os Laodicenses não somente foram denunciados, mas foram denunciados com máxima abominação. Tal denuncia não tem paralelo em outra carta de Apocalipse. Não está em pauta um julgamento especial e imediato,e, sim o juízo final.

“... estou a ponto de vomitar-te da minha boca ...” – A água que os Laodicenses bebiam não era pura nem potável, mas possuía carbonato de cálcio, e ao ser ingerida causava sensação de vomito. O que casava essa sensação era a água imprópria para seu consumo. Quando alguém age de maneira imprópria para com o Senhor, não dando importância as coisas espirituais, como fazia os Laodicenses, esses também estará sujeito a ser vomitado da boca de Deus. Note que Jesus não diz: “ ... Vomitá-lo-ei de minha boca ...”, mas antes, “ ...estou a ponto de vomitar-te ...”. Eis aqui a graça do Senhor Jesus, quando está dando aos Laodicenses tempo para arrependerem após a leitura da carta. As águas que os ímpios bebem não matam a sede, e produzem vômitos. Por isso Jesus disse e João 4.14 – “... aquele, porém que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para vida eterna ...”       

Apocalipse 3.17 – “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.”

“... Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma ...” – A fonte do dito parece ser o texto de Oséias 12.8, que revela similaridade distinta – “Efraim orgulha-se e exclama: Como fiquei rico e abastardo! Em todos trabalhos que realizei não encontrarão em mim nenhum crime ou pecado

A igreja de Laodicéia avaliava a si mesma segundo os padrões de riquezas material, pois estava imersa na mentalidade do mundo. Por essa razão é que era totalmente ignorante sobre sua verdadeira situação espiritual.

Laodicéia era uma cidade que ficava no cruzamento de rotas comerciais da Ásia Menor. Tinham várias indústrias e era centro bancário. Por volta de 60 d.C quando a cidade foi pesadamente danificada por um terremoto, rejeitou a ajuda financeira de Roma para reconstrução, tão vasta eram as suas riquezas.

Teriam os membros da igreja se identificado com os cidadãos locais em 60 d.C. A cidade se orgulhava de ser independentes, os membros da igreja solidariamente aprovavam a demonstração de independência e auxilia ao vizinho. Consequentemente não conseguiam ver a diferença entre  riqueza material e espiritual, vangloriavam-se de sua autossuficiência, e de não sentirem necessidade de Cristo. Eram espiritualmente cegos! Obtiveram o queriam; riquezas materiais, mas perderam o que eram essencial para que a igreja pudesse se manter viva, a comunhão e  a dependência de Cristo. eles imaginavam que a piedade era fonte de lucro, como se a prosperidade financeira fosse sinal de aprovação divina as suas vidas. Ao que nos parece isso tem se repetido em nossas igrejas hoje, muitos estão mais preocupados com adquirir bens matérias, e se esquecendo do espiritual.

É inconcebível não sentir necessidade de nada, pois o verdadeiro cristão, depende de Deus em cada instante de sua vida, de dia e noite, para alimento, bebida, lar, roupa, proteção, nutrição espiritual, conforto, ânimo, amor, alegria, felicidade e muitas outras bênçãos. Ser autossuficiente é o auge da arrogância espiritual, pois a fé e a confiança no Senhor não mais funcionam.

... estou rico ...” – Materialmente; mas também espiritualmente conforme eles entendiam. Porém, a pobreza espiritual daquela igreja era tão aguda que só poderiam ser classificados como miseráveis. Sem dúvida alguns comparavam-se aos que nada possuíam, à palha e aos párias da sociedade; e intimamente agradeciam aos deuses que não eram como aqueles outros, a escória da sociedade. Na verdade, eles eram o que “nada tem”, a escória e os miseráveis da sociedade, porque estavam espiritualmente paupérrimos, e nem ao menos percebiam o fato – I Timóteo 6.10a – “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males, ...

Ninguém é enriquecido pelas coisas seculares, embora seja proprietário de todas as minas do mundo.

... não preciso de coisa alguma ...” – De nada que lhes parecesse importante, já que sua mentalidade era carnal. No entanto, espiritualmente falando, faltava-lhes tudo quanto é desejável – Filipenses 3.19 – “o destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com coisas terrenas” 

... nem sabes ....” – Isso contrasta com o fato que Cristo conhecia perfeitamente bem a condição deles, como está descrito no décimo quinto versículo.

A consciência e o discernimento espirituais são qualidades raras em qualquer época. A tendência será sempre subestimarmos a nós mesmo. Antes de tudo, julgamos as coisas segundo nossos falsos padrões e conforme nossas intenções, e não segundo a realidade espiritual. Mediante a combinações desses dois fatores, terminamos sabendo como enganarmos a nós mesmos. Portanto, não é de admirar que encontremos aqui a exposição de um grande princípios espiritual, com demasiada frequência não nos damos conta de nosso estado espiritual empobrecido; ao passo que, de conformidade com todo o juízo verdadeiro, essas realizações são deficientes.
  
... infeliz ...” – A tratamento é unanime em questão a igreja como um todo. Jesus descreve a igreja com cinco adjetivos, o primeiro é “infeliz”, que significa: “que ou quem não é favorecido pela sorte”.

Aqueles membros de Laodicéia supunham que a felicidade é determinada pelo saldo credor na bancária, ou pelo acúmulo de prazeres carnais que alguém pode dar-se ao luxo de ter. eles eram totalmente mundanos, cujo a conduta cristã era apenas exterior, sem profundidade. A fé deles não requeria a transformação espiritual; não tinham qualquer imperativo moral. Era uma crença fácil, para uma época fácil. Espiritualmente eram infelizes, pois não podiam reivindicar as bênçãos trazidas pela piedade. Em contraste a isso, os cristãos primitivos consideravam-se felizes, até mesmo sob as perseguições causadas por sua lealdade a Cristo

Os Laodicenses, entretanto, não sofriam tais perseguições pela provação, e supunham que não eram perseguidos pela provação, ou seja, não eram infelizes. Porém, a péssima espiritualidade deles fazia deles os autênticos “pobretões da sociedade” – Atos 5.41 – “E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse nome

... miserável ...” – Outro adjetivo aos Laodicenses “miserável”, isso significa: “Excessivamente pobre, paupérrimo, desprovido de valor.

A isso denota a condição mundana das pessoas que desrespeitam os elementos divinos que são essenciais; uma pessoa rica que carece da riqueza que tem valor diante de Deus.

Eles não se achavam miseráveis, não precisavam mendigar o pão; seus filhos viviam bem vestidos, contavam com bons cuidados médicos, havia abundancia de dinheiro para as diversões, viagens e outros tipos de interesses pessoais. Não eram contados entre os miseráveis, entretanto suas almas morriam as mínguas. Tinham dó dos párias da sociedade; mas na verdade a avaliação divina condoia-se deles, pois eram dignos de dó. Os Laodicenses reputavam como miseráveis pobres, cegos e nus os outros. Na realidade, porém eles é que mereciam pena – Romanos 7.24    

... pobre ...” – O terceiro adjetivo que expõem a verdadeira condição dos Laodicenses é a pobreza. O significado de pobre é: “desprovido ou mal provido do necessário

As notas introdutórias mostram as grandes riquezas materiais da cidade. Os ricaços desprezavam aos poucos esmoleres da cidade, que não compartilhavam dessas riquezas material. Mas o olho discernidor de Cristo, o Senhor via claramente onde estava a verdadeira pobreza. Estava com aqueles que dilapidavam suas oportunidades espirituais, transigindo com um mundo hostil.        
... cego ...” – Agora vemos que Jesus descreve a igreja com cegueira coletiva, no dicionário cego significa: “privado de visão – sentido figurado: a quem a paixão tira o juízo, a cólera tornou-a cega, aquele que recusa enfrentar a realidade, ...

Nos países orientais são comuns as enfermidades oculares, e a cegueira tem elevada incidência. Laodicéia contava com uma famosa escola de medicina, sendo produtora de muitos medicamentos. Contava com meios de combate à cegueira física. No entanto, faltavam-lhe os meios e até interesse para combater à cegueira espiritual. O números de pessoas fisicamente cegas vinha sendo controlado; mas o número das pessoas espiritualmente cegas crescia cada vez mais, não havendo remédio para essa condição, pois nenhum remédio era procurado. Tinham olhos para contemplar as riquezas matérias, buscar seus prazeres e levar e efeito uma vida diária caracterizada pela indiferença e pela carnalidade. Tinham olhos para ver as riquezas pomposas de sua igreja e templos magnificentes, seus ornamentos, seus móveis ricos. Mas não tinham olhos para perceber a esterilidade do templo de Deus, que era suas próprias almas. Veja o texto de Mateus 13. 14 a 16 – “De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados. Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem.

... nu ...” – Vemos agora o último adjetivo aplicado por Jesus a igreja de Laodicéia. A igreja estava nua, ou seja “despida, sem vestes, estado de nudez

Laodicéia era famosa por suas indústrias de lanifícios e sua produção de excelentes peças de vestuário. Os cristão de Laodicéia se vestiam com elegância, mas espiritualmente falando andavam nus, e a vergonha da carnalidade deles era óbvia para qualquer avaliação discernidora.

Fica bastante claro que o Senhor quando diz que Laodicéia estava nua, estava espiritualmente falando de sua vergonha, pois eles acreditavam que estava cumprindo o evangelho, mas estava o expondo a vergonha e a desonra – Isaias 20. 1 a 6

Apocalipse 3.18 – “Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.”

Esse versículo liga-se aos três últimos adjetivos do versículo anterior. Quando esses três adjetivos  “pobre – cego – nu” são removidos “miserável e infeliz” desaparecem. Além disso, esses três abarcam todas as bênçãos de que um cristão necessita para sua salvação: “redenção – justificação – santificação

... Aconselho-te ...” – Apesar de imaginarem que sabiam tudo, e que a sua avaliação sobre si mesmos se alicerçava sobre os fatos. No entanto, precisavam do conselho do discernimento divino. Pois, nunca conseguiremos dispensar essa necessidade.

Por causa de sua ignorância, os Laodicenses se tinham reduzido a total penúria espiritual. Precisavam de intervenção divina, que constituiu do próprio convite ao arrependimento e à restauração que Cristo lhes fez. O arrependimento sempre será uma intervenção divina na vida, para que seja real, exige que o Espírito Santo transforme a alma, e não apenas a mente.

... de mim ...” – Essas palavras, no original grego são enfáticas. Cristo é o grande manancial das riquezas autênticas, por ser Ele o Alfa e o Omêga da existência humana. 

... que de mim compres ouro refinado pelo fogo ...” – Essas palavras pode ser confrontadas com Isaias 55.1 – “Ah! Todos vós que tendes sede, vinde às águas; e vós os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite

Em Mateus 13. 44 a 46 aprendemos que o reino dos céus é como um grande tesouro ou um aperola de inestimável valor. Por isso, o reino de Deus vale qualquer sacrifício. Cristo acabara de classificar os cristão Laodicenses de esmoles espirituais, não tinham coisa alguma com que comprar qualquer coisa, no entanto, Cristo aqui os convida a comprarem riquezas verdadeiras, mediante o arrependimento e o interesse pelas realidades espirituais. Esse é um oferecimento da graça, e a graça é gratuita., embora exige receptividade humana e cessão da vontade.

Apelando para as pessoas que ousadamente afirmavam que não precisavam de nada, o Senhor as convida para comprar dEle ouro refinado. Por implicação, ele quer que elas venham a ele como mendigos destituídos, que nunca poderiam comprar essa comodidade.

A palavra grega “ouro” se refere a produtos finamente trabalhados, como moedas ou joias, e não meramente ao próprio metal bruto. Os cambistas de dinheiro do banco de Laodicéia manuseavam moedas correntes todos os dias; Cristo, porém, esta aconselhando as pessoas irem a ele e comprarem. No entanto, seu conselho intencionalmente omite o dinheiro, pois a transação deve concretizar-se sem moedas correntes, só podem obter o ouro de Jesus – Note que Jesus recebe o filho pródigo pondo-lhe um anel de ouro em seu dedo, recebendo-o novamente ao seu reino. Lucas 15.22

Ouro refinado pelo fogo: Consideramos acerca disso os seguintes pontos:

1 – Isso aponta para o ouro puro, em contraste com as riquezas poluídas que a igreja de Laodicéia acumulava;

2 – Também é feito um contraste entre as riquezas espirituais e as meras riquezas materiais;

3 – Esse ouro é devidamente conferido, não podendo ser adquirido pelos esforços e méritos materiais;

4 – Talvez haja aqui um indício do fogo refinado da perseguição, que poderia torná-los espiritualmente ricos. Os Laodicenses evitara as perseguições mediante a cooperação com culto ao imperador; e desse modo tinham podido obter riquezas materiais, já que não sofriam perseguições. Mas a escolha fora a pior possível; antes tivessem tomado a mesma decisão que a igreja de Esmirna, em fazer oposição a esses falsos cultos,   sofrendo por causa disso, porque assim teriam recebidos as riquezas espirituais verdadeiras, ainda que isso significasse que teriam tido que passar pelo fogo refinador da perseguição.

... para te enriqueceres ...” – A igreja de Laodicéia se orgulhava das riquezas que tinham adquirido. O homem por mais milionário que possa ser, ele pode ter mansões, carros importados, iates, ilha, avião, etc enfim tudo que satisfaça seu ego, se não tiver a benção de Deus ele é considerado o mais homem paupérrimo. A verdadeira riqueza não vem dos homens, e sim de Deus – I Timóteo 6. 17 a 19   

... vestiduras brancas para te vestires ...” – Laodicéia era um grande centro de indústrias de vestuários, na antiguidade. Os cristãos dali se vestiam com elegância, mas, espiritualmente falando estavam nus. Precisavam de vestiduras brancas. A lã negra que as ovelhas produziam era a cor da grande maioria das roupas manufaturadas ali. Os sacerdotes usavam roupas brancas; agora, porém, este é o traje escatológico dos santos que, com a cor branco, atestam santidade e pureza – Daniel 7.9 e Apocalipse 1.14.

Mas as vestiduras brancas também falam sobre a vestimenta da alma, composta pela imoralidade conforme lemos em – Apocalipse 3. 4 e 5. Se faz parte integrante da interpretação dessas palavras, então equivale à árvore da vida, que é a figura de Éfeso – Apocalipse 2.7 – e também coroa da vida de Esmirna – Apocalipse 3.15. Cristo promete imortalidade final para todos os verdadeiros da carreira cristã.

A razão de alguém vestir-se com roupas brancas é cobrir a nudez do pecado, e assim não se ver exposto a vergonha – Apocalipse 16.15

Os cristãos de Laodicéia eram espiritualmente nus, pois todos os teares de sua cidade não poderiam tecer roupas para cobrir seus pecados. Laodicéia podia suprir o mundo inteiro com suas túnicas e vestes materiais; a justiça; porém, era a roupa branca eu Deus demandava, esta só poderia ser adquirida por Cristo – Apocalipse 19.8

Quando o Senhor retornar para tomar sua igreja, encontrará alguns convivas que não estão vestidos das vestes brancas apropriadas. Esses não escaparão do julgamento, conforme se lê em Mateus 22.11

... a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez ...” – Essa nudez seria percebida quando sua verdadeira condição fosse desvendada, sendo tirada a roupa da pretensão e do autoludíbrio, e eles aparecessem vergonhosamente nus, espiritualmente falando. As vestiduras brancas, que são a provisão da santidade e a elegância de natureza espiritual, haveriam de encobrir realmente essa nudez, eliminando-a totalmente.

Desnudamento ou exposição – Esse era o método frequentemente usado para envergonhar publicamente a alguém, nos dias dos antigos; e tal costume tem persistido até hoje em alguns países – I Samuel 10.4 – Isaias 20.4 – Ezequiel 16. 37 – Mateus 22.11 a 13 – Colossenses 3. 11 a 13

... colírio para ungires os teus olhos ...” Laodicéia contava com uma famosa escola de medicina, onde eram produzidos diversos medicamentos, incluindo para tratamento oculares. Havia uma pedra chamada “pedra frigia”. Ela tinha esse nome porque vinha da vizinha província da Frígia, era reduzida a pó do qual extraía-se um unguento para cura de doenças dos olhos.

O termo aqui traduzido por colírio é “kollura”, um rolo de pão grosseiro. A conexão original dessa palavra com um medicamento para tratamento dos olhos, talvez fosse uma espécie de emplasto feito da massa desse pão para tratamento de infecções.

Os cristãos de Laodicéia eram cegos pela auto ilusão, com os olhos espirituais. Com o colírio para os olhos, que Jesus provê, os Laodicenses seriam capazes de ver seus próprios pecados na luz da Palavra de Deus e a andar com Jesus, que é a luz do mundo.

São três os símbolos espirituais a respeito do colírio, vamos a eles a seguir:

1 – Isso retrata a ação iluminadora do Espírito Santo, o que dá ao individuo visão e discernimento espirituais. Trata-se de um dom e operação de Espírito Santo;

2 – Isso permite que os olhos espirituais se tornem luz da alma, mediante o que chamamos a ser iluminados e participamos da própria natureza luminosa de Cristo – II Pedro 1.4b – “... para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina ...” 

3 – É em o equivoco terrível alguém preocupar-se somente com o que é físico, mas não ter interesse pelo que é espiritual. Laodicéia tinha uma escola de medicina para tratamento de enfermidades físicas; contava com um famoso pó que aliviava infecções oculares e impedia a cegueira, mas não tinha qualquer provisão para os olhos da alma.  

4 – Cristo tem o remédio para todas as mazelas da alma, Ele é o grande Médico, e os subtítulos humanos de nada servem.

Apocalipse 3.19 – “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.”

Eu repreendo e disciplino a quantos amo ...” – Deus repreende a quem ama – Provérbios 3.12 – “Porque o Senhor repreender a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” – Cristo ma o mundo inteiro, morreu até mesmo em favor de seus inimigos, mostrando o amor de Deus por eles – João 3.16 e Romanos 5.8

Porém até os próprios filhos de Deus terão de esperar a correção, o que comprova que são filhos de Deus genuínos – Hebreus 12. 7 e 8 – “e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.”  

1 – Historicamente – Supõem-se que muitos, se não a grande maioria dos membros da comunidade cristã de Laodicéia, eram crentes genuínos, embora de qualidade deficiente. Portanto, na qualidade de filhos foram repreendidos e disciplinados, para que pudessem ser conduzidos aos pés de Cristo.

2 – Profeticamente – Supõem-se que a maioria dos filhos espirituais de Laodicéia não se qualificariam como filhos autênticos, porque foram parte da grande apostasia, sendo representantes de um cristianismo espúrio. No entanto, o amor de Deus atinge também esses. A Grande Tribulação haverá de purificar a muitos desses, trazendo-os aos pés de Cristo.

3 – Simbolicamente – Entendemos que as admoestações constantes nesta carta a igreja de Laodicéia se apliquem a cristãos verdadeiros, mas deficientes, como também àqueles que bradem a bandeira cristão, mas não são autênticos filhos de Deus.

Sem importar a maneira como encaramos a carta aos Laodicenses, o fato é que o amor e a disciplina continuam tendo aplicação. A lição é clara: o amor exige juízo, já que Deus é amor, podemos dizer, em verdade que o juízo divino é apenas um dedo da mão de amor.

... disciplino ...” – A palavra “disciplina” vem do latim e pode ser traduzida por: “instrução, treinamento”, e a palavra “discípulo” está relacionada a ela e quer dizer “aprendiz”. A nossa palavra portuguesa discípulo quer dizer “aprendiz ou seguidor” deriva-se dessa raiz do latim. É obvio, portanto, que um verdadeiro discípulo precisa ser uma pessoa disciplinada.

A disciplina é um modo de vida, que alguém aceita quando pertence a algum grupo específico, ou quando abraça alguma ideologia especifica, supondo-se que esse meio de vida só pode ser mantido através da observância de certas normas e requisitos.

... sê, pois, zeloso ...” – Aqueles cristão eram mornos, mas agora são conclamados a se tornarem fervorosos, ferventes ... conforme o termo indica, ou quentes, isto é, vitalmente interessados acerca da vida espiritual, de modo a serem conduzidos a um autêntico arrependimento.    

... arrepende-te ...” – Essa é uma expressão dada para quase todas as igrejas de Apocalipse, exceto as igrejas de Esmirna e Filadélfia. O significado  do verdadeiro arrependimento é muito mais do que apenas mudança de mente. Arrependimento significa “mudança de alma” ter uma nova direção dada ao próprio ser, uma revolução moral, operada mediante o poder transformador do Espírito Santo. O arrependimento e a fé compõem a “conversão”. Podemos dizer então que, Jesus requeria dos Laodicenses um giro de 180º graus, esquecendo do passado e adotando socialmente uma nova vida em Cristo.

O amor do Salvador é incondicional, ele alcança a todos, esse amor inexplicável consegue atingir até uma congregação local cujo coração estava afastado dEle!

O arrependimento é retorno a fé, é a negação da loucura da rebeldia contra Deus.

O Salvador repreende a todos que ama, por isso na qualidade de Sumo Pastor Ele requer que os subpastores faça a mesma coisa, embora também no mesmo espírito de amor. Pois a verdadeira repreensão é a igualada a magnitude do amor.

Disciplinar – É ensinar e educar por meio de vara, corrigindo com severidade, punindo para cura do erro, corrigindo pelo açoite como no caso do pai que trata seu filho – Hebreus 12. 4 a 8. O diabo promete prosperidade mundana para seus filhos, mas Jesus diz que sempre teremos de entrar no reino dos céus, mediante muita tribulação. Miriã foi ensinada a abandonar a sua murmuração rebelde e sua tendência a fomentar dificuldades, ao ser ferida com lepra, Jonas recebeu de volta o seu bom senso, cumprindo seus deveres proféticos, mediante a dificuldade que encontrou no mar, em meio ao temporal do desprazer divino, Paulo foi impedido de exaltar-se por causa de um espinho vexatório e humilhante na carne.

Apocalipse 3.20 – “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.”

“Eis que estou à porta e bato...” No fim da era da igreja, Cristo estará do lado de fora da mesma. Isso reflete a grande apostasia, quando a igreja será modificada tão radicalmente que não mais merecerá o título de igreja cristã. Cristo estará batendo pelo lado de fora da igreja, através da tribulação daqueles dias, e finalmente em sua “parousia” ou segundo advento.

“... Eis ...” A palavra assinala o que há de admirável na situação, Cristo, o Senhor da igreja, está do lado de fora da mesma. O mesmo Senhor, em paciência e amor, pede admissão e promete comunhão vital com aqueles que derem ouvidos.

Impressionante como alguns trata Jesus em sua vida pessoal. Deixam-No de pé do lado de fora da sua vida, solicitando admissão. O pecador orgulhoso e teimoso continua podendo ser hospedeiro de Deus.

“... à porta ...” Esse é um símbolo de entrada e admissão. É preciso que seja dada a permissão àquele que busca entrar. No tocante o que espiritual, essa porta aberta indica o exercício da vontade humana, permitindo que o Espírito Santo conceda a presença transformadora de Cristo. Mas a porta pode permanecer fechada. Neste caso, torna-se símbolo de rebeldia e perversão a vontade, rejeitando o impulso divino dentro e fora, o que nega o poder transformador de Cristo na vida, mediante o arrependimento, a fé, a conversão ou a santificação.

A porta é a vida do indivíduo, da igreja ou da comunidade religiosa. A famosa pintura de Holman Hunt, em que Cristo aparece diante da porta, a bater, não mostra a maçaneta do lado de fora. É que só pode ser aberta pelado de dentro.

Um homem certa feita levou seu filho pequeno para ver o quadro. O menino olhou por alguns instantes, então perguntou: Porque não abrem a porta? O pai respondeu que não podiam ouvi-lo batendo. Por alguns momentos considerou a resposta, mas não ficou satisfeito com a mesma. Não, disse o garoto, mas é que estão ocupados no quartinho dos fundos, fazendo outras coisas, e não se dão por conta que Jesus está batendo na porta.

Nesta resposta há grande discernimento. Os cristãos de Laodicéia viviam ocupados com seu comércio, com seus banquetes, com suas riquezas materiais. Orgulhavam-se de sua própria espiritualidade, não percebendo sua real condição espiritual empobrecida. Nem sabiam que Cristo estava do lado de fora batendo na porta, de modo que não podiam atende-lo e dar-lhe admissão.

“... e bato ...” O bater de Cristo, na vida verifica de muitas maneiras, no testemunho tranquilo de coração, no sermão, na lição de escola dominical, na leitura da palavra, mediante alguma tragédia, enfermidade, abalo, mediante razão, mediante vitória mediante perda, mediante felicidade o tristeza, mediante dor ou alegria. O bater de Jesus, diz-nos que a vida é algo magnificante, eterno, envolvendo a própria alma, e não somente o corpo, o qual é apenas o veículo da alma, que os verdadeiros valores espirituais; que os valores físicos, as vantagens da terra, com o fama e seus confortos, etc.

O bater também nos diz que Cristo é o alvo de toda a existência, e que os esforços humanos devem visar a esse  alvo; que transforma segundo a sua imagem, para compartilharmos de sua própria natureza, da plenitude de Deus.

“... ouvir a minha voz ...” – O porta voz dos céus, a linguagem do amor, o murmuro convincente, o apelo eloquente, a voz da consciência, o reflexo da divindade, a convicção da alma, etc ....

Essa é a voz do Bom Pastor, que conduzirá as ovelhas às pastagens de sua comunhão transformadora. (leia João capítulo 10). Cristo tanto bate a porta,  fala a igreja e também é a porta para grande salvação.

“... abrir a porta ...” - Em outras palavras, se alguém ceder à insistência da
Cristo opere sobre a alma, o que conduz ao arrependimento e à santificação, e, finalmente, à glória, na medida em que o crente for sendo
transformado segundo a imagem do Filho de Deus.

“... entrarei em sua casa ...” Cristo quer entrar na igreja, porquanto é sua casa, usurpada por homens mornos, sem zele espiritual. Ou seja, na vida  do individuo, em as alma, tendo em vista transformar o crente segundo sua imagem. Cristo entra na casa, a fim de assentar-se à mesa do banquete, porquanto esse e um símbolo de amizade e companheirismo.

“... cearei com ele e ele comigo ...” No Oriente Médio, a participação em uma refeição comum era prova de confiança e afeto. A igreja morna e apóstata, seria restaurada a confiança e ao afeto, passando a comungar com Cristo, pois haviam perdido essa comunhão.

Essa alusão, como o restante deste versículo, aplica-se a toda e qualquer época e individuo. O banquete efetuado no reino é símbolo de comunhão e bem-estar eternos em Deus.

O reino é o grande banquete celeste, a festa de casamento – Marcos 14.45 – Apocalipse 19.7 – Lucas 12.36

Apocalipse 3.21 – “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.”

“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono ...” – Á promessa feita à igreja de Tiatira é semelhante a essa, embora sem a elaboração que o trono do Pai será compartilhado pelo Filho e pelos filhos de Deus – Apocalipse 2.26

Os mártires reinarão com Cristo, durante o milênio. Mas essa promessa é tão ampla que significa que todos os cristãos fiéis, remidos pelo sangue do cordeiro, participarão dela em alguma medida, e que também reinarão na eternidade, pois receberão posições de autoridade muito superiores às dos mais elevados arcanjos – Apocalipse 20.4

Nosso destino é muito mais elevados que dos anjos, e não apenas igual a eles, pois tudo quanto Cristo é e tem nos será dado. Em questão o reinarmos cm ele, é um dos aspectos de nossa glória futura, que no milênio, quer no estado eterno. Romanos 8.17

O reino será também sobre todo mal, sendo o bem-estar espiritual, porquanto será o reinado da alma, em harmonia com Deus, livre de toda hostilidade, e não meramente um possessão literal e uso de poder. Trata-se de poder no ser, na expansão, sobre tudo quanto é mau e prejudicial.

“ ... vencedor ...” – Essa é uma palavra comum em todas as cartas do Apocalipse. Aquele que vencer é aquele que der ouvidos as advertências e as promessas dessas cartas, exercendo o poder de sua percepção espiritual, (... quem tem ouvidos ouça ...), agindo de acordo com o que é ali dito.

Para os Laodicenses, a vitória seria contra a “mornidão espiritual”, abrindo a porta para que Cristo transforme a cada um completamente.

“... dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono ...” – A bíblia esta repleta de textos que comprovam a verdade que Cristo está em honra na glória – Filipenses 2. 9 a 11 – Colossenses 3.1 – Hebreus 1.8

A coroa que os cristãos esperam é uma coroa real, e não meramente do vencedor de uma competição esportiva – Mateus 19.28 – Assim que os doze Apóstolos se assentarão em doze tronos, a fim de julgar às doze tribos de Israel.

Conforme podemos ver, o conceito é perfeitamente comum, deve ser aceito de forma literal, porquanto os cristãos obterão posições reais de autoridade e governo. Mas, acima de tudo, a questão é essencialmente mística. Reinarão em seu próprio ser, tão grande será o seu poder e a sua glória. Tornar-se-ão seres dotados de poder que desafia a imaginação, muito superiores aos anjos; por assim dizer, serão reis e sacerdotes.

... e nos constituiu reino, sacerdote para seu Deus e Pai, a ele seja a glória e o domínio  pelos séculos dos séculos. Amém ...” – “... e para nosso Deus os constituístes reino e sacerdotes, e reinarão sobre a terra ...”Apocalipse 1.6 e 5.10

Cristo também é Rei e Sacerdote. Nós, por compartilharmos de seu destino, também teremos essa característica. – Hebreus 7.1 a 3

“... e me sentei com meu Pai no trono ...” – João tem o cuidado de mostrar que todo poder e toda a autoridade régia emana de deus Pai. Lembremo-nos que está em foco Deus Pai. Portanto, encontramos aqui o ensino que a autoridade real de Cristo é por ele possuída como Filho, e que a nossa será possuída na qualidade de filhos de Deus – João 8.42

A assembleia dos Laodicenses que a pouco fora ameaçada por Cristo de ser vomitada de sua boca, agora recebe a promessa de assentar-se com ele em seu trono.

As cartas do Apocalipse exibem muitas ameaças, mas agora culmina na grandiosa promessa da glória eterna e do poder espiritual. É para lá que Espírito Santo deseja levar a igreja, e é para lá que ela irá eventualmente. O Senhorio de Deus nos garante isso. Se os cristãos de Laodicéia podem obter tal vitória, certamente todos poderão obtê-la.

Aplicações locais e futuras – Os Laodicenses histórico  participaram do culto imperial. Desta maneira, perderam o direito de reinar com Cristo. Aqueles que forem sábios e fortes o bastante espiritualmente, fará oposição ao culto do anticristo. Ele reinará com Cristo.

Os Laodicenses antigos davam seu poder ao trono do imperador, mas não podiam dele compartilhar.

Os Laodicenses futuros darão seu poder ao trono do anticristo, mas não compartilharão de seu trono. Pra os que sobrepujarem, um lugar ao lado de Deus em seu trono é prometido. Ei, a escolha sempre é nossa!

“... no seu trono ...” – Os tronos Orientais eram largos o bastante para neles se assentarem mais de uma pessoa de cada vez. O trono aqui mencionado, entretanto, apesar de ser um só, será ocupado elo Pai, pelo Filho e por todos os filhos de Deus.   

Apocalipse 3.22 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

... Quem tem ouvidos, ouça ...” – Essa frase foi emitida pelos lábios de Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui aparece com um complemento “O que o Espírito diz a igreja” ocorrendo em cada uma das cartas individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22). Trata-se de uma solene chamada, para que se aplique o que acaba de ouvir. Já que Cristo é apresentado como quem fala, não admira que a forma de expressão seja similar a declarações genuínas de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 – 13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 – Lucas 8.8 – 14.35.

Essa é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto já que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em funcionamento então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática o que lhes estava sendo lido.

A primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido.a segunda parte é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito Santo. Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras passagens das escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.

Os ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que concerne ao ouvido que ouve.

No fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, côo noção olhos para verem e ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias – “Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede,vede mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” – Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26   

Essas citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.

Podemos citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2 – “Filho do homem, tu que habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve, porque é tu casa rebelde”  - O ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto natural, pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era seu rosto”    
      
O Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes?tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E,tendo ouvidos, não ouvis?” – Marcos 8.17 e 18

E não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas” – II Timóteo 4. 3 e 4.
 
Ora, por nada menos do que sete vezes nos  evangelhos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as igrejas

1 – Visam a todos os membros da igreja.
2 – Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual, por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e encontrado.
3 – Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem imperativos  divinos.
4 – O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente; fornece-nos um vislumbre da glória futura.
5 – Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém, também aplica-se individualmente.

Caros leitores, que se passa conosco. Até que ponto essas sagradas cartas de nosso Senhor nos tem servido de doutrina, repreensão, correção e instrução na justiça. Já temos demorado de mais em anuir a estas solenes comunicações de Jesus às suas igrejas. Temos dado a eles um ouvido reverente e um coração atento? Muitíssimas verdades preciosas, como pérolas descida, nos tem encontrado no caminhos dos céus. Temo-nos valido delas, conforme chegam a nós, apropriando-nos delas. Para enriquecimento de nossas almas.  

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FONTES DE ESTUDO

Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento  - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo – R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon Kistemarker
Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes Dias Lopes

Apocalipse de Jesus Cristo – Um comentário para nossos dias – Win Malgo

Um comentário:

  1. Estudos abençoados por Jesus,Pr. Paulo Sandrim que Deus Em Cristo Jesus os abençoe ao senhor e sua família e seu ministério e todos que fazem parte do seu circulo que os ajudam, direto e indiretamente Em Nome Daquele que É, E Que Foi E Sempre Será,hoje,amanhã e sempre Amém.

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