COMENTÁRIO BÍBLICO DE APOCALIPSE AS SETE IGREJAS
ÉFESO – APOCALIPSE 2. 1 a 7
Porque
João escreveu sua carta listando primeiramente a cidade de Éfeso, sendo que,
Pérgamo era a capital administrativa da província Romana da Ásia? Porque mesmo
sendo Pérgamo a capital da província Romana, Éfeso era a cidade mais
importante, reclamava o título de “a
primeira e maior metrópole da Ásia” ficando atrás apenas de Roma, capital
do império. Vejamos quais os fatores que puseram Éfeso nesta situação.
LOCALIZAÇÃO DA CIDADE
Nos
tempos de João Éfeso era o porto mais importante da Ásia. Todos os caminhos do
vale do rio Cayter conduziam a ela, cerca de cinqüenta e seis quilômetros de
Esmirna. Esse rio era o caminho que uniam Éfeso com o rio Eufrates e a
Mesopotâmia, sendo Colossos e Laodicéia os pontos intermediários mais
importantes. Também convergia para Éfeso o caminho da Galácia, atravessando
Sardes em seu percurso. Outro caminho para o Sul, o Vale do Meandro, rico em
agricultura, também chegava a Éfeso, portanto todos que viajavam para Ásia
Menor, obrigatoriamente passava pela cidade de Éfeso. A tradução do se nome
provavelmente significa “Desejável” Havia estabelecido um estatuto do procônsul
romano que, era obrigatório o desembarque no porto de Éfeso todos que vinham a
Ásia Menor.
Éfeso
era a entrada para a cidade de Roma. Anos mais tarde, quando muitos mártires
foram capturados na Ásia e levados a Roma para serem lançados aos leões, Inácio
rebatizou a Éfeso de “Porta dos Mártires”
Essa
posição converteu Éfeso na cidade mais rica de todas da Ásia. Poderia
conceber-lhe como “feira de vaidades” do mundo antigo.
Era
uma cidade livre, pela importância de seus serviços ao imperador. As cidades
livres se governavam a si mesma e estavam dispensadas da obrigação de receber e
alojar tropas imperiais. Além disso era em Éfeso que celebrava uma vez por ano
os mais famosos “jogos atléticos da
Ásia”
Hoje
a atual Turquia, adentrando-se desde o mar Egeu e desde há muito conhecida
“Anatólia” que significa “Nascente do sol”, está salpicada de ruínas das
renomadas cidades antigas como Sardes, Pérgamo, Hierápolis, Afrondísias e
Éfeso., dentre essas Éfeso é a mais bem preservada.
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HISTÓRIA DA CIDADE
Ao
que parece Éfeso foi fundada por gregos jônicos, em cerca de 1050 A.C sob a
direção de Androclus filho do rei Codro. Neste tempo competia com Mileto e
Esmirna, para ser o porto de exportação
da Ásia Menor. Éfeso tornou-se um dos grandes centros do movimento cristão
primitivo. Depois da destruição de Jerusalém no ano de 70 D.C, tornou-se o
centro mais importante da época. O Apóstolo Paulo passou ali três anos,
evangelizando a cidade e a região em derredor, de tal modo que a igreja ficou
bem estabelecida, tal que, o Apostolo usava a cidade como sede de operações na
Ásia, foi neste período que ele escreveu as duas epistolas aos Coríntios.
Supõem-se que foi de Éfeso que Paulo tenha escrito as chamadas “cartas da
prisão”, ou parte delas. Apesar de destruída, hoje sua localização é a Turquia.
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A RELIGIÃO QUE PREDOMINAVA EM ÉFESO
Éfeso
era o centro do culto de “Ártemis” que em nossas bíblias é traduzido por “Diana
dos Efésios”. Esse templo era uma das
sete maravilhas do mundo antigo. Os templos antigos consistiam principalmente
de colunas ao redor de um lugar central, que era o único coberto em todo
edifício. A imagem da deusa Diana habitava este santíssimo era uma das mais
sagradas, era tão velha que ninguém conhecia a sua origem.
Éfeso
era um centro Politeísta e Diana dos Efésios a principal e venerada em toda
cidade. A semelhança de Apolo, ela era representada armada de arco e flechas,
que subjugava monstros gigantes. Era considerada uma divindade benéfica e
ajudadora, Apolo era o deus luminoso do dia e Diana com sua tocha, era a deusas
da luz e da noite, por esse motivo veio ser identificada com a deusa da lua e
da noite. Todas as feras era consagrada a ela, embora fosse considerada
caçadora, e também assumiu o aspecto da deusa da guerra, Minerva. No paganismo
era venerada como “Deusa Virgem”e protetora das donzelas. Diana chegou receber
sacrifícios humanos nos cultos prestados a ela.
O
texto de Atos 19.36, nos informa que Diana era adora como a “deusa que caiu do
céu”, sem duvida isso significa que algum meteorito foi recolhido e moldado
para formar a sua imagem.
O
culto idólatra e Éfeso tina apoio de livros sagrados chamados “Ephesia
Grammata”, eram numerosos e continham receitas de encantamentos e artes
mágicas. Quando o Evangelho lançou raízes em Éfeso, grande quantia desse
material foi queimado em praça publica – Atos 19.19.
Além
disso Éfeso também tinha seus templos erigidos para promover a religião
imperial de Roma, os quais eram dedicados aos imperadores Romanos Adriano e
Severo. Havia o templo dos “Sabastoi” dedicado a família de Vespasiano, Tito e
Demiciano. O culto a Artemis e a religião do estado de Roma eram bem estreita.
Os prefeitos romanos forçavam o povo a adorar os imperadores, e fazer profissão
de fé, a frase que tinham que declara era: “Cezar é o Senhor”, os cristãos que
não colocavam os Cezares acima de Cristo eram perseguidos e mortos. Assim
sendo, era um centro importante da religião pagã.
O
templo de Artemis além de ser um centro importante de vida religiosa, era um
centro de imoralidade e crime. Ares adjacentes do templo propiciavam
impunidades aos criminosos. Na época que João escreveu o livro de Apocalipse,
as partes inferiores do templo de Artemis eram um abrigo seguro para os
assaltantes, ladrões, mercadores de escravos, e saqueadores de templos. Ele era
considerado um lugar de asilo, qualquer
criminoso podia considerar-se seguro caso conseguisse entrar no Templo de
Ártemis. O templo tinha centenas de sacerdotisas que funcionavam como
prostitutas sagradas.
Éfeso
também era famoso como centro mundial da superstição, todos conheciam as Letras
de Éfeso, eram amuletos que podiam remediar virtualmente qualquer mal, curava
enfermidades, esterilidades, assegurava êxito em bons negócios, boa sorte nas
viagens, vitória nas guerras e competições esportivas, etc as pessoas vinham de
toda parte a Éfeso para comprar as letras mágicas.
Todas
essas características faziam de Éfeso uma cidade que transbordava de
imoralidade de todos tipos. As pessoas eram libertinas, supersticiosas, vis e
violentas. Herácio o filósofo grego chamado de “chorão” explicava que viver em
Éfeso sem deixar de chorar por essa degeneração era difícil. Uma célebre frase
dele: “ A moral do templo é pior que a
moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilam uns aos outros”
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O CRISTIANISMO EM ÉFESO
Por
isso, Éfeso era um lugar pouco prometedor como terreno para semeadura do
Evangelho. Entretanto foi o lugar que a fé cristã obteve alguns dos seu maiores
triunfos.
Mesmo
assim, os judeus que residiam na cidade eram numerosos, ricos e influentes.
Havia uma comunidade judaica, cujos residentes podiam observar sua religião e
até guardar o sábado, sob proteção legal de Roma.
Quando
o Apóstolo Paulo foi pela primeira vez a Éfeso, receberam bem a doutrina de
Cristo, mas logo o rejeitaram e ao mesmo tempo se tornaram virulentamente
hostis ao Cristianismo Atos 18.19 a 21 e Atos 19.23 a 41.
O
Apóstolo Paulo permaneceu em Éfeso muito mais tempo em sua viagem missionária
que em outras cidades, aproximadamente três anos, com resultados positivos
entre judeus e gentil – Atos 19. 17 a 20 e 20.31. Ele enviou um epístola a
Éfeso no ano de 62 D.C, durante sua prisão em Roma, depois de sua soltura
visitou a cidade novamente, e foi nesse período que constituiu Timóteo como o primeiro Bispo de Éfeso I Timóteo
1.3. Em Éfeso encontramos com Áquila, Priscila e Apolo – Atos 18.19, 24 26. Foi
em Éfeso que o Apóstolo Paulo fez seu discurso de despedida – Atos 20.17.
segundo a lenda João o Apóstolo amado, levou consigo Maria, a mãe de Jesus,
quando fixou residência naquela região, e onde supostamente foi enterrada.
De
acordo com Atos 19. 23 a 30 – o Apóstolo Paulo nos anos de 53 a 56 D.C pregava
na Ásia e passou um grande período em Éfeso. Naquele tempo levantou-se pequena
agitação por causa do Caminho, por causa de Demétrios o ourives, que dava muito
lucro a cidade com nichos de Diana.
Falamos
de Éfeso como o grande porto da Ásia, mas na atualidade somente existe ruínas
da passada grandeza. Éfeso perdeu sua batalha contra o tempo e hoje os
sedimentos aluviais a transformaram numa zona pantanosa arrasada, distante uns
três ou quatro quilômetros do mar.
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CARTA A IGREJA DOS EFÉSIOS – APOCALIPSE 2. 1 a 7
Após
uma descrição bem detalhada sobre a cidade, a cultura e a religiosidade de da
cidade de Éfeso, vamos nos deleitar com o teor espiritual da carta do Apóstolo
João a igreja de Éfeso.
Éfeso
era uma das mais vigorosas comunidades do Novo Testamento, representando igreja apostólica, dotada de sucesso e poder
especiais, embora tivesse vários erros, o principal dos quais foi esfriamento
de seu amor a Cristo, com declínio subsequente ao serviço e o poder espiritual.
A epistola do Apóstolo Paulo mostra que estavam longe de ser uma igreja
perfeita, fica claro que Deus espera a perfeição não apenas de Efésios como da
demais igrejas – Efésios 5.27.
Quando
o Apóstolo João escreveu o livros de Apocalipse, fê-lo sob as perseguições de
Domiciano, o qual foi chamado o segundo Nero.
Apocalipse 2.1 – “Ao anjos da igreja em Éfeso
escreve: Estas coisas diz aquele que conservas na mão direita as sete estrelas
e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”
“Ao
anjo da igreja em Éfeso escreve ...” – Há quem queira atribuir a carta
a algum ser angelical que ministram à igreja, controlando seus ministros, servindo
de mediadores espirituais. Outros pensam que se trata de uma pessoa enviada as
comunidades cristãs levando copias do livro de Apocalipse, não é provável que
se trate de cristão itinerantes e sim membros alguém permanente vinculado a
igreja. O Apostolo João foi instruído a escrever uma breve carta endereçada ao
pastor da igreja de Éfeso, vemos a mesma saudação as outras seis igrejas da
Ásia menor.
Quando
o Apóstolo Paulo deixou a Ásia Menor, deixou Timóteo com responsável pela
igreja de Éfeso. Embora não saibamos quanto tempo ele dirigiu a congregação, é
comum identificá-lo como o anjo mencionado neste texto. Entretanto não existam
provas que comprovem essa conjectura.
O
ensino que temos aqui é profundo, a igreja de Cristo não fica sozinha, conta
com a ajuda de grandes protetores espirituais, guardiões e instrumentos
angelicais. Cumprindo o que esta escrito em Hebreus 13.5 – “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais
te abandonarei” e Mateus 28.20 – “Eis
que estou contigo todos os dias te a consumação dos séculos”
“... da igreja ...” - 1. Sendo elas
em número de sete, representando a igreja universal, bem como a igreja cristã
estabelecida na Ásia Menor;
2. O número sete, por ser um número
místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também
temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões
dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre
a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e
destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja universal,
misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;
3. É possível que as sete igrejas
representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao
tempo de segunda vinda de cristo;
4.
Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas
cristãs em qualquer época histórica;
5. Sete igrejas literais daquela época
que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto,
Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias,
a começar do quarto capítulo deste livro, também representam condições existentes nos fins do
primeiro século de nossa era, bem como dos primódios do segundo século;
6. Se desenharmos um mapa dessas cidades
na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma
um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha
propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico,
desta maneira representando a igreja universal;
“...
Éfeso ...” – As notas expositivas sobre a localidade e a sua
significação da cidade esta registrada de forma detalhada na introdução deste
assunto.
“...
escreve ...” – Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da
igreja é Jesus Cristo – Essas cartas constituem exclusivamente das
palavras de Cristo, mas diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram
ditadas dos céus, depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas
palavras são únicas registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas
chegaram até nós com admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las
e guardá-las no coração.
Os
pastores não são meramente portadores de luz, mas como as estrelas, são
doadores de luz. Eles transmitem a luz aos membros das igrejas, as quais, por
sua vez dissipam as trevas que os circundam.
Jesus
se dirige aos mensageiros da congregação locais, pois eles são responsáveis por
levar a mensagem ao povo. Se eles falharem em fazê-lo, abafam a luz do
evangelho e conservam os membros da
igreja na escuridão. Jesus espera que os pastores sejam os embaixadores da sua
palavra. Romanos 10.14 – “E como pode
ouvir se não há quem pregue?
“... Estas coisas diz aquele que
conserva na mão direita as sete estrelas ...” – Em cada uma
das sete cartas a Apocalipse contém uma discrição do nome de Cristo
singularmente apropriada para a igreja que estava sendo endereçada.
As estrelas são as igrejas da Ásia
Menor. A primeira identificação de Jesus feita a igreja é significativa –
Apocalipse 1.16. – Ainda que Éfeso seja a primeira igreja entre a sete, seu
pastor é posto no mesmo nível que os outros seis. Jesus segura todas elas com
sua mão protetora, pois ele não é apenas seu comissionador, mas também seu
guardião. Na verdade todo seu povo esta em suas mãos, a fim de que nenhum dano
ocorra a qualquer delas fora de sua vontade.
A palavra original “kratein” do grego “sustentar” é uma palavra forte que significa que
Jesus exerce controle total das igrejas, e que se as igrejas se submetem a esse
controle de Cristo, nunca poderá suceder mal alguma ela. Nossa segurança, e
nossa própria vida depende de estarmos sustentados por Jesus Cristo.
O sentido da frase nos mostra
claramente que, as igrejas são diante do poder de Deus do tamanho de uma bola
de pingue-pongue, isso significa que, Jesus Cristo não apenas “sustenta” as
sete estrelas, mas também elas cabem totalmente na sua mão – Isaias 40.15 e 17 –
“Eis
que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde
e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta – todas as nações são
perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como
um vácuo”
É importante que lembremos isto. Não é
somente nossa igreja que está nas mãos do Senhor; e sim a totalidade das
igrejas estão em sua mãos, e Ele as sustenta. Cristo não é Senhor de alguma
seita, ou congregação, ou denominação, e menos ainda de um grupo particular,
Ele é Senhor absoluto de todas igrejas.
Jesus Cristo não esta confinado e
nenhuma igreja particular, está em todas. Não há igreja que esteja ausente e em
outra presente, sempre que nos reunimos para adorá-lo, ele se faz presente.
“... na mão direita ...” – Porque
Cristo está assentado do lado direito do Pai – Colossenses 3.1 – Isaias – “Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela
mão direita e te digo, não temas”
O simbolismo que Cristo segura com sua
mão direita a igreja é: Cristo protege sua igreja – Ele guia a sua igreja – Ele
salva sua igreja – Ele reveste de autoridade – Ele usa a sua igreja – Mateus
16.18 – “... e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” – Efésios 1.22 – “E pôs debaixo dos seus pés e, para ser cabeça sobre todas as coisas, o
deu a igreja”
“... e
anda no meio dos sete candeeiro de ouro:” – Os candelabros de ouro são
os membros da igreja, sobre quem os olhos do Senhor repousam incessantemente. Representam
a noiva que aguarda a chegada do noivo, e o noivo espera que sua noiva
permaneça fiel, verdadeira e pura. O simbolismo do texto mostra que Jesus
deseja que sua igreja brilhe no meio das trevas, onde ele as colocou. As
palavras de Jesus foram – Mateus 18.20 – “Porque
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, li estou no meio deles”
Vejamos,
a luz se difunde de Jesus para seus servos – João 8.12 – “... Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo
contrário, terá a luz da vida” - A
igreja como estrela é o lugar que retém a luz de Cristo, Ela por sua vez
transmite a luz aos membros das igrejas, os quais, dissipam as trevas que o
circundam. – Mateus 5.14 – “Vós sois a
luz do mundo, ...”
Os
verdadeiros candeeiros são os iluminados e realmente iluminam. Nada sem azeite
que alimenta o pavio que dá a luz, o azeite é o símbolo do Espírito Santo.
É
provável que os judeus temente a Deus dessa província foram aquele que
estiveram na festa do Pentecostes em Jerusalém
- Atos 2.9 – “somos partos, medos,
elemitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia” e
eles se tornaram, os possíveis discípulos
de Cristo – Atos 19.1 – “Aconteceu que
estando Apolo em Coríntios, Paulo tendo passado pelas regiões mais altas chegou
a Efésios e, achando ali alguns discípulos”
O fato de que Jesus anda entre os candeeiros
simboliza as seguintes verdades:
1.
A Sua cuidadosa vigilância sobre essa época e todas as épocas da igreja,
conhecendo suas fortalezas e fraquezas;
2.
Sem a presença de Cristo, a igreja é apenas uma pilha de pedras freqüentadas
por não espirituais. Mas com Sua presença, a igreja se trona um templo vivo
para habitação do próprio Deus – Efésios 2.22 – “no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de
Deus no Espírito” I Pedro 2.5 – “também
vós mesmos, como pedras que vivem ...”
3.
A diferença entre “Teísmo e Deísmo”. O Deísmo ensina que, há um Deus criador,
uma força superior, mas crê que ele deixou as leis naturais encarregadas do
governo de sua criação, não tendo qualquer contato pessoal com a mesma, pelo
que também não faz intervenção na história humana, tanto para punir quanto para
galardoar o homem. O Teísmo, ensina que Deus criou todo universo, e interfere
na história da humanidade, punindo ou recompensando. Cristo é o exemplo supremo
da presença de Deus entre os homens, pelo que é a maior prova do Teísmo.
4.
O Senhor é quem guarda a sua igreja e a observa.
5.
Aqueles que aceitam a Cristo como Senhor, são transformados segundo a sua
imagem e natureza. – II Pedro 1.4 – “...vos
torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção a das
paixões que há no mundo”
6.
A vigilância e a presença de Cristo não são localizadas, Ele anda por entre
todas as suas igrejas, e não meramente entre algumas de sua modernas
denominações. Isso exalta o ideal da unidade em Cristo, por parte de todos cristãos
regenerados.
7.
Isso da a entender a atividade divina na igreja, o que assiste sua propagação,
mas também em sua operação interna de santificação pessoal.
8.
O candeeiro precisa de atenção especial para bom funcionamento, a fim de darem
a luz apropriada, e Cristo dá essa atenção as igrejas. Se não fosse assim a luz
da igreja desde muito já tinha apagado.
Apocalipse 2.2 – “Conheço as tuas obras, tanto o teu
labor como a tua perseverança, e que não podes suportas homens maus, e que
puseste à prova a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achastes
mentirosos”
“Conheço
a tua obra...” – Essa é uma declaração comum a todas as sete igrejas da
Ásia Menor, descrita neste livro – Éfeso Apocalipse – 22.2 – Esmirna Apocalipse
2.9 – Pergamo Apocalipse 2.13 – Tiatira Apocalipse 2.19 – Sardes Apocalipse 3.1
– Filadélfia Apocalipse 3.8 – Laodicéia Apocalipse 3.15
Jesus
não diz estar meramente familiarizados com os Efésios, mas declara conhecer
profundamente tudo o que eles fazem, porque nada escapa a sua atenção. O
substantivo “obras”, é abrangente e
pode ser interpretado no sentido tanto de feitos bons quanto de malfeitos, tanto
no sentido positivo como no negativo. Consideremos alguns pontos:
1.
É salientada assim a Onipotência de Cristo. Essa declaração é reiterada a todas
as igrejas. – Mateus 12.25 – “Jesus,
porém, conhecendo-lhes os pensamentos ...”
2. O interesse de Cristo por sua igreja é
focalizado, porque ele conhece as suas condições, a fim de louvar ou de
repreender à mesma, e tudo o que visa produzir é modificações espirituais
favoráveis.
3.
As obras que Jesus conhece, representam as condições espirituais em geral da
igreja, e não neste caso aquilo que chamamos de “serviço ativo”. Portanto a palavra obra neste caso, indica o “caráter geral”, a natureza da pessoa,
como ela age, e o que pensa. O salmo 139 expressa com louvor essa frase. O
termo geral “obra” é desdobrado neste
mesmo versículo, para que tenha os seguintes significados:
a)
– Labor – Trabalho árduo – Serviço ativo prestado sob pressão;
b)
– Paciência – resistência neste labor, sob perseguições;
c)
– Ódio e oposição ao mal e aos atos malignos, de homens que pervertem o
evangelho e promovem a impiedade em nome de Cristo;
Ele
não vê o que esperamos ser, nem o que temos feito, nem o que pensamos que
podemos fazer, e sim as nossas condições reais, nosso caráter. isso é uma
ameaça aos hipócritas e pretensiosos; é
uma ameaça para aqueles que brincam com a fé religiosa. Mas é um conforto aos
fiéis, que são desprezados e perseguidos por outros, de dentro ou fora das
igrejas.
“... o
teu labor ...” – Todo trabalho inclui exercício físico e metal, ambos
os quais geralmente são onerosos e exaustivos. No grego “kopiao” significa “Exaurir-se,
trabalhar arduamente, lutar”. Essa palavra descreve os prodigiosos labores
da igreja apostólica, até os ímpios vêem algo nobre no labor, o que
necessariamente inclui abnegação em favor de algum causa esperançosa.
“...
perseverança ...” – Isso é mencionado de novo no versículo seguinte. A
palavra “hypomone” ocorre sete vezes
no livro de Apocalipse – 1.9 – 2.2, 3 e 19 – 3.10 – 13.10 – 14.12. Perseverança
é uma qualidade interior que expressa em esperar por Jesus, testemunhando em
favor dele, a ponto de enfrentar a morte através de perseguições, em outras
palavras, é bem maior do que “ser paciente”,
é suportar tudo estoicamente.
Sabemos
que a igreja apostólica era severamente perseguida, o livro de atos deixa isso
bem claro. A igreja de Éfeso tinha resistência em meio as aflições que eram
impostas pelas autoridade civis e religiosas. Tais dificuldades daqueles
cristãos não os levaram a perder a coragem ou negar a própria fé, eles não se
deixaram esmorecer conforme lemos no versículo seguinte. Antes participaram dos
sofrimentos do evangelho, como soldados de Cristo conforme se aprende em II
Timóteo 2.3.
“...
não podes suportar homens maus ...” – Aqueles cristãos podiam suportar
condições e teste difíceis, mas se recusavam a mostrar tolerância em favor de
homens que tentavam mudar a natureza moral e espiritual da igreja. Esses homens
é muito provável ser os Nicolaítas mencionados no sexto versículo, que se
faziam de falsos Apóstolos e falsos Profetas, que serviam de pragas para igreja
apostólica.
Jesus
advertiu seus discípulos contra falsos profetas que são lobos em pele de
ovelhas – Mateus 7.15 – 24.24 – O Apóstolo Paulo advertiu diversas vezes a
igreja a despeito de tais homens – Atos 20.30 e 31 – Galátas 1.8 e 9 – I
Timóteo 4.7 – Pedro da mesma forma – II Pedro 2.1 – João também os denunciou –
I João 4.1.
A igreja primitiva combateu ferozmente as
heresias gnósticas, seitas que procuravam combinar filosofia grega, a mitologia
e as religiões orientais misteriosas com a cristianismo verdadeiro, além de
tomarem por empréstimo elementos do judaísmo.
Suas
doutrinas repeliam a natureza divina com a humana de Cristo, crendo que o
Espírito de Cristo era uma encarnação angelical, que tinha possuído o corpo de
Jesus no momento do seu batismo, e tendo abandonado por ocasião da
crucificação. Acreditavam que havia duas pessoas Jesus homem e o Espírito de
Cristo, pois não eram mesma pessoa, não tendo em si qualquer valor expiatório.
Os gnósticos eram homens maus, que a igreja de Éfeso não permitiu que tivessem
acesso a posições influentes.
Conta
a história que o Apóstolo João em Éfeso, que se recusava a entrar nos banhos
públicos quando Cerinto, um mestre gnóstico estava presente. Alguém poderia
indagar se essa seria uma atitude correta, sem duvida temos uma missão de
pregar Jesus a toda criatura, devemos amar a todos homens como Deus amou. –
João 3.16.
A
pessoa que se devota a seguir ao Senhor não pode ceder espaço aos maus e
aqueles que intencionalmente perpetuam o mal. Deus ama o pecador, porém odeia o
pecado. Um cristão não pode tolerar malfeitores que se recusam a arrepender-se,
porém persistem em fazer o mal.
A
igreja de Éfeso tinham razão, pelo menos quando não permitirem ais homens
ocupassem posições de autoridade e de ensino, pois eles estavam infiltrados na
igreja para encorajá-los a um caminho falso. – II Coríntios 6. 14 a 16
“...
põem à prova ...” – Essa prova era parcialmente a doutrina conforme se
vê em I João 4.1 – indivíduos que rejeitam
a doutrina da encarnação e o valor da expiação de Cristo, com facilidade
era tido por mentirosos e falso Apóstolos. Além disso era aplicado o teste
prático, o evangelho anunciado por alguém transforma moralmente tal pessoa, em
caso negativo, então tal evangelho era falso. – Galátas 1. 8 e 9.
O
verdadeiro evangelho produz santidade, sem a qual ninguém verá a Deus – Hebreus
12.14 – A santificação é o elemento absolutamente necessário para a salvação,
jamais podemos chegar ao caminho de Deus sem santificação – Romanos 6.22 – II
Tessalonicenses 2.13
Os
mestres gnósticos pensavam que o conhecimento é o caminho para a salvação,
degradando a fé, e ao mesmo tempo que eliminavam totalmente a necessidade de
santidade no corpo.
Os
verdadeiros cristãos visavam ensinar aos falsos que eles não eram parte
legitima da comunidade cristão. Aplicando teste eclesiástico, esses falsos
mestres sob pressão eram convidados a se retirar da comunidade dos santos.
“... e os achastes mentirosos ...” –
Esses eram aqueles que negavam a identidade da natureza divina e humana de
Jesus, aquele que nega ao “Filho de Deus e a Sua expiação. – I João 2.22. o
mentiroso é aquele que odeia seu irmão, que não tem patê com a comunidade
cristã, e é adversário da mesma. – I João 4.20. E aquele que não aceita o
testemunho do Deus Pai concernente ao Filho, que cumpriu a sua missão
expiatória – I João 5.10.
“...dizem ser apóstolos e não são...”
– A presunção daqueles homens era grande, tais missionários itinerantes
cinicamente se chamavam apóstolos, queriam compartilhar da autoridade dos
próprios mas era um reivindicação falsa. Esses pregavam um evangelho não o de
Cristo; não eram designados por Jesus, e eram destituídos de autoridade para
servir a igreja – II Coríntios 11.13 e 14. Nos dias de Paulo os falsos
apóstolos chegavam com recomendações fraudulentas exigiam que demonstrasse seu
apostolado com endosso – II Coríntios 3.1. Paulo apresentou marcas genuínas do
verdadeiro apostolado através de sua vida, proclamando o evangelho de Cristo,
realizando sinais, prodígios, milagres e maravilhas. II Coríntios 12.12. – “Pois as credenciais do apostolado foram
apresentada no meio de vós, com toda persistência, por sinais, prodígios e
poderes miraculosos”
Visto que Jesus faz menção dos
Nicolaítas nominalmente no versículo seis desta capítulo e registra sua
presença também na igreja de Pérgamo – Apocalipse 2.15, a sugestão de que essas
pessoas eram falsos apóstolos não esta fora de propósito. Não obstante, não se
tem certeza de que fossem originários da Palestina, ou fossem enviados pelos
judaizantes. Os quais eram rejeitados pela igreja de Éfeso, e suas práticas
odiadas, desta forma eram denominados impostores.
Apocalipse 2.3 – “e tens perseverança, e
suportastes provas por causa do meu nome, e não deixaste esmorecer”
“... tens perseverança ...” – É bem
provável que Apocalipse foi escrito no governo de Domiciano considerado o
segundo Nero. Muito cristãos vinham sendo encarcerados havendo torturas e
mortes, por se recusarem eles adorar ao imperador, o qual se proclamava uma
divindade. A igreja Apostólica já sofrera sob ordens de Nero. E agora Domiciano
cujo significado do seu nome é – “degradação, crueldade , perversidade”,
costumava torturar e queimar os cristãos até a morte, somente para
entretenimento seus convivas. Tudo isso a igreja suportou pacientemente
confiando em Cristo – É com vossas perseverança que ganhareis as vossas almas –
Lucas 21.19.
“... suportastes provas por causa do meu nome
...” – O mesmo vocábulo grego é usado para indicar “teste, tribulações”
suportados, tal como o segundo versículo, é não para indicar que devemos
suportar homens malignos. No grego “bastadzo” significa “carregar, suportar
tolerar” ficando entendido qualquer coisa levado ou suportada, então esta em
foco, todas as formas de tribulação, e não há um tipo especifico de fardo, que
aqueles cristão tinham de suportar por amor a Cristo.
“... por causa do meu nome ...” Jesus
enalteceu a igreja de Éfeso por suas obras, trabalhos árduos, tolerância, por
testar a doutrina e chamar os falsos mestres de intrusos. Agora ele estava
louvando a igreja, por suportar as dificuldades por causa do Seu nome. Tudo
eles suportavam porque se apegavam a Cristo como seu Senhor e Salvador, sendo o
único Rei que tinha de ser adorado.
Aqui
vemos um exemplo a ser seguido por Pérgamo e Tiatira, portanto fracassaram em
desfazer-se dos intrusos, que queriam roubar a glória de Deus.
“...
não se deixaram esmorecer ...” – Não se cansaram, o termo verbal aqui
usado é “kopos”, palavra usada para indicar “labor”. Aqui indica labor com
exaustão.
O
nome cristão significa que alguém pertence e se identifica plenamente com
Cristo. Assim se alguém ataca um cristão, ele ataca ao próprio Cristo – Atos
9.4.
O
não esmorecer qualifica tanto as perseguições como o fato que vinham
perseverando em seu prodígios labores. Assim aquele cristão mostravam-se
possuídos de uma espiritualidade altamente desenvolvida, que podia sofrer dificuldade
por longos tempos.
Apocalipse 2.4 – “Tenho, porém contra ti que
abandonaste o teu primeiro amor”
Não
dá para entender como uma comunidade cristã que acabara de ser descrita como
leal nas perseguições sofridas e nos labores, prodigosa em obras, opositoras da
malignidade, poderia abandonar o primeiro amor a Cristo.
Algo
parece estar bastante errado como os Efésios, não demonstravam o amor por
Cristo que nutriam nos primeiros anos de sua história. Esses foram dias que o
Apóstolo Paulo pregava aquilo que era proveitoso, e por três anos foram
ensinados o que é ser cristão – Atos 20.20,21 e 31.
Cerca
de uma década depois, o Apóstolo Paulo escreveu carta para Timóteo que era
pastor da igreja de Éfeso, e lhe disse que amar com coração puro, com boa
consciência e com fé sincera é o alvo da obra de Deus.
O
amor deveria ser recíproco na igreja de Éfeso, ou é do amor cristão pelo Senhor
– Mateus 22. 37 a 40 – “Ame ao Senhor ,
seu Deus, de todo seu coração, de toda tua alma e de todo seu entendimento.
Esse é o primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame seu próximo
como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”
O
amor genuíno por Deus leva instintivamente a expressar amor ao próximo,
enquanto amar ao próximo é uma expressão do amor por Deus – I João 4.20 – “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu
irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode
amar a Deus, a quem não vê”
Quando
Jesus diz que os Efésios havia perdido seu primeiro amor, ele não quis dizer
que eles viviam e agiam sem o amor por Deus ou por seu próximo. Essa expressão
significa que eles não agiam como propagadores da fé. A verdadeira essência do
evangelho se perdera, ou seja, eles amavam ao Senhor mas não com o coração, e
sim com a alma e a mente – João 4.23 – “Mas
vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.”
A
primeira geração da igreja fez um extraordinário esforço para que a palavra de
Deus se difundisse amplamente e crescesse em poder – Atos 19.20 – “Assim, a palavra do Senhor crescia e
prevalecia poderosamente” – o Apóstolo Paulo escreve uma carta nos últimos
anos para os Efésios de teor que os enaltecia por sua fé em Cristo e no amor
pelos irmãos. Mas os filhos e netos dessas pessoas deixaram-se influenciar
pelas heresias dos gnósticos, e o entusiasmo pelo Senhor tinha poça
genuinidade.
Qual
seria o motivo de uma igreja tão fervorosa esfriar e perder parte de seu amor
de uma hora para outra? Vamos citar alguns possíveis fatores responsáveis pelo
ocorrido.
1.
A perda do amor por parte deles, ainda não começara a modificar a conduta
deles, mas sem duvida começaria a fazê-lo em breve, e isso de maneira
necessária;
2.
O amor por parte dos Efésios não tão grande, nem tão espontâneo como nos
primeiros anos da igreja;
3.
O décimo terceiro capítulo de primeira Coríntios mostra-nos que todas as ações
cristã, bem como exercício dos dons espirituais devem ser inspirados pelo amor,
em caso contrário todos os dons exercido dentro da igreja são nulos.
“...
contra ti ...” – Notemos que a condenação se segue ao elogio.
Certamente que precisamos de ambos asses elementos, se criticarmos os outros
por algo que não nos agrada, também os elogiamos pelo que há de bom neles.
Nossas criticas se mostram carregadas de um poder que transformam os homens
para melhor. Porém se tão somente criticamos aos nossos semelhantes, ignoramos
qualquer coisa que há de bom neles, assim podemos apenas feri-los, piorando o
estado deles e adicionando opróbrio a quaisquer defeitos que porventura tenham.
Por outro lado se não fizermos outras coisas senão elogiá-los, então eles
ficaram estragados e mimados, tento uma falsa idéia sobre aqui que realmente
são. Sempre haverá algo na vida do ser humano que precisa sofrer mudanças. – I
Coríntios 4.14 a 16 – “Não vos escrevo
estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a
filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em
Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei
em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.”
“...
abandonaste ...” – Essa palavra significa “partir, ir-se, deixar,
dispensar”, é a mesma palavra usada para indicar “repudio ou divórcio”. Os
cristão de Éfeso tinham divorciado do seu primeiro amor emocional. Portanto o
amor verdadeiro é mais do que uma emoção, antes é um dos fruto do Espírito, ou
seja, é primeiro e principal produto do desenvolvimento espiritual, sendo esse
o solo onde medram todas as demais virtudes espirituais. – Galátas 5.22
O
quinto versículo deste capítulo contém ameaças que o “candeeiro” que
representava o povo de Éfeso poderia ser removido, se não houvesse
arrependimento. Isso mostra que não poderiam continuar por muito tempo, antes
sua falta de devoção a Cristo resultaria na perda da razão mesma de continuarem
sendo igreja, razão essa que é de ser igreja iluminada para iluminar esse mundo
tenebroso.
Advertência
contra o divórcio espiritual – É possível que um cristão cheio do Espírito
Santo comece a gradualmente ceder aos apelos da carne, do orgulho pessoal e dos
desejos mundanos. Neste caso o cristão divorcia-se daquilo que anteriormente
lhe era precioso, não menos se dá no caso do homem que perde paulatinamente o
amor pela mulher, que antes era sua noiva amada, e depois de mais algum tempo
percebe que deseja separar de todo vinculo que tem com ela, com a finalidade de
buscar outra mulher. Acabará encontrando outra mulher que lhe satisfaça, isso
tão somente ocorrerá porque ele se divorciou no seu coração daquela que antes
amava realmente.
“
...
amor ...” Existem variedades e níveis diversos de amor, conforme se vê
nos seguintes pontos.
1.
Há o amor de Deus pelo homem, é conhecido como “amor Ágape ou Agapal” – João
3.16 – É a fonte de todo outro amor, até aqueles manifestos pelos incrédulos.
2.
Há amor de Cristo pelo homem, o qual é uma extensão do amor de Deus e, em sua
essência, é a mesma coisa. – II Coríntios 5.14.
3.
Há amor do individuo por si mesmo, num efeito inteiramente egoísta, pois e preocupa
apenas consigo mesmo.
4.
Há amor de um homem por outro ser humano. Quando alguém ama outrem, deseja para
o próximo o que deseja a si mesmo, ou transfere o cuidado por si mesmo para
outra pessoa, desejando o seu bem estar, tal como deseja seu próprio bem estar.
Ele é conhecido como “amor fraternal”, ele pode ser manifesto de pai para
filho, de irmão para irmão, etc, ...
5.
Há amor dirigidos a Cristo, o Filho de Deus, ou então a Deus Pai,o que
significa que amamos aos nossos semelhantes. – Mateus 25.35.
6.
Há amor do homem a Cristo, ou Deus pai diretamente expresso, ele é normalmente
expresso por meios místicos, mediante a ascensão da alma que passa contemplar a
Deus.
Quantas
pessoa hoje em dia pregam e atacam males como: mundanismo, modernismo,
comunismo, embora sua mensagens reflitam pouquíssimo do amor conquistador por
Cristo. Tornam-se polemistas profissionais, mas pouco ou nada sabem do amor
construtivo.
Há
um caminho melhor do que esse. É o caminho do amor, o amor transforma tudo que
toca, os homens são atraídos pelo amor. Os homens amam quando são amados, e
odeiam quando são odiados.
O amor é fruto do Espírito Santo – Pode-se supor
que o cristão obreiros de Éfeso, foi perdendo a comunhão com o Espírito
Santo. Em suas almas se haviam desviado
para coisas menos importantes. A formação de Cristo neles estagnaram, e talvez
até tenham revestido, até certo ponto.
Amor é supremo dom do Espírito Santo
– Deus não aceita a generosidade nem o sofrimento que não são motivados pelo
amor. Martírio egoísta não vale de nada.
Apocalipse 2.5. – Lembra-te, pois, de onde caíste,
arrepende-te e volta a prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e
removerei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”
“Lembra-te ...” – É uma exortação
acerca dos dias anteriores, quando a devoção intensa a Cristo era a força
motriz de uma vida piedosa, e de um imenso serviço.
“... de onde caístes ...” – Consideremos os pontos de uma pessoa que
declina espiritualmente..
1. Tinham caído de maiores elevações espirituais;
2. Tinham caído do serviço motivado pelos princípios
dos amor;
3. Tinham
caído a despeito de continuar defender a verdade;
4. Tinham caído apesar do labores e prodígios;
5. Tinham caído apesar de sua lealdade debaixo da
perseguição.
A bíblia nunca diz que Cristo vem para punir, ou
pesar a mão, quando erremos ou falhamos. Mesmo se porventura cairmos, ele
sempre estende sua mão para nos levantar – Salmos 37. 24 – “Se cair, não ficará prostrado porque o
Senhor segura pela mão”
“... arrepende-te ...” – O termo
grego “metanoeo” significa “mudança de mente” correspondente a mudança de conduta.
A ordem do Senhor aponta não só para as faltas deles, mostra também como
corrigi-las. Após criticar negativamente suas conduta espiritual, ele lhes
ordena positivamente que a restaurem. Era preciso lembrar constantemente de sua
posição anterior, renovando sua própria história eclesiástica, recordando do
que fizeram seus antepassados anos atrás, e assim recordarem sua história,
devem reconhecer que mudaram para pior.
A natureza do arrependimento:
1. Ele representa muito mais do que mudança de
mente, o que evidencia por meio de atitudes e ações novas;
2. O arrependimento faz parte da conversão, e está
vinculado ao problema do pecado. Precisamos reconhecer nossa natureza
pecaminosa, e pedir para Espírito Santo guiar nossa vida. – Galátas 5. 25 – “Se
vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”
3. O arrependimento é um ato divino, é concedido
pelo próprio Deus. – Atos 11.18;
4. Também é uma reação humana porquanto os homens
são convocados a arrepender-se. Atos 17.30;
5. O arrependimento nos leva a vida eterna, pois a
conversão resulta na santificação, e a santificação na glorificação e na
salvação final – II Tessalonicenses 2.13
Como servos de Deus precisamos entender que
diferenças entre arrependimento e remorso. Através da vida de Pedro e Judas encontramos o
exemplo real de arrependimento e remorso. Ambos eram discípulos de Jesus, ambos
erraram diante do Mestre, ou seja, Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus,
Ambos ficaram tristes, depois do fato Pedro saiu e chorou amargamente. Judas
ficou só, depois se retirou e enforcou-se. Em Judas vemos uma tristeza que
operou morte. A Bíblia nos mostra que o arrependimento inicia o Caminho da
Salvação. Mateus 26. 31 a 35 – Mateus
26. 69 a 75 – Mateus 27. 3 a 10 – João 21. 15 a 17
Vemos
que Judas se enforcou, não encontrou o
caminho do arrependimento, Pedro entendeu que Jesus jamais estava Eli
para o reprová-lo, nem tão pouco condená-lo, e sim para perdoá-lo.
Confessemos
o mal, tenhamos consciência de sua
destrutibilidade; busquemos a mudança positiva no intimo, a transformação na
direção da imagem santa de Jesus Cristo.
“...
volta as praticas da primeira obra ...” – As primeiras obras não são
novas nem diferentes em modalidade de ação, são as mesmas, mas motivadas pelo
amor original, de maneira que pareça novas. É provável que o vidente João tenha
em mente todas as formas diferentes de obras cristã, como a do evangelismo, do
ensino e a do exercício dos dons espirituais no seio da igreja que visam sua
edificação e a do exercício da bondade e do amor as práticas que beneficiam ao
próximo.
“...
se não ...” – Se falharmos em corresponder à reiterada chamada de
atenção de Jesus a que se arrependa, o Senhor tomará medidas drásticas. A graça
divina pode ser acolhida ou repelida. Podemos desviar-nos, esfriar na fé,
tornar-nos indiferentes, inúteis, ser rejeitado, naufragar e tornar-nos
incrédulos e apóstatas. O Apóstolo Paulo nos adverte severamente a despeito de
não sermos sensíveis a voz do Espírito. – I Timóteo 4. 1 e 2 – II Timóteo 4. 1
a 5
“...
venho contra ti ...” – Consideramos dois pontos seguintes:
1.
A visitação de Cristo na igreja de Éfeso, ou qualquer outra comunidade cristã,
para efeito de juízo, embora cada caso de visitação seja diferente dos demais
casos.
2.
Fica submetido aqui a “parousia” – Quanto Cristo voltar encontrará alguns
cristãos despreparados, o que significa que, necessariamente haverá certo juízo
contra tais.
“... e
removerei do seu lugar o teu candeeiro ...” – O fato histórico que o
testemunho cristão antes do tão poderoso em Éfeso, desapareceu. O candeeiro
aqui é a igreja e o seu testemunho. A ameaça, não obstante, se falharem em
corresponder à chamada de atenção de Jesus a que se arrependessem, seria tomada
medidas drásticas. Certo escritor
comenta ao descrever uma época cerca de setenta e cinco anos passados as
palavras de Cristo, diz-nos que visitou Éfeso, e ali achou somente três
cristãos, os quais eram muitos ignorantes.
Uma
igreja deixa de ser igreja quando ela cessa de servir a seu Mestre com o
genuíno amor e dedicação. O que satanás quer é que o cristianismo morra
espiritualmente, e conseqüentemente sai de cena. Os membros das igrejas podem
ainda congregar-se, porém se reúnem para propósitos apenas sociais, e não
espirituais.
“...
caso não se arrependam ...” – Somos chamados ao arrependimento, fica
entendido que somo capaz de fazê-lo. Deus não impede a nenhum homem de
arrepender-se. Assim, se alguém busca lugar de arrependimento, sincera e
honestamente, haverá de arrepender-se, o poder da cruz é tão grande para que o
maior do pecadores encontre esse caminho. João 12.32
Apocalipse 2.6 – “Tens, contudo, a teu favor que
odeias as obras do Nicolaítas, as quais eu também odeio”
Agora
somos levados de volta ao segundo versículo, que fala sobre a resistência
contra os falsos Apóstolos, homens maus e mentiroso, conforme ali são chamados.
Nicolaítas – Não há como identificar com
absoluta certeza quanto a quem é referida tal seita. Portanto temos alguns
idéias a respeito delas.
1.
O vocábulo significa “dominadores do povo”. Na opinião de alguns seriam os
leigos. E daí tiram a suposições que está em foco a manifestação inicial das
ordens sacerdotais ou clero. Neste caso seria aqui combatida a formação do um
clero profissional, e; no décimo quinto versículo deste texto.
2.
Alguns associam a seita a Nicolau, prosélito de Antioquia, um dos sete
discípulos originais de Jerusalém. Alguns acreditam que ele se desviou da sua
genuína vocação eclesiástica – Atos 6.5. Pensa-se que ele tornou-se líder de
alguma seita gnóstica anônima. Parece ter participado de festas idólatras,
incorporado imoralidade e sensualidade em suas práticas, no que seguem a
tradição gnóstica.
3.
Em épocas posteriores houve uma seita gnóstica conhecida por “os Nicolaítas” a
qual é mencionada por Tertuliano que também era da índole gnóstica. E Clemente
de Alexandria a as Construções Apostólicas juntamente com Vitorismo fizeram a
tentativa de mostrar que essas duas seitas não tinham nenhum vinculação entre
si essa posição é quase certamente correta, ainda que alguns intérpretes tenham
imaginado a identificação das duas. O livro de Apocalipse foi escrito antes
desse tempo, para referir-se à segunda dessas seitas do mesmo nome.
4.
Podemos pensar que Nicolau aqui em foco foi um personagem histórico, que
residia em Éfeso ou naquela área geral, embora não devia ser identificado com
do mesmo nome que era de Jerusalém.
5.
Finalmente há aqueles que supões que não devemos imaginar que Nicolau fosse o
nome de alguma pessoa real viva, ou seja, tudo não passa de um titulo dominador
do povo ou destruidor do povo, da igreja cristã dali. É certo que esteja em
foco algum centro gnóstico agindo dessa forma.
Muitos
interpretes identificam os Nicolaítas como seguidores de Balaão, aludido no
décimo quarto versículo deste capítulo, ou supõem que ambos os grupos eram
apenas representantes locais de uma mesma seita herética gnóstica. O que
provavelmente isso seja correto.
“...
odeia as obras do Nicolaítas ...” – Agora Jesus insere que os cristãos
de Éfeso odiavam as obras dos Nicolaítas, e acrescenta que Ele odeia igualmente
essas obras e suas ações pervertidas e imorais Apocalipse 2,14, 20 – Note que o
ódio é direcionado para as obras, não para as pessoas. Jesus odeia o pecado,
porém estende seu amor para o pecador. Enquanto o pecado é uma afronta a Sua
santidade, a missão de Jesus é conduzir os pecadores ao arrependimento. Lucas
5.32.
Notemos
a atitude correta para com o pecado. Os verdadeiros cristãs odeiam à
imoralidade, conforme os efésios odiavam quem praticavam essas obras carnais. Gálatas
5. 17 a 24.
No
versículo segundo deste capítulo lemos que os efésios podiam suportar os maus
homens que julgavam-se apóstolos, porém não o eram. Quando somos fieis a
alguém, precisamos repreender seus pecado e erros, mas isso deve ser feito com
intuito de conquistar tal pessoa e não de afastá-la, pelo que não se pode usar
de espírito orgulhoso e altivo, conforme se verifica. – Salmos 97.10 – “vós que amais ao Senhor, o mal ....”
Provérbios 6. 16 e 19 – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma
abomina .... o semeia contenda entre os irmãos”
Apocalipse 2.7 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz as igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da Árvore da
Vida que se encontra no parais de Deus.”
“...
Quem tem ouvidos, ouça ...” – Essa frase foi emitida pelos lábios de
Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui aparece com um
complemento “O que o Espírito diz a igreja” ocorrendo em cada uma das cartas
individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22). Trata-se de uma solene chamada,
para que se aplique o que acaba de ouvir. Já que Cristo é apresentado como quem
fala, não admira que a forma de expressão seja similar a declarações genuínas
de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 – 13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 –
Lucas 8.8 – 14.35.
Essa
é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser
lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las
pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto já
que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em funcionamento
então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática o que lhes
estava sendo lido.
A
primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir
mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido. A segunda
parte é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito
Santo. Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras
passagens das escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.
Os
ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que
concerne ao ouvido que ouve.
No
fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem
visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, com noção olhos para verem e
ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de
Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias –
“Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede, vede
mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os
ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir
com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” –
Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi
agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes,
tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém
andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para
trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até
hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando
de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz
fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26
Essas
citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa
sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.
Podemos
citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2
– “Filho do homem, tu que habitas no meio
da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não
ouve, porque é tu casa rebelde” - O
ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos
homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes,
enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto natural,
pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era
seu rosto”
O
Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes?
tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E ,tendo ouvidos, não
ouvis?” – Marcos 8.17 e 18
E
não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário,
cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira
nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas”
– II Timóteo 4. 3 e 4.
Ora,
por nada menos do que sete vezes nos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa
aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que diz
o Espírito as igrejas”
1
– Visam a todos os membros da igreja.
2
– Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual,
por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e
encontrado.
3
– Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por
conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem
imperativos divinos.
4
– O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente; fornece-nos
um vislumbre da glória futura.
5
– Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém,
também aplica-se individualmente.
“... o
que o Espírito diz ...” – O Espírito Santo é o porta voz de Cristo em
Apocalipse. O seu poder divino que dá prosseguimento a sua obra, dentro e fora
da igreja. O Espírito Santo de Deus fala – “E
servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me agora a
Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado”
“...
as igrejas ...” – A mensagem foi dirigida não somente a igreja de
Éfeso, e sim as sete igrejas da Ásia Menor, para onde foi originalmente enviado
o livro de Apocalipse. Acredita-se que cada uma das sete igrejas recebeu copia
da carta de Apocalipse dos capitulo dois e três. Naturalmente elas
representavam a igreja universal.
“...
ao vencedor ...” – Em cada uma das sete igrejas de Apocalipse há um
“vencedor”. Em cada época, haverá vencedores, a despeito dos problemas e das
crises diferentes que tiverem de enfrentar.
Em
cada caso, e cada uma das sete igrejas da Ásia Menor, o “vencedor”
é aquele que dá atenção às advertências e instruções da carta sob consideração,
e cumpre aquilo que dele é exigido. A igreja em Éfeso o grande triunfo seria a
perseverança contra as obras dos Nicolaítas que a si mesmo se denominam
apóstolos é não eram.
Aqui
temos um palavra chave neste sentença, é a expressão “vencer”, que no grego está no particípio presente “aquele que vencer”. A vitória antecipada
da igreja tem seus fundamentos postos na vitória já conquistada por Jesus
Cristo. Ele venceu a guerra, mas ela ainda não terminou. Não só os Mártires,
mas cada cristão esta pessoalmente engajado nessa guerra contra satanás e seus
correligionários. Considerando os pontos abaixo:
1.
O vencedor é aquele que Permanecer fiel a Cristo, opondo-se as práticas
gnósticas;
2.
O vencedor é aquele que der ouvidos às admoestações de retornar ao primeiro
amor, e as premiras obras;
3.
O vencedor é aquele que repelir as mensagens sem moral dos Nicolaítas, mantendo
a pureza da fé;
4.
O vencedor é aquele que permanecer constante, sob meças e perseguições
políticas,
militares
e religiosas;
Portanto,
cada seguidor de Cristo recebe promessa e vida eterna e todas as demais
promessas que ele faz ao seus servos. – Apocalipse 2.10, 17, 26 – 3.5, 12 e 21.
Todas as promessas são feitas ao vencedor, isto é, a cada cristão genuíno.
Todo
cristão genuíno é um vencedor porque:
1.
Não existe cristão verdadeiro que também não seja um soldado, e está envolvido
em uma guerra, não sendo mero espectador. Ele conta com armadura de Deus e a
usa, domina e vence o mal – Efésios 6.11;
2.
Coisa alguma foi prometida àqueles que não se mostrarem vencedores nessa luta.
Cada uma das sete epistolas do Apocalipse promete algo ao vencedor – Apocalipse
2.7, 10, 17, 26 3.5, 12 e 21;
3.
Cristo é o vencedor Mor, Ele é o nosso exemplo. Quanto a esse título que é
aplicado ver – Apocalipse 3.21 – 5.5 e 17.14
“...dar-lhe-ei
...” – Temos aqui o original rego, o tempo futuro do verbo “didomi”
onde se repete onde várias promessas são feita por Cristo em Apocalipse 2.10,
17, 23, 26, 28 – 3.8, 21 – 6.4 – 11.3 – 21.6.
“...
se alimente da árvore da vida ...” – Jesus promete ao vencedor o
direito de comer da árvore da vida. Isso leva-nos de volta ao Jardim do Éden, e
assegura-nos que aquilo que foi espiritualmente perdido através do pecado pode
ser recuperado em Cristo, e, de fato, será recuperado por todos os vencedores.
O
texto leva o leitor de volta aos primórdios da história humana. Depois do
pecado cometido por Adão e Eva, Deus os expulsou do jardim e colocou ali um
anjo com uma espada flamejante para guardar a árvore da vida – Gênesis 2.9 –
3.22 a 24. Ao guardar aquele árvore, Deus impediu nossos antepassados de
comerem do seu fruto, e assim de viverem eternamente no estado destituído de
redenção na qual subsistem os anjos apóstatas. A redenção do seu povo, a qual
Jesus Cristo conduz à plenitude na consumação, inclui a promessa de que todo o
que vencer comerá da árvore da vida que está no paraíso – Apocalipse 22.2,14 e
19.
A
questão do comer, é simbólica apontando para obtenção da vida eterna e da
nutrição espiritual com satisfação de toda e cada necessidade. Comparemos com o
comer do “Pão da Vida” em João 8.48. aquele que se alimenta do Pão, assume a
própria forma de vida e a própria natureza do filho, porquanto seus efeitos
alimentares são transformadores. – João 8.51 – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”
Então,
se alimentar da Árvore da Vida, envolve muito mais do que a restauração do que
se perdera no Éden, pois obteremos imortalidade, e teremos o mesmo tipo de vida
que possui o próprio Deus Pai. Naturalmente não neste ponto qualquer alusão a
alguma árvore literal, essa árvore simboliza a transmissão da vida eterna aos
homens – João 3.15.
A
bíblia nos garante que, no novo paraíso que nos espera futuramente teremos
imensa vida espiritual, a própria vida independente e necessária, a vida que
tem vida em si mesma o origem da vida, que não pode deixar de existir.
O
termo paraíso ocorre somente três vezes no Novo Testamento – Lucas 23.43 – II
Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a expressão “Jardim do
Éden”, se converte a paraíso. Deriva da Pérsia antiga, esta palavra descreve um
parque num vale como lugar de benção. No Antigo Testamento, ela subentende um
lugar de deleite, sem a contaminação do pecado.
A
palavra descreve vida abençoada que os cristão terão com Cristo no novo céu e
na nova terra. O paraíso de Deus é semelhante, mas também é bem diferente do
Jardim do Éden que Deus criou para Adão e Eva.
É
deveras lamentável que, na igreja evangélica de hoje em dia, a “salvação” é
reduzida apenas ao perdão de pecados e a futura mudança de endereço para os
céus. Na verdade, a salvação consiste daquilo que acontece conosco, a espiritualização
do nosso próprio ser, a qual assumimos a natureza de Cristo, ou seja,
compartilhamos de seus atributos e de sua glória. Isso é o que está envolvido
no fato que nos alimentamos da árvore da vida, nos mundos eternos. – Provérbios
3.18 – “É árvore da vida para os a
alcançam, e felizes são todos os que a retêm” – e ainda Provérbios 11.30 –
13.12 – 15.4.
O
simbolismo da “árvore da vida” também esta presente em toda mitologia antiga,
desde da Índia até a Escandinávia.
Os
judeus e islamitas chamavam o vinho de “árvore da aprovação” – o Zend Avasta
tem sua própria árvore da vida chamada de “Destruidora da Morte”segunda a lenda
ela medraria às águas da vida, e o beber de sua seiva conferia a imortalidade. –
A árvore da vida dos Hindus é retratada como árvore que medra de dentro de um
grande mar, em meio à expansão das águas. Teria três galhos, cada um coroado
por um sol, denotando os três poderes da criação, da preservação após a
destruição. – Em uma apresentação, Buda aparece a meditar, assentado debaixo de
uma árvore com três galhos,cada um dos quais por sua vez tem três ramos. – Os
Babilônicos adora uma imagem de três sacerdotisas a ajuntares o fruto que
parece ser uma palmeira, com três ramos de cada lado. Ator, a Vênus dos
egípcios aparece meio oculta nos ramos do pessegueiro sagrado, entregando seu
fruto às almas que partem, bem como dar-lhes a bebida do céu mediante um vaso,
de onde as correntes da vida descem sobre o espírito, uma figura ao pé da
árvore como se fora um falcão, com sua cabeça humana e com mãos estendidas.
– Na mitologia Norueguesa, há um a figura proeminente é o “Lgdrail”
a árvore-cinza da existência; suas raízes estão no reino de “Hela, ou Morte”
seu tronco atinge se espalha pelo universo inteiro. A seus pés, no reino da
Morte estão assentados três “Norns” representando o “passado, o presente e o
futuro”, e reagem sua raízes com água retirada do poço sagrado.
A
narrativa de Gênesis fala da árvore, cujo fruto foi proibido. A mensagem aos
cristão de Éfeso fala de uma árvore que os cristão vitoriosos receberão
permissão para comer. Após a provação vem a santificação. Existem coisa que só
são entregues ao homem depois de serem disciplinados, para comer da árvore da
vida tem que haver uma disciplina nobre, e não concupiscência desregrada. A
vitória pessoal sobre o mal é a condição a qual ninguém comerá da árvore da
vida. – Hebreus 12. 4 – “... sem
santificação ninguém verá o Senhor” – A santificação é absolutamente
necessária à salvação, conforme se aprende em II Tessalonicenses 2.13 Romanos
6.22.
Aqueles
que evitassem as libertinagem dos Nicolaítas, eventualmente ficariam plenamente
satisfeitos com abundância da árvore da vida. Foi a madeira da árvore da vida
que gerou a Cruz de Cristo, e esta a vida eterna para todos aqueles que nela se
firmarem. – Colossenses 1.20.
“...
paraíso de Deus.” – O termo paraíso ocorre três vezes nas Escrituras –
Lucas 23.43 – II Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a
expressão “Jardim do Éden”, a qual na tradução grega do Antigo Testamento se
converte em paraíso.
Muitos
conceitos foram elaborados através dos séculos sobre o “paraíso”, vamos alguns
deles:
1.
O vocábulo Persa antiga “paraíso” tem o sentido de “Jardim, terreno ou
celestial”, ou seja um “lugar de deleite, descanso ou refrigério”. No Antigo
Testamento, ela subentende um lugar de deleite, sem contaminação do pecado
2.
Foi apenas natural que o termo viesse a ser aplicado aos conceitos do
“após-vida” quando as almas justas encontrarem um lugar de descanso dotado de
magnificante beleza, e vida eterna. Por isso os rabinos faziam dele um
equivalente ao “seio de Abraão”; ou seja, a porção boa do Hades – Lucas 16.22 e
23. 43
3.
Essa palavra também é usada para identificar a presença de Deus, nos céus mais
elevados. A Nova Jerusalém é a capital dos novos céus e nova terra nos
capítulos vinte e um e vinte e dois do presente livro, podendo-se observar que
a “árvore da vida” estará localizada ali. Assim sendo a Nova Jerusalém é
identificada com o “paraíso” pelo vidente João.
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NOTAS ADICIONAIS
SOBRE APOCALIPSE 2. 1 a 7
A
igreja de Éfeso fora abençoada com pastores excelentes, dentre os quais Paulo e
João foram Apóstolos de Jesus, e Timóteo um cooperador apostólico. Sabemos que
Paulo viveu em Éfeso durante três anos, e que Timóteo ministrou a igreja por
sessenta anos. Presumimos que João tenha deixado Jerusalém no final dos anos
sessenta e fixando residência em Éfeso, onde passou o resto de seus dias,
exceto por sua breve estadia na Ilha de Patmos. Ainda que os cristão tenham
sido espiritualmente moldado por esses três homens, começaram a declinar seu
amor por Cristo. E ainda que João, como apóstolo do amor, tenha ordenado que as
pessoas amassem umas as outras – I João 4.7 a 12 – não ele, mas Jesus, como
Supremo Pastor e Bispos de seu rebanho – I Pedro 2.25 – 5.4 – está caminhando
no meio da sua igreja.
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O CORPO DE
CRISTO – IGREJA DO SENHOR
O
copo de Cristo é a igreja, e não uma sociedade; é um organismo vivo, e não uma
organização; é um ser vivo, e não uma entidade formal. Enquanto uma sociedade
ou organização pode ser determinada a deixar de pagar impostos e cumprir seus
deveres os membros do corpo de Cristo deixam de ser uma igreja quando cessam de
difundir a luz do evangelho.
A
palavra church (inglês), kirche (alemão), kerk (holandês), deriva do termo
grego “kyriake”, significa “pertence ao Senhor”. Os termos românticos
usam derivado do grego “Eclésia” que significa “povo de Deus chamado do mundo”,
églisi (francês), iglesia (espanhol), chiesa (italiano).
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FONTES DE ESTUDO
Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo
– R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon
Kistemarker
Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes
Dias Lopes
ÉFESO – APOCALIPSE 2. 1 a 7
Porque
João escreveu sua carta listando primeiramente a cidade de Éfeso, sendo que,
Pérgamo era a capital administrativa da província Romana da Ásia? Porque mesmo
sendo Pérgamo a capital da província Romana, Éfeso era a cidade mais
importante, reclamava o título de “a
primeira e maior metrópole da Ásia” ficando atrás apenas de Roma, capital
do império. Vejamos quais os fatores que puseram Éfeso nesta situação.
LOCALIZAÇÃO DA CIDADE
Nos
tempos de João Éfeso era o porto mais importante da Ásia. Todos os caminhos do
vale do rio Cayter conduziam a ela, cerca de cinqüenta e seis quilômetros de
Esmirna. Esse rio era o caminho que uniam Éfeso com o rio Eufrates e a
Mesopotâmia, sendo Colossos e Laodicéia os pontos intermediários mais
importantes. Também convergia para Éfeso o caminho da Galácia, atravessando
Sardes em seu percurso. Outro caminho para o Sul, o Vale do Meandro, rico em
agricultura, também chegava a Éfeso, portanto todos que viajavam para Ásia
Menor, obrigatoriamente passava pela cidade de Éfeso. A tradução do se nome
provavelmente significa “Desejável” Havia estabelecido um estatuto do procônsul
romano que, era obrigatório o desembarque no porto de Éfeso todos que vinham a
Ásia Menor.
Éfeso
era a entrada para a cidade de Roma. Anos mais tarde, quando muitos mártires
foram capturados na Ásia e levados a Roma para serem lançados aos leões, Inácio
rebatizou a Éfeso de “Porta dos Mártires”
Essa
posição converteu Éfeso na cidade mais rica de todas da Ásia. Poderia
conceber-lhe como “feira de vaidades” do mundo antigo.
Era
uma cidade livre, pela importância de seus serviços ao imperador. As cidades
livres se governavam a si mesma e estavam dispensadas da obrigação de receber e
alojar tropas imperiais. Além disso era em Éfeso que celebrava uma vez por ano
os mais famosos “jogos atléticos da
Ásia”
Hoje
a atual Turquia, adentrando-se desde o mar Egeu e desde há muito conhecida
“Anatólia” que significa “Nascente do sol”, está salpicada de ruínas das
renomadas cidades antigas como Sardes, Pérgamo, Hierápolis, Afrondísias e
Éfeso., dentre essas Éfeso é a mais bem preservada.
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HISTÓRIA DA CIDADE
Ao
que parece Éfeso foi fundada por gregos jônicos, em cerca de 1050 A.C sob a
direção de Androclus filho do rei Codro. Neste tempo competia com Mileto e
Esmirna, para ser o porto de exportação
da Ásia Menor. Éfeso tornou-se um dos grandes centros do movimento cristão
primitivo. Depois da destruição de Jerusalém no ano de 70 D.C, tornou-se o
centro mais importante da época. O Apóstolo Paulo passou ali três anos,
evangelizando a cidade e a região em derredor, de tal modo que a igreja ficou
bem estabelecida, tal que, o Apostolo usava a cidade como sede de operações na
Ásia, foi neste período que ele escreveu as duas epistolas aos Coríntios.
Supõem-se que foi de Éfeso que Paulo tenha escrito as chamadas “cartas da
prisão”, ou parte delas. Apesar de destruída, hoje sua localização é a Turquia.
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A RELIGIÃO QUE PREDOMINAVA EM ÉFESO
Éfeso
era o centro do culto de “Ártemis” que em nossas bíblias é traduzido por “Diana
dos Efésios”. Esse templo era uma das
sete maravilhas do mundo antigo. Os templos antigos consistiam principalmente
de colunas ao redor de um lugar central, que era o único coberto em todo
edifício. A imagem da deusa Diana habitava este santíssimo era uma das mais
sagradas, era tão velha que ninguém conhecia a sua origem.
Éfeso
era um centro Politeísta e Diana dos Efésios a principal e venerada em toda
cidade. A semelhança de Apolo, ela era representada armada de arco e flechas,
que subjugava monstros gigantes. Era considerada uma divindade benéfica e
ajudadora, Apolo era o deus luminoso do dia e Diana com sua tocha, era a deusas
da luz e da noite, por esse motivo veio ser identificada com a deusa da lua e
da noite. Todas as feras era consagrada a ela, embora fosse considerada
caçadora, e também assumiu o aspecto da deusa da guerra, Minerva. No paganismo
era venerada como “Deusa Virgem”e protetora das donzelas. Diana chegou receber
sacrifícios humanos nos cultos prestados a ela.
O
texto de Atos 19.36, nos informa que Diana era adora como a “deusa que caiu do
céu”, sem duvida isso significa que algum meteorito foi recolhido e moldado
para formar a sua imagem.
O
culto idólatra e Éfeso tina apoio de livros sagrados chamados “Ephesia
Grammata”, eram numerosos e continham receitas de encantamentos e artes
mágicas. Quando o Evangelho lançou raízes em Éfeso, grande quantia desse
material foi queimado em praça publica – Atos 19.19.
Além
disso Éfeso também tinha seus templos erigidos para promover a religião
imperial de Roma, os quais eram dedicados aos imperadores Romanos Adriano e
Severo. Havia o templo dos “Sabastoi” dedicado a família de Vespasiano, Tito e
Demiciano. O culto a Artemis e a religião do estado de Roma eram bem estreita.
Os prefeitos romanos forçavam o povo a adorar os imperadores, e fazer profissão
de fé, a frase que tinham que declara era: “Cezar é o Senhor”, os cristãos que
não colocavam os Cezares acima de Cristo eram perseguidos e mortos. Assim
sendo, era um centro importante da religião pagã.
O
templo de Artemis além de ser um centro importante de vida religiosa, era um
centro de imoralidade e crime. Ares adjacentes do templo propiciavam
impunidades aos criminosos. Na época que João escreveu o livro de Apocalipse,
as partes inferiores do templo de Artemis eram um abrigo seguro para os
assaltantes, ladrões, mercadores de escravos, e saqueadores de templos. Ele era
considerado um lugar de asilo, qualquer
criminoso podia considerar-se seguro caso conseguisse entrar no Templo de
Ártemis. O templo tinha centenas de sacerdotisas que funcionavam como
prostitutas sagradas.
Éfeso
também era famoso como centro mundial da superstição, todos conheciam as Letras
de Éfeso, eram amuletos que podiam remediar virtualmente qualquer mal, curava
enfermidades, esterilidades, assegurava êxito em bons negócios, boa sorte nas
viagens, vitória nas guerras e competições esportivas, etc as pessoas vinham de
toda parte a Éfeso para comprar as letras mágicas.
Todas
essas características faziam de Éfeso uma cidade que transbordava de
imoralidade de todos tipos. As pessoas eram libertinas, supersticiosas, vis e
violentas. Herácio o filósofo grego chamado de “chorão” explicava que viver em
Éfeso sem deixar de chorar por essa degeneração era difícil. Uma célebre frase
dele: “ A moral do templo é pior que a
moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilam uns aos outros”
______________________________________________________________________
O CRISTIANISMO EM ÉFESO
Por
isso, Éfeso era um lugar pouco prometedor como terreno para semeadura do
Evangelho. Entretanto foi o lugar que a fé cristã obteve alguns dos seu maiores
triunfos.
Mesmo
assim, os judeus que residiam na cidade eram numerosos, ricos e influentes.
Havia uma comunidade judaica, cujos residentes podiam observar sua religião e
até guardar o sábado, sob proteção legal de Roma.
Quando
o Apóstolo Paulo foi pela primeira vez a Éfeso, receberam bem a doutrina de
Cristo, mas logo o rejeitaram e ao mesmo tempo se tornaram virulentamente
hostis ao Cristianismo Atos 18.19 a 21 e Atos 19.23 a 41.
O
Apóstolo Paulo permaneceu em Éfeso muito mais tempo em sua viagem missionária
que em outras cidades, aproximadamente três anos, com resultados positivos
entre judeus e gentil – Atos 19. 17 a 20 e 20.31. Ele enviou um epístola a
Éfeso no ano de 62 D.C, durante sua prisão em Roma, depois de sua soltura
visitou a cidade novamente, e foi nesse período que constituiu Timóteo como o primeiro Bispo de Éfeso I Timóteo
1.3. Em Éfeso encontramos com Áquila, Priscila e Apolo – Atos 18.19, 24 26. Foi
em Éfeso que o Apóstolo Paulo fez seu discurso de despedida – Atos 20.17.
segundo a lenda João o Apóstolo amado, levou consigo Maria, a mãe de Jesus,
quando fixou residência naquela região, e onde supostamente foi enterrada.
De
acordo com Atos 19. 23 a 30 – o Apóstolo Paulo nos anos de 53 a 56 D.C pregava
na Ásia e passou um grande período em Éfeso. Naquele tempo levantou-se pequena
agitação por causa do Caminho, por causa de Demétrios o ourives, que dava muito
lucro a cidade com nichos de Diana.
Falamos
de Éfeso como o grande porto da Ásia, mas na atualidade somente existe ruínas
da passada grandeza. Éfeso perdeu sua batalha contra o tempo e hoje os
sedimentos aluviais a transformaram numa zona pantanosa arrasada, distante uns
três ou quatro quilômetros do mar.
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CARTA A IGREJA DOS EFÉSIOS – APOCALIPSE 2. 1 a 7
Após
uma descrição bem detalhada sobre a cidade, a cultura e a religiosidade de da
cidade de Éfeso, vamos nos deleitar com o teor espiritual da carta do Apóstolo
João a igreja de Éfeso.
Éfeso
era uma das mais vigorosas comunidades do Novo Testamento, representando igreja apostólica, dotada de sucesso e poder
especiais, embora tivesse vários erros, o principal dos quais foi esfriamento
de seu amor a Cristo, com declínio subsequente ao serviço e o poder espiritual.
A epistola do Apóstolo Paulo mostra que estavam longe de ser uma igreja
perfeita, fica claro que Deus espera a perfeição não apenas de Efésios como da
demais igrejas – Efésios 5.27.
Quando
o Apóstolo João escreveu o livros de Apocalipse, fê-lo sob as perseguições de
Domiciano, o qual foi chamado o segundo Nero.
Apocalipse 2.1 – “Ao anjos da igreja em Éfeso
escreve: Estas coisas diz aquele que conservas na mão direita as sete estrelas
e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”
“Ao
anjo da igreja em Éfeso escreve ...” – Há quem queira atribuir a carta
a algum ser angelical que ministram à igreja, controlando seus ministros, servindo
de mediadores espirituais. Outros pensam que se trata de uma pessoa enviada as
comunidades cristãs levando copias do livro de Apocalipse, não é provável que
se trate de cristão itinerantes e sim membros alguém permanente vinculado a
igreja. O Apostolo João foi instruído a escrever uma breve carta endereçada ao
pastor da igreja de Éfeso, vemos a mesma saudação as outras seis igrejas da
Ásia menor.
Quando
o Apóstolo Paulo deixou a Ásia Menor, deixou Timóteo com responsável pela
igreja de Éfeso. Embora não saibamos quanto tempo ele dirigiu a congregação, é
comum identificá-lo como o anjo mencionado neste texto. Entretanto não existam
provas que comprovem essa conjectura.
O
ensino que temos aqui é profundo, a igreja de Cristo não fica sozinha, conta
com a ajuda de grandes protetores espirituais, guardiões e instrumentos
angelicais. Cumprindo o que esta escrito em Hebreus 13.5 – “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais
te abandonarei” e Mateus 28.20 – “Eis
que estou contigo todos os dias te a consumação dos séculos”
“... da igreja ...” - 1. Sendo elas
em número de sete, representando a igreja universal, bem como a igreja cristã
estabelecida na Ásia Menor;
2. O número sete, por ser um número
místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também
temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões
dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre
a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e
destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja universal,
misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;
3. É possível que as sete igrejas
representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao
tempo de segunda vinda de cristo;
4.
Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas
cristãs em qualquer época histórica;
5. Sete igrejas literais daquela época
que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto,
Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias,
a começar do quarto capítulo deste livro, também representam condições existentes nos fins do
primeiro século de nossa era, bem como dos primódios do segundo século;
6. Se desenharmos um mapa dessas cidades
na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma
um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha
propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico,
desta maneira representando a igreja universal;
“...
Éfeso ...” – As notas expositivas sobre a localidade e a sua
significação da cidade esta registrada de forma detalhada na introdução deste
assunto.
“...
escreve ...” – Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da
igreja é Jesus Cristo – Essas cartas constituem exclusivamente das
palavras de Cristo, mas diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram
ditadas dos céus, depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas
palavras são únicas registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas
chegaram até nós com admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las
e guardá-las no coração.
Os
pastores não são meramente portadores de luz, mas como as estrelas, são
doadores de luz. Eles transmitem a luz aos membros das igrejas, as quais, por
sua vez dissipam as trevas que os circundam.
Jesus
se dirige aos mensageiros da congregação locais, pois eles são responsáveis por
levar a mensagem ao povo. Se eles falharem em fazê-lo, abafam a luz do
evangelho e conservam os membros da
igreja na escuridão. Jesus espera que os pastores sejam os embaixadores da sua
palavra. Romanos 10.14 – “E como pode
ouvir se não há quem pregue?
“... Estas coisas diz aquele que
conserva na mão direita as sete estrelas ...” – Em cada uma
das sete cartas a Apocalipse contém uma discrição do nome de Cristo
singularmente apropriada para a igreja que estava sendo endereçada.
As estrelas são as igrejas da Ásia
Menor. A primeira identificação de Jesus feita a igreja é significativa –
Apocalipse 1.16. – Ainda que Éfeso seja a primeira igreja entre a sete, seu
pastor é posto no mesmo nível que os outros seis. Jesus segura todas elas com
sua mão protetora, pois ele não é apenas seu comissionador, mas também seu
guardião. Na verdade todo seu povo esta em suas mãos, a fim de que nenhum dano
ocorra a qualquer delas fora de sua vontade.
A palavra original “kratein” do grego “sustentar” é uma palavra forte que significa que
Jesus exerce controle total das igrejas, e que se as igrejas se submetem a esse
controle de Cristo, nunca poderá suceder mal alguma ela. Nossa segurança, e
nossa própria vida depende de estarmos sustentados por Jesus Cristo.
O sentido da frase nos mostra
claramente que, as igrejas são diante do poder de Deus do tamanho de uma bola
de pingue-pongue, isso significa que, Jesus Cristo não apenas “sustenta” as
sete estrelas, mas também elas cabem totalmente na sua mão – Isaias 40.15 e 17 –
“Eis
que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde
e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta – todas as nações são
perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como
um vácuo”
É importante que lembremos isto. Não é
somente nossa igreja que está nas mãos do Senhor; e sim a totalidade das
igrejas estão em sua mãos, e Ele as sustenta. Cristo não é Senhor de alguma
seita, ou congregação, ou denominação, e menos ainda de um grupo particular,
Ele é Senhor absoluto de todas igrejas.
Jesus Cristo não esta confinado e
nenhuma igreja particular, está em todas. Não há igreja que esteja ausente e em
outra presente, sempre que nos reunimos para adorá-lo, ele se faz presente.
“... na mão direita ...” – Porque
Cristo está assentado do lado direito do Pai – Colossenses 3.1 – Isaias – “Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela
mão direita e te digo, não temas”
O simbolismo que Cristo segura com sua
mão direita a igreja é: Cristo protege sua igreja – Ele guia a sua igreja – Ele
salva sua igreja – Ele reveste de autoridade – Ele usa a sua igreja – Mateus
16.18 – “... e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” – Efésios 1.22 – “E pôs debaixo dos seus pés e, para ser cabeça sobre todas as coisas, o
deu a igreja”
“... e
anda no meio dos sete candeeiro de ouro:” – Os candelabros de ouro são
os membros da igreja, sobre quem os olhos do Senhor repousam incessantemente. Representam
a noiva que aguarda a chegada do noivo, e o noivo espera que sua noiva
permaneça fiel, verdadeira e pura. O simbolismo do texto mostra que Jesus
deseja que sua igreja brilhe no meio das trevas, onde ele as colocou. As
palavras de Jesus foram – Mateus 18.20 – “Porque
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, li estou no meio deles”
Vejamos,
a luz se difunde de Jesus para seus servos – João 8.12 – “... Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo
contrário, terá a luz da vida” - A
igreja como estrela é o lugar que retém a luz de Cristo, Ela por sua vez
transmite a luz aos membros das igrejas, os quais, dissipam as trevas que o
circundam. – Mateus 5.14 – “Vós sois a
luz do mundo, ...”
Os
verdadeiros candeeiros são os iluminados e realmente iluminam. Nada sem azeite
que alimenta o pavio que dá a luz, o azeite é o símbolo do Espírito Santo.
É
provável que os judeus temente a Deus dessa província foram aquele que
estiveram na festa do Pentecostes em Jerusalém
- Atos 2.9 – “somos partos, medos,
elemitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia” e
eles se tornaram, os possíveis discípulos
de Cristo – Atos 19.1 – “Aconteceu que
estando Apolo em Coríntios, Paulo tendo passado pelas regiões mais altas chegou
a Efésios e, achando ali alguns discípulos”
O fato de que Jesus anda entre os candeeiros
simboliza as seguintes verdades:
1.
A Sua cuidadosa vigilância sobre essa época e todas as épocas da igreja,
conhecendo suas fortalezas e fraquezas;
2.
Sem a presença de Cristo, a igreja é apenas uma pilha de pedras freqüentadas
por não espirituais. Mas com Sua presença, a igreja se trona um templo vivo
para habitação do próprio Deus – Efésios 2.22 – “no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de
Deus no Espírito” I Pedro 2.5 – “também
vós mesmos, como pedras que vivem ...”
3.
A diferença entre “Teísmo e Deísmo”. O Deísmo ensina que, há um Deus criador,
uma força superior, mas crê que ele deixou as leis naturais encarregadas do
governo de sua criação, não tendo qualquer contato pessoal com a mesma, pelo
que também não faz intervenção na história humana, tanto para punir quanto para
galardoar o homem. O Teísmo, ensina que Deus criou todo universo, e interfere
na história da humanidade, punindo ou recompensando. Cristo é o exemplo supremo
da presença de Deus entre os homens, pelo que é a maior prova do Teísmo.
4.
O Senhor é quem guarda a sua igreja e a observa.
5.
Aqueles que aceitam a Cristo como Senhor, são transformados segundo a sua
imagem e natureza. – II Pedro 1.4 – “...vos
torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção a das
paixões que há no mundo”
6.
A vigilância e a presença de Cristo não são localizadas, Ele anda por entre
todas as suas igrejas, e não meramente entre algumas de sua modernas
denominações. Isso exalta o ideal da unidade em Cristo, por parte de todos cristãos
regenerados.
7.
Isso da a entender a atividade divina na igreja, o que assiste sua propagação,
mas também em sua operação interna de santificação pessoal.
8.
O candeeiro precisa de atenção especial para bom funcionamento, a fim de darem
a luz apropriada, e Cristo dá essa atenção as igrejas. Se não fosse assim a luz
da igreja desde muito já tinha apagado.
Apocalipse 2.2 – “Conheço as tuas obras, tanto o teu
labor como a tua perseverança, e que não podes suportas homens maus, e que
puseste à prova a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achastes
mentirosos”
“Conheço
a tua obra...” – Essa é uma declaração comum a todas as sete igrejas da
Ásia Menor, descrita neste livro – Éfeso Apocalipse – 22.2 – Esmirna Apocalipse
2.9 – Pergamo Apocalipse 2.13 – Tiatira Apocalipse 2.19 – Sardes Apocalipse 3.1
– Filadélfia Apocalipse 3.8 – Laodicéia Apocalipse 3.15
Jesus
não diz estar meramente familiarizados com os Efésios, mas declara conhecer
profundamente tudo o que eles fazem, porque nada escapa a sua atenção. O
substantivo “obras”, é abrangente e
pode ser interpretado no sentido tanto de feitos bons quanto de malfeitos, tanto
no sentido positivo como no negativo. Consideremos alguns pontos:
1.
É salientada assim a Onipotência de Cristo. Essa declaração é reiterada a todas
as igrejas. – Mateus 12.25 – “Jesus,
porém, conhecendo-lhes os pensamentos ...”
2. O interesse de Cristo por sua igreja é
focalizado, porque ele conhece as suas condições, a fim de louvar ou de
repreender à mesma, e tudo o que visa produzir é modificações espirituais
favoráveis.
3.
As obras que Jesus conhece, representam as condições espirituais em geral da
igreja, e não neste caso aquilo que chamamos de “serviço ativo”. Portanto a palavra obra neste caso, indica o “caráter geral”, a natureza da pessoa,
como ela age, e o que pensa. O salmo 139 expressa com louvor essa frase. O
termo geral “obra” é desdobrado neste
mesmo versículo, para que tenha os seguintes significados:
a)
– Labor – Trabalho árduo – Serviço ativo prestado sob pressão;
b)
– Paciência – resistência neste labor, sob perseguições;
c)
– Ódio e oposição ao mal e aos atos malignos, de homens que pervertem o
evangelho e promovem a impiedade em nome de Cristo;
Ele
não vê o que esperamos ser, nem o que temos feito, nem o que pensamos que
podemos fazer, e sim as nossas condições reais, nosso caráter. isso é uma
ameaça aos hipócritas e pretensiosos; é
uma ameaça para aqueles que brincam com a fé religiosa. Mas é um conforto aos
fiéis, que são desprezados e perseguidos por outros, de dentro ou fora das
igrejas.
“... o
teu labor ...” – Todo trabalho inclui exercício físico e metal, ambos
os quais geralmente são onerosos e exaustivos. No grego “kopiao” significa “Exaurir-se,
trabalhar arduamente, lutar”. Essa palavra descreve os prodigiosos labores
da igreja apostólica, até os ímpios vêem algo nobre no labor, o que
necessariamente inclui abnegação em favor de algum causa esperançosa.
“...
perseverança ...” – Isso é mencionado de novo no versículo seguinte. A
palavra “hypomone” ocorre sete vezes
no livro de Apocalipse – 1.9 – 2.2, 3 e 19 – 3.10 – 13.10 – 14.12. Perseverança
é uma qualidade interior que expressa em esperar por Jesus, testemunhando em
favor dele, a ponto de enfrentar a morte através de perseguições, em outras
palavras, é bem maior do que “ser paciente”,
é suportar tudo estoicamente.
Sabemos
que a igreja apostólica era severamente perseguida, o livro de atos deixa isso
bem claro. A igreja de Éfeso tinha resistência em meio as aflições que eram
impostas pelas autoridade civis e religiosas. Tais dificuldades daqueles
cristãos não os levaram a perder a coragem ou negar a própria fé, eles não se
deixaram esmorecer conforme lemos no versículo seguinte. Antes participaram dos
sofrimentos do evangelho, como soldados de Cristo conforme se aprende em II
Timóteo 2.3.
“...
não podes suportar homens maus ...” – Aqueles cristãos podiam suportar
condições e teste difíceis, mas se recusavam a mostrar tolerância em favor de
homens que tentavam mudar a natureza moral e espiritual da igreja. Esses homens
é muito provável ser os Nicolaítas mencionados no sexto versículo, que se
faziam de falsos Apóstolos e falsos Profetas, que serviam de pragas para igreja
apostólica.
Jesus
advertiu seus discípulos contra falsos profetas que são lobos em pele de
ovelhas – Mateus 7.15 – 24.24 – O Apóstolo Paulo advertiu diversas vezes a
igreja a despeito de tais homens – Atos 20.30 e 31 – Galátas 1.8 e 9 – I
Timóteo 4.7 – Pedro da mesma forma – II Pedro 2.1 – João também os denunciou –
I João 4.1.
A igreja primitiva combateu ferozmente as
heresias gnósticas, seitas que procuravam combinar filosofia grega, a mitologia
e as religiões orientais misteriosas com a cristianismo verdadeiro, além de
tomarem por empréstimo elementos do judaísmo.
Suas
doutrinas repeliam a natureza divina com a humana de Cristo, crendo que o
Espírito de Cristo era uma encarnação angelical, que tinha possuído o corpo de
Jesus no momento do seu batismo, e tendo abandonado por ocasião da
crucificação. Acreditavam que havia duas pessoas Jesus homem e o Espírito de
Cristo, pois não eram mesma pessoa, não tendo em si qualquer valor expiatório.
Os gnósticos eram homens maus, que a igreja de Éfeso não permitiu que tivessem
acesso a posições influentes.
Conta
a história que o Apóstolo João em Éfeso, que se recusava a entrar nos banhos
públicos quando Cerinto, um mestre gnóstico estava presente. Alguém poderia
indagar se essa seria uma atitude correta, sem duvida temos uma missão de
pregar Jesus a toda criatura, devemos amar a todos homens como Deus amou. –
João 3.16.
A
pessoa que se devota a seguir ao Senhor não pode ceder espaço aos maus e
aqueles que intencionalmente perpetuam o mal. Deus ama o pecador, porém odeia o
pecado. Um cristão não pode tolerar malfeitores que se recusam a arrepender-se,
porém persistem em fazer o mal.
A
igreja de Éfeso tinham razão, pelo menos quando não permitirem ais homens
ocupassem posições de autoridade e de ensino, pois eles estavam infiltrados na
igreja para encorajá-los a um caminho falso. – II Coríntios 6. 14 a 16
“...
põem à prova ...” – Essa prova era parcialmente a doutrina conforme se
vê em I João 4.1 – indivíduos que rejeitam
a doutrina da encarnação e o valor da expiação de Cristo, com facilidade
era tido por mentirosos e falso Apóstolos. Além disso era aplicado o teste
prático, o evangelho anunciado por alguém transforma moralmente tal pessoa, em
caso negativo, então tal evangelho era falso. – Galátas 1. 8 e 9.
O
verdadeiro evangelho produz santidade, sem a qual ninguém verá a Deus – Hebreus
12.14 – A santificação é o elemento absolutamente necessário para a salvação,
jamais podemos chegar ao caminho de Deus sem santificação – Romanos 6.22 – II
Tessalonicenses 2.13
Os
mestres gnósticos pensavam que o conhecimento é o caminho para a salvação,
degradando a fé, e ao mesmo tempo que eliminavam totalmente a necessidade de
santidade no corpo.
Os
verdadeiros cristãos visavam ensinar aos falsos que eles não eram parte
legitima da comunidade cristão. Aplicando teste eclesiástico, esses falsos
mestres sob pressão eram convidados a se retirar da comunidade dos santos.
“... e os achastes mentirosos ...” –
Esses eram aqueles que negavam a identidade da natureza divina e humana de
Jesus, aquele que nega ao “Filho de Deus e a Sua expiação. – I João 2.22. o
mentiroso é aquele que odeia seu irmão, que não tem patê com a comunidade
cristã, e é adversário da mesma. – I João 4.20. E aquele que não aceita o
testemunho do Deus Pai concernente ao Filho, que cumpriu a sua missão
expiatória – I João 5.10.
“...dizem ser apóstolos e não são...”
– A presunção daqueles homens era grande, tais missionários itinerantes
cinicamente se chamavam apóstolos, queriam compartilhar da autoridade dos
próprios mas era um reivindicação falsa. Esses pregavam um evangelho não o de
Cristo; não eram designados por Jesus, e eram destituídos de autoridade para
servir a igreja – II Coríntios 11.13 e 14. Nos dias de Paulo os falsos
apóstolos chegavam com recomendações fraudulentas exigiam que demonstrasse seu
apostolado com endosso – II Coríntios 3.1. Paulo apresentou marcas genuínas do
verdadeiro apostolado através de sua vida, proclamando o evangelho de Cristo,
realizando sinais, prodígios, milagres e maravilhas. II Coríntios 12.12. – “Pois as credenciais do apostolado foram
apresentada no meio de vós, com toda persistência, por sinais, prodígios e
poderes miraculosos”
Visto que Jesus faz menção dos
Nicolaítas nominalmente no versículo seis desta capítulo e registra sua
presença também na igreja de Pérgamo – Apocalipse 2.15, a sugestão de que essas
pessoas eram falsos apóstolos não esta fora de propósito. Não obstante, não se
tem certeza de que fossem originários da Palestina, ou fossem enviados pelos
judaizantes. Os quais eram rejeitados pela igreja de Éfeso, e suas práticas
odiadas, desta forma eram denominados impostores.
Apocalipse 2.3 – “e tens perseverança, e
suportastes provas por causa do meu nome, e não deixaste esmorecer”
“... tens perseverança ...” – É bem
provável que Apocalipse foi escrito no governo de Domiciano considerado o
segundo Nero. Muito cristãos vinham sendo encarcerados havendo torturas e
mortes, por se recusarem eles adorar ao imperador, o qual se proclamava uma
divindade. A igreja Apostólica já sofrera sob ordens de Nero. E agora Domiciano
cujo significado do seu nome é – “degradação, crueldade , perversidade”,
costumava torturar e queimar os cristãos até a morte, somente para
entretenimento seus convivas. Tudo isso a igreja suportou pacientemente
confiando em Cristo – É com vossas perseverança que ganhareis as vossas almas –
Lucas 21.19.
“... suportastes provas por causa do meu nome
...” – O mesmo vocábulo grego é usado para indicar “teste, tribulações”
suportados, tal como o segundo versículo, é não para indicar que devemos
suportar homens malignos. No grego “bastadzo” significa “carregar, suportar
tolerar” ficando entendido qualquer coisa levado ou suportada, então esta em
foco, todas as formas de tribulação, e não há um tipo especifico de fardo, que
aqueles cristão tinham de suportar por amor a Cristo.
“... por causa do meu nome ...” Jesus
enalteceu a igreja de Éfeso por suas obras, trabalhos árduos, tolerância, por
testar a doutrina e chamar os falsos mestres de intrusos. Agora ele estava
louvando a igreja, por suportar as dificuldades por causa do Seu nome. Tudo
eles suportavam porque se apegavam a Cristo como seu Senhor e Salvador, sendo o
único Rei que tinha de ser adorado.
Aqui
vemos um exemplo a ser seguido por Pérgamo e Tiatira, portanto fracassaram em
desfazer-se dos intrusos, que queriam roubar a glória de Deus.
“...
não se deixaram esmorecer ...” – Não se cansaram, o termo verbal aqui
usado é “kopos”, palavra usada para indicar “labor”. Aqui indica labor com
exaustão.
O
nome cristão significa que alguém pertence e se identifica plenamente com
Cristo. Assim se alguém ataca um cristão, ele ataca ao próprio Cristo – Atos
9.4.
O
não esmorecer qualifica tanto as perseguições como o fato que vinham
perseverando em seu prodígios labores. Assim aquele cristão mostravam-se
possuídos de uma espiritualidade altamente desenvolvida, que podia sofrer dificuldade
por longos tempos.
Apocalipse 2.4 – “Tenho, porém contra ti que
abandonaste o teu primeiro amor”
Não
dá para entender como uma comunidade cristã que acabara de ser descrita como
leal nas perseguições sofridas e nos labores, prodigosa em obras, opositoras da
malignidade, poderia abandonar o primeiro amor a Cristo.
Algo
parece estar bastante errado como os Efésios, não demonstravam o amor por
Cristo que nutriam nos primeiros anos de sua história. Esses foram dias que o
Apóstolo Paulo pregava aquilo que era proveitoso, e por três anos foram
ensinados o que é ser cristão – Atos 20.20,21 e 31.
Cerca
de uma década depois, o Apóstolo Paulo escreveu carta para Timóteo que era
pastor da igreja de Éfeso, e lhe disse que amar com coração puro, com boa
consciência e com fé sincera é o alvo da obra de Deus.
O
amor deveria ser recíproco na igreja de Éfeso, ou é do amor cristão pelo Senhor
– Mateus 22. 37 a 40 – “Ame ao Senhor ,
seu Deus, de todo seu coração, de toda tua alma e de todo seu entendimento.
Esse é o primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame seu próximo
como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”
O
amor genuíno por Deus leva instintivamente a expressar amor ao próximo,
enquanto amar ao próximo é uma expressão do amor por Deus – I João 4.20 – “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu
irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode
amar a Deus, a quem não vê”
Quando
Jesus diz que os Efésios havia perdido seu primeiro amor, ele não quis dizer
que eles viviam e agiam sem o amor por Deus ou por seu próximo. Essa expressão
significa que eles não agiam como propagadores da fé. A verdadeira essência do
evangelho se perdera, ou seja, eles amavam ao Senhor mas não com o coração, e
sim com a alma e a mente – João 4.23 – “Mas
vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.”
A
primeira geração da igreja fez um extraordinário esforço para que a palavra de
Deus se difundisse amplamente e crescesse em poder – Atos 19.20 – “Assim, a palavra do Senhor crescia e
prevalecia poderosamente” – o Apóstolo Paulo escreve uma carta nos últimos
anos para os Efésios de teor que os enaltecia por sua fé em Cristo e no amor
pelos irmãos. Mas os filhos e netos dessas pessoas deixaram-se influenciar
pelas heresias dos gnósticos, e o entusiasmo pelo Senhor tinha poça
genuinidade.
Qual
seria o motivo de uma igreja tão fervorosa esfriar e perder parte de seu amor
de uma hora para outra? Vamos citar alguns possíveis fatores responsáveis pelo
ocorrido.
1.
A perda do amor por parte deles, ainda não começara a modificar a conduta
deles, mas sem duvida começaria a fazê-lo em breve, e isso de maneira
necessária;
2.
O amor por parte dos Efésios não tão grande, nem tão espontâneo como nos
primeiros anos da igreja;
3.
O décimo terceiro capítulo de primeira Coríntios mostra-nos que todas as ações
cristã, bem como exercício dos dons espirituais devem ser inspirados pelo amor,
em caso contrário todos os dons exercido dentro da igreja são nulos.
“...
contra ti ...” – Notemos que a condenação se segue ao elogio.
Certamente que precisamos de ambos asses elementos, se criticarmos os outros
por algo que não nos agrada, também os elogiamos pelo que há de bom neles.
Nossas criticas se mostram carregadas de um poder que transformam os homens
para melhor. Porém se tão somente criticamos aos nossos semelhantes, ignoramos
qualquer coisa que há de bom neles, assim podemos apenas feri-los, piorando o
estado deles e adicionando opróbrio a quaisquer defeitos que porventura tenham.
Por outro lado se não fizermos outras coisas senão elogiá-los, então eles
ficaram estragados e mimados, tento uma falsa idéia sobre aqui que realmente
são. Sempre haverá algo na vida do ser humano que precisa sofrer mudanças. – I
Coríntios 4.14 a 16 – “Não vos escrevo
estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a
filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em
Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei
em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.”
“...
abandonaste ...” – Essa palavra significa “partir, ir-se, deixar,
dispensar”, é a mesma palavra usada para indicar “repudio ou divórcio”. Os
cristão de Éfeso tinham divorciado do seu primeiro amor emocional. Portanto o
amor verdadeiro é mais do que uma emoção, antes é um dos fruto do Espírito, ou
seja, é primeiro e principal produto do desenvolvimento espiritual, sendo esse
o solo onde medram todas as demais virtudes espirituais. – Galátas 5.22
O
quinto versículo deste capítulo contém ameaças que o “candeeiro” que
representava o povo de Éfeso poderia ser removido, se não houvesse
arrependimento. Isso mostra que não poderiam continuar por muito tempo, antes
sua falta de devoção a Cristo resultaria na perda da razão mesma de continuarem
sendo igreja, razão essa que é de ser igreja iluminada para iluminar esse mundo
tenebroso.
Advertência
contra o divórcio espiritual – É possível que um cristão cheio do Espírito
Santo comece a gradualmente ceder aos apelos da carne, do orgulho pessoal e dos
desejos mundanos. Neste caso o cristão divorcia-se daquilo que anteriormente
lhe era precioso, não menos se dá no caso do homem que perde paulatinamente o
amor pela mulher, que antes era sua noiva amada, e depois de mais algum tempo
percebe que deseja separar de todo vinculo que tem com ela, com a finalidade de
buscar outra mulher. Acabará encontrando outra mulher que lhe satisfaça, isso
tão somente ocorrerá porque ele se divorciou no seu coração daquela que antes
amava realmente.
“
...
amor ...” Existem variedades e níveis diversos de amor, conforme se vê
nos seguintes pontos.
1.
Há o amor de Deus pelo homem, é conhecido como “amor Ágape ou Agapal” – João
3.16 – É a fonte de todo outro amor, até aqueles manifestos pelos incrédulos.
2.
Há amor de Cristo pelo homem, o qual é uma extensão do amor de Deus e, em sua
essência, é a mesma coisa. – II Coríntios 5.14.
3.
Há amor do individuo por si mesmo, num efeito inteiramente egoísta, pois e preocupa
apenas consigo mesmo.
4.
Há amor de um homem por outro ser humano. Quando alguém ama outrem, deseja para
o próximo o que deseja a si mesmo, ou transfere o cuidado por si mesmo para
outra pessoa, desejando o seu bem estar, tal como deseja seu próprio bem estar.
Ele é conhecido como “amor fraternal”, ele pode ser manifesto de pai para
filho, de irmão para irmão, etc, ...
5.
Há amor dirigidos a Cristo, o Filho de Deus, ou então a Deus Pai,o que
significa que amamos aos nossos semelhantes. – Mateus 25.35.
6.
Há amor do homem a Cristo, ou Deus pai diretamente expresso, ele é normalmente
expresso por meios místicos, mediante a ascensão da alma que passa contemplar a
Deus.
Quantas
pessoa hoje em dia pregam e atacam males como: mundanismo, modernismo,
comunismo, embora sua mensagens reflitam pouquíssimo do amor conquistador por
Cristo. Tornam-se polemistas profissionais, mas pouco ou nada sabem do amor
construtivo.
Há
um caminho melhor do que esse. É o caminho do amor, o amor transforma tudo que
toca, os homens são atraídos pelo amor. Os homens amam quando são amados, e
odeiam quando são odiados.
O amor é fruto do Espírito Santo – Pode-se supor
que o cristão obreiros de Éfeso, foi perdendo a comunhão com o Espírito
Santo. Em suas almas se haviam desviado
para coisas menos importantes. A formação de Cristo neles estagnaram, e talvez
até tenham revestido, até certo ponto.
Amor é supremo dom do Espírito Santo
– Deus não aceita a generosidade nem o sofrimento que não são motivados pelo
amor. Martírio egoísta não vale de nada.
Apocalipse 2.5. – Lembra-te, pois, de onde caíste,
arrepende-te e volta a prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e
removerei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”
“Lembra-te ...” – É uma exortação
acerca dos dias anteriores, quando a devoção intensa a Cristo era a força
motriz de uma vida piedosa, e de um imenso serviço.
“... de onde caístes ...” – Consideremos os pontos de uma pessoa que
declina espiritualmente..
1. Tinham caído de maiores elevações espirituais;
2. Tinham caído do serviço motivado pelos princípios
dos amor;
3. Tinham
caído a despeito de continuar defender a verdade;
4. Tinham caído apesar do labores e prodígios;
5. Tinham caído apesar de sua lealdade debaixo da
perseguição.
A bíblia nunca diz que Cristo vem para punir, ou
pesar a mão, quando erremos ou falhamos. Mesmo se porventura cairmos, ele
sempre estende sua mão para nos levantar – Salmos 37. 24 – “Se cair, não ficará prostrado porque o
Senhor segura pela mão”
“... arrepende-te ...” – O termo
grego “metanoeo” significa “mudança de mente” correspondente a mudança de conduta.
A ordem do Senhor aponta não só para as faltas deles, mostra também como
corrigi-las. Após criticar negativamente suas conduta espiritual, ele lhes
ordena positivamente que a restaurem. Era preciso lembrar constantemente de sua
posição anterior, renovando sua própria história eclesiástica, recordando do
que fizeram seus antepassados anos atrás, e assim recordarem sua história,
devem reconhecer que mudaram para pior.
A natureza do arrependimento:
1. Ele representa muito mais do que mudança de
mente, o que evidencia por meio de atitudes e ações novas;
2. O arrependimento faz parte da conversão, e está
vinculado ao problema do pecado. Precisamos reconhecer nossa natureza
pecaminosa, e pedir para Espírito Santo guiar nossa vida. – Galátas 5. 25 – “Se
vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”
3. O arrependimento é um ato divino, é concedido
pelo próprio Deus. – Atos 11.18;
4. Também é uma reação humana porquanto os homens
são convocados a arrepender-se. Atos 17.30;
5. O arrependimento nos leva a vida eterna, pois a
conversão resulta na santificação, e a santificação na glorificação e na
salvação final – II Tessalonicenses 2.13
Como servos de Deus precisamos entender que
diferenças entre arrependimento e remorso. Através da vida de Pedro e Judas encontramos o
exemplo real de arrependimento e remorso. Ambos eram discípulos de Jesus, ambos
erraram diante do Mestre, ou seja, Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus,
Ambos ficaram tristes, depois do fato Pedro saiu e chorou amargamente. Judas
ficou só, depois se retirou e enforcou-se. Em Judas vemos uma tristeza que
operou morte. A Bíblia nos mostra que o arrependimento inicia o Caminho da
Salvação. Mateus 26. 31 a 35 – Mateus
26. 69 a 75 – Mateus 27. 3 a 10 – João 21. 15 a 17
Vemos
que Judas se enforcou, não encontrou o
caminho do arrependimento, Pedro entendeu que Jesus jamais estava Eli
para o reprová-lo, nem tão pouco condená-lo, e sim para perdoá-lo.
Confessemos
o mal, tenhamos consciência de sua
destrutibilidade; busquemos a mudança positiva no intimo, a transformação na
direção da imagem santa de Jesus Cristo.
“...
volta as praticas da primeira obra ...” – As primeiras obras não são
novas nem diferentes em modalidade de ação, são as mesmas, mas motivadas pelo
amor original, de maneira que pareça novas. É provável que o vidente João tenha
em mente todas as formas diferentes de obras cristã, como a do evangelismo, do
ensino e a do exercício dos dons espirituais no seio da igreja que visam sua
edificação e a do exercício da bondade e do amor as práticas que beneficiam ao
próximo.
“...
se não ...” – Se falharmos em corresponder à reiterada chamada de
atenção de Jesus a que se arrependa, o Senhor tomará medidas drásticas. A graça
divina pode ser acolhida ou repelida. Podemos desviar-nos, esfriar na fé,
tornar-nos indiferentes, inúteis, ser rejeitado, naufragar e tornar-nos
incrédulos e apóstatas. O Apóstolo Paulo nos adverte severamente a despeito de
não sermos sensíveis a voz do Espírito. – I Timóteo 4. 1 e 2 – II Timóteo 4. 1
a 5
“...
venho contra ti ...” – Consideramos dois pontos seguintes:
1.
A visitação de Cristo na igreja de Éfeso, ou qualquer outra comunidade cristã,
para efeito de juízo, embora cada caso de visitação seja diferente dos demais
casos.
2.
Fica submetido aqui a “parousia” – Quanto Cristo voltar encontrará alguns
cristãos despreparados, o que significa que, necessariamente haverá certo juízo
contra tais.
“... e
removerei do seu lugar o teu candeeiro ...” – O fato histórico que o
testemunho cristão antes do tão poderoso em Éfeso, desapareceu. O candeeiro
aqui é a igreja e o seu testemunho. A ameaça, não obstante, se falharem em
corresponder à chamada de atenção de Jesus a que se arrependessem, seria tomada
medidas drásticas. Certo escritor
comenta ao descrever uma época cerca de setenta e cinco anos passados as
palavras de Cristo, diz-nos que visitou Éfeso, e ali achou somente três
cristãos, os quais eram muitos ignorantes.
Uma
igreja deixa de ser igreja quando ela cessa de servir a seu Mestre com o
genuíno amor e dedicação. O que satanás quer é que o cristianismo morra
espiritualmente, e conseqüentemente sai de cena. Os membros das igrejas podem
ainda congregar-se, porém se reúnem para propósitos apenas sociais, e não
espirituais.
“...
caso não se arrependam ...” – Somos chamados ao arrependimento, fica
entendido que somo capaz de fazê-lo. Deus não impede a nenhum homem de
arrepender-se. Assim, se alguém busca lugar de arrependimento, sincera e
honestamente, haverá de arrepender-se, o poder da cruz é tão grande para que o
maior do pecadores encontre esse caminho. João 12.32
Apocalipse 2.6 – “Tens, contudo, a teu favor que
odeias as obras do Nicolaítas, as quais eu também odeio”
Agora
somos levados de volta ao segundo versículo, que fala sobre a resistência
contra os falsos Apóstolos, homens maus e mentiroso, conforme ali são chamados.
Nicolaítas – Não há como identificar com
absoluta certeza quanto a quem é referida tal seita. Portanto temos alguns
idéias a respeito delas.
1.
O vocábulo significa “dominadores do povo”. Na opinião de alguns seriam os
leigos. E daí tiram a suposições que está em foco a manifestação inicial das
ordens sacerdotais ou clero. Neste caso seria aqui combatida a formação do um
clero profissional, e; no décimo quinto versículo deste texto.
2.
Alguns associam a seita a Nicolau, prosélito de Antioquia, um dos sete
discípulos originais de Jerusalém. Alguns acreditam que ele se desviou da sua
genuína vocação eclesiástica – Atos 6.5. Pensa-se que ele tornou-se líder de
alguma seita gnóstica anônima. Parece ter participado de festas idólatras,
incorporado imoralidade e sensualidade em suas práticas, no que seguem a
tradição gnóstica.
3.
Em épocas posteriores houve uma seita gnóstica conhecida por “os Nicolaítas” a
qual é mencionada por Tertuliano que também era da índole gnóstica. E Clemente
de Alexandria a as Construções Apostólicas juntamente com Vitorismo fizeram a
tentativa de mostrar que essas duas seitas não tinham nenhum vinculação entre
si essa posição é quase certamente correta, ainda que alguns intérpretes tenham
imaginado a identificação das duas. O livro de Apocalipse foi escrito antes
desse tempo, para referir-se à segunda dessas seitas do mesmo nome.
4.
Podemos pensar que Nicolau aqui em foco foi um personagem histórico, que
residia em Éfeso ou naquela área geral, embora não devia ser identificado com
do mesmo nome que era de Jerusalém.
5.
Finalmente há aqueles que supões que não devemos imaginar que Nicolau fosse o
nome de alguma pessoa real viva, ou seja, tudo não passa de um titulo dominador
do povo ou destruidor do povo, da igreja cristã dali. É certo que esteja em
foco algum centro gnóstico agindo dessa forma.
Muitos
interpretes identificam os Nicolaítas como seguidores de Balaão, aludido no
décimo quarto versículo deste capítulo, ou supõem que ambos os grupos eram
apenas representantes locais de uma mesma seita herética gnóstica. O que
provavelmente isso seja correto.
“...
odeia as obras do Nicolaítas ...” – Agora Jesus insere que os cristãos
de Éfeso odiavam as obras dos Nicolaítas, e acrescenta que Ele odeia igualmente
essas obras e suas ações pervertidas e imorais Apocalipse 2,14, 20 – Note que o
ódio é direcionado para as obras, não para as pessoas. Jesus odeia o pecado,
porém estende seu amor para o pecador. Enquanto o pecado é uma afronta a Sua
santidade, a missão de Jesus é conduzir os pecadores ao arrependimento. Lucas
5.32.
Notemos
a atitude correta para com o pecado. Os verdadeiros cristãs odeiam à
imoralidade, conforme os efésios odiavam quem praticavam essas obras carnais. Gálatas
5. 17 a 24.
No
versículo segundo deste capítulo lemos que os efésios podiam suportar os maus
homens que julgavam-se apóstolos, porém não o eram. Quando somos fieis a
alguém, precisamos repreender seus pecado e erros, mas isso deve ser feito com
intuito de conquistar tal pessoa e não de afastá-la, pelo que não se pode usar
de espírito orgulhoso e altivo, conforme se verifica. – Salmos 97.10 – “vós que amais ao Senhor, o mal ....”
Provérbios 6. 16 e 19 – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma
abomina .... o semeia contenda entre os irmãos”
Apocalipse 2.7 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz as igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da Árvore da
Vida que se encontra no parais de Deus.”
“...
Quem tem ouvidos, ouça ...” – Essa frase foi emitida pelos lábios de
Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui aparece com um
complemento “O que o Espírito diz a igreja” ocorrendo em cada uma das cartas
individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22). Trata-se de uma solene chamada,
para que se aplique o que acaba de ouvir. Já que Cristo é apresentado como quem
fala, não admira que a forma de expressão seja similar a declarações genuínas
de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 – 13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 –
Lucas 8.8 – 14.35.
Essa
é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser
lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las
pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto já
que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em funcionamento
então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática o que lhes
estava sendo lido.
A
primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir
mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido. A segunda
parte é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito
Santo. Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras
passagens das escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.
Os
ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que
concerne ao ouvido que ouve.
No
fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem
visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, com noção olhos para verem e
ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de
Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias –
“Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede, vede
mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os
ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir
com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” –
Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi
agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes,
tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém
andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para
trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até
hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando
de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz
fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26
Essas
citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa
sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.
Podemos
citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2
– “Filho do homem, tu que habitas no meio
da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não
ouve, porque é tu casa rebelde” - O
ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos
homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes,
enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto natural,
pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era
seu rosto”
O
Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes?
tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E ,tendo ouvidos, não
ouvis?” – Marcos 8.17 e 18
E
não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário,
cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira
nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas”
– II Timóteo 4. 3 e 4.
Ora,
por nada menos do que sete vezes nos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa
aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que diz
o Espírito as igrejas”
1
– Visam a todos os membros da igreja.
2
– Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual,
por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e
encontrado.
3
– Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por
conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem
imperativos divinos.
4
– O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente; fornece-nos
um vislumbre da glória futura.
5
– Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém,
também aplica-se individualmente.
“... o
que o Espírito diz ...” – O Espírito Santo é o porta voz de Cristo em
Apocalipse. O seu poder divino que dá prosseguimento a sua obra, dentro e fora
da igreja. O Espírito Santo de Deus fala – “E
servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me agora a
Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado”
“...
as igrejas ...” – A mensagem foi dirigida não somente a igreja de
Éfeso, e sim as sete igrejas da Ásia Menor, para onde foi originalmente enviado
o livro de Apocalipse. Acredita-se que cada uma das sete igrejas recebeu copia
da carta de Apocalipse dos capitulo dois e três. Naturalmente elas
representavam a igreja universal.
“...
ao vencedor ...” – Em cada uma das sete igrejas de Apocalipse há um
“vencedor”. Em cada época, haverá vencedores, a despeito dos problemas e das
crises diferentes que tiverem de enfrentar.
Em
cada caso, e cada uma das sete igrejas da Ásia Menor, o “vencedor”
é aquele que dá atenção às advertências e instruções da carta sob consideração,
e cumpre aquilo que dele é exigido. A igreja em Éfeso o grande triunfo seria a
perseverança contra as obras dos Nicolaítas que a si mesmo se denominam
apóstolos é não eram.
Aqui
temos um palavra chave neste sentença, é a expressão “vencer”, que no grego está no particípio presente “aquele que vencer”. A vitória antecipada
da igreja tem seus fundamentos postos na vitória já conquistada por Jesus
Cristo. Ele venceu a guerra, mas ela ainda não terminou. Não só os Mártires,
mas cada cristão esta pessoalmente engajado nessa guerra contra satanás e seus
correligionários. Considerando os pontos abaixo:
1.
O vencedor é aquele que Permanecer fiel a Cristo, opondo-se as práticas
gnósticas;
2.
O vencedor é aquele que der ouvidos às admoestações de retornar ao primeiro
amor, e as premiras obras;
3.
O vencedor é aquele que repelir as mensagens sem moral dos Nicolaítas, mantendo
a pureza da fé;
4.
O vencedor é aquele que permanecer constante, sob meças e perseguições
políticas,
militares
e religiosas;
Portanto,
cada seguidor de Cristo recebe promessa e vida eterna e todas as demais
promessas que ele faz ao seus servos. – Apocalipse 2.10, 17, 26 – 3.5, 12 e 21.
Todas as promessas são feitas ao vencedor, isto é, a cada cristão genuíno.
Todo
cristão genuíno é um vencedor porque:
1.
Não existe cristão verdadeiro que também não seja um soldado, e está envolvido
em uma guerra, não sendo mero espectador. Ele conta com armadura de Deus e a
usa, domina e vence o mal – Efésios 6.11;
2.
Coisa alguma foi prometida àqueles que não se mostrarem vencedores nessa luta.
Cada uma das sete epistolas do Apocalipse promete algo ao vencedor – Apocalipse
2.7, 10, 17, 26 3.5, 12 e 21;
3.
Cristo é o vencedor Mor, Ele é o nosso exemplo. Quanto a esse título que é
aplicado ver – Apocalipse 3.21 – 5.5 e 17.14
“...dar-lhe-ei
...” – Temos aqui o original rego, o tempo futuro do verbo “didomi”
onde se repete onde várias promessas são feita por Cristo em Apocalipse 2.10,
17, 23, 26, 28 – 3.8, 21 – 6.4 – 11.3 – 21.6.
“...
se alimente da árvore da vida ...” – Jesus promete ao vencedor o
direito de comer da árvore da vida. Isso leva-nos de volta ao Jardim do Éden, e
assegura-nos que aquilo que foi espiritualmente perdido através do pecado pode
ser recuperado em Cristo, e, de fato, será recuperado por todos os vencedores.
O
texto leva o leitor de volta aos primórdios da história humana. Depois do
pecado cometido por Adão e Eva, Deus os expulsou do jardim e colocou ali um
anjo com uma espada flamejante para guardar a árvore da vida – Gênesis 2.9 –
3.22 a 24. Ao guardar aquele árvore, Deus impediu nossos antepassados de
comerem do seu fruto, e assim de viverem eternamente no estado destituído de
redenção na qual subsistem os anjos apóstatas. A redenção do seu povo, a qual
Jesus Cristo conduz à plenitude na consumação, inclui a promessa de que todo o
que vencer comerá da árvore da vida que está no paraíso – Apocalipse 22.2,14 e
19.
A
questão do comer, é simbólica apontando para obtenção da vida eterna e da
nutrição espiritual com satisfação de toda e cada necessidade. Comparemos com o
comer do “Pão da Vida” em João 8.48. aquele que se alimenta do Pão, assume a
própria forma de vida e a própria natureza do filho, porquanto seus efeitos
alimentares são transformadores. – João 8.51 – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”
Então,
se alimentar da Árvore da Vida, envolve muito mais do que a restauração do que
se perdera no Éden, pois obteremos imortalidade, e teremos o mesmo tipo de vida
que possui o próprio Deus Pai. Naturalmente não neste ponto qualquer alusão a
alguma árvore literal, essa árvore simboliza a transmissão da vida eterna aos
homens – João 3.15.
A
bíblia nos garante que, no novo paraíso que nos espera futuramente teremos
imensa vida espiritual, a própria vida independente e necessária, a vida que
tem vida em si mesma o origem da vida, que não pode deixar de existir.
O
termo paraíso ocorre somente três vezes no Novo Testamento – Lucas 23.43 – II
Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a expressão “Jardim do
Éden”, se converte a paraíso. Deriva da Pérsia antiga, esta palavra descreve um
parque num vale como lugar de benção. No Antigo Testamento, ela subentende um
lugar de deleite, sem a contaminação do pecado.
A
palavra descreve vida abençoada que os cristão terão com Cristo no novo céu e
na nova terra. O paraíso de Deus é semelhante, mas também é bem diferente do
Jardim do Éden que Deus criou para Adão e Eva.
É
deveras lamentável que, na igreja evangélica de hoje em dia, a “salvação” é
reduzida apenas ao perdão de pecados e a futura mudança de endereço para os
céus. Na verdade, a salvação consiste daquilo que acontece conosco, a espiritualização
do nosso próprio ser, a qual assumimos a natureza de Cristo, ou seja,
compartilhamos de seus atributos e de sua glória. Isso é o que está envolvido
no fato que nos alimentamos da árvore da vida, nos mundos eternos. – Provérbios
3.18 – “É árvore da vida para os a
alcançam, e felizes são todos os que a retêm” – e ainda Provérbios 11.30 –
13.12 – 15.4.
O
simbolismo da “árvore da vida” também esta presente em toda mitologia antiga,
desde da Índia até a Escandinávia.
Os
judeus e islamitas chamavam o vinho de “árvore da aprovação” – o Zend Avasta
tem sua própria árvore da vida chamada de “Destruidora da Morte”segunda a lenda
ela medraria às águas da vida, e o beber de sua seiva conferia a imortalidade. –
A árvore da vida dos Hindus é retratada como árvore que medra de dentro de um
grande mar, em meio à expansão das águas. Teria três galhos, cada um coroado
por um sol, denotando os três poderes da criação, da preservação após a
destruição. – Em uma apresentação, Buda aparece a meditar, assentado debaixo de
uma árvore com três galhos,cada um dos quais por sua vez tem três ramos. – Os
Babilônicos adora uma imagem de três sacerdotisas a ajuntares o fruto que
parece ser uma palmeira, com três ramos de cada lado. Ator, a Vênus dos
egípcios aparece meio oculta nos ramos do pessegueiro sagrado, entregando seu
fruto às almas que partem, bem como dar-lhes a bebida do céu mediante um vaso,
de onde as correntes da vida descem sobre o espírito, uma figura ao pé da
árvore como se fora um falcão, com sua cabeça humana e com mãos estendidas.
– Na mitologia Norueguesa, há um a figura proeminente é o “Lgdrail”
a árvore-cinza da existência; suas raízes estão no reino de “Hela, ou Morte”
seu tronco atinge se espalha pelo universo inteiro. A seus pés, no reino da
Morte estão assentados três “Norns” representando o “passado, o presente e o
futuro”, e reagem sua raízes com água retirada do poço sagrado.
A
narrativa de Gênesis fala da árvore, cujo fruto foi proibido. A mensagem aos
cristão de Éfeso fala de uma árvore que os cristão vitoriosos receberão
permissão para comer. Após a provação vem a santificação. Existem coisa que só
são entregues ao homem depois de serem disciplinados, para comer da árvore da
vida tem que haver uma disciplina nobre, e não concupiscência desregrada. A
vitória pessoal sobre o mal é a condição a qual ninguém comerá da árvore da
vida. – Hebreus 12. 4 – “... sem
santificação ninguém verá o Senhor” – A santificação é absolutamente
necessária à salvação, conforme se aprende em II Tessalonicenses 2.13 Romanos
6.22.
Aqueles
que evitassem as libertinagem dos Nicolaítas, eventualmente ficariam plenamente
satisfeitos com abundância da árvore da vida. Foi a madeira da árvore da vida
que gerou a Cruz de Cristo, e esta a vida eterna para todos aqueles que nela se
firmarem. – Colossenses 1.20.
“...
paraíso de Deus.” – O termo paraíso ocorre três vezes nas Escrituras –
Lucas 23.43 – II Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a
expressão “Jardim do Éden”, a qual na tradução grega do Antigo Testamento se
converte em paraíso.
Muitos
conceitos foram elaborados através dos séculos sobre o “paraíso”, vamos alguns
deles:
1.
O vocábulo Persa antiga “paraíso” tem o sentido de “Jardim, terreno ou
celestial”, ou seja um “lugar de deleite, descanso ou refrigério”. No Antigo
Testamento, ela subentende um lugar de deleite, sem contaminação do pecado
2.
Foi apenas natural que o termo viesse a ser aplicado aos conceitos do
“após-vida” quando as almas justas encontrarem um lugar de descanso dotado de
magnificante beleza, e vida eterna. Por isso os rabinos faziam dele um
equivalente ao “seio de Abraão”; ou seja, a porção boa do Hades – Lucas 16.22 e
23. 43
3.
Essa palavra também é usada para identificar a presença de Deus, nos céus mais
elevados. A Nova Jerusalém é a capital dos novos céus e nova terra nos
capítulos vinte e um e vinte e dois do presente livro, podendo-se observar que
a “árvore da vida” estará localizada ali. Assim sendo a Nova Jerusalém é
identificada com o “paraíso” pelo vidente João.
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NOTAS ADICIONAIS
SOBRE APOCALIPSE 2. 1 a 7
A
igreja de Éfeso fora abençoada com pastores excelentes, dentre os quais Paulo e
João foram Apóstolos de Jesus, e Timóteo um cooperador apostólico. Sabemos que
Paulo viveu em Éfeso durante três anos, e que Timóteo ministrou a igreja por
sessenta anos. Presumimos que João tenha deixado Jerusalém no final dos anos
sessenta e fixando residência em Éfeso, onde passou o resto de seus dias,
exceto por sua breve estadia na Ilha de Patmos. Ainda que os cristão tenham
sido espiritualmente moldado por esses três homens, começaram a declinar seu
amor por Cristo. E ainda que João, como apóstolo do amor, tenha ordenado que as
pessoas amassem umas as outras – I João 4.7 a 12 – não ele, mas Jesus, como
Supremo Pastor e Bispos de seu rebanho – I Pedro 2.25 – 5.4 – está caminhando
no meio da sua igreja.
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O CORPO DE
CRISTO – IGREJA DO SENHOR
O
copo de Cristo é a igreja, e não uma sociedade; é um organismo vivo, e não uma
organização; é um ser vivo, e não uma entidade formal. Enquanto uma sociedade
ou organização pode ser determinada a deixar de pagar impostos e cumprir seus
deveres os membros do corpo de Cristo deixam de ser uma igreja quando cessam de
difundir a luz do evangelho.
A
palavra church (inglês), kirche (alemão), kerk (holandês), deriva do termo
grego “kyriake”, significa “pertence ao Senhor”. Os termos românticos
usam derivado do grego “Eclésia” que significa “povo de Deus chamado do mundo”,
églisi (francês), iglesia (espanhol), chiesa (italiano).
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FONTES DE ESTUDO
Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo
– R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon
Kistemarker
Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes
Dias Lopes
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