sábado, 26 de março de 2016

Repostagem - ÉFESO – APOCALIPSE 2. 1 a 7



COMENTÁRIO BÍBLICO DE APOCALIPSE AS SETE IGREJAS
ÉFESO – APOCALIPSE 2. 1 a 7

Porque João escreveu sua carta listando primeiramente a cidade de Éfeso, sendo que, Pérgamo era a capital administrativa da província Romana da Ásia? Porque mesmo sendo Pérgamo a capital da província Romana, Éfeso era a cidade mais importante, reclamava o título de “a primeira e maior metrópole da Ásia” ficando atrás apenas de Roma, capital do império. Vejamos quais os fatores que puseram Éfeso nesta situação.

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE

Nos tempos de João Éfeso era o porto mais importante da Ásia. Todos os caminhos do vale do rio Cayter conduziam a ela, cerca de cinqüenta e seis quilômetros de Esmirna. Esse rio era o caminho que uniam Éfeso com o rio Eufrates e a Mesopotâmia, sendo Colossos e Laodicéia os pontos intermediários mais importantes. Também convergia para Éfeso o caminho da Galácia, atravessando Sardes em seu percurso. Outro caminho para o Sul, o Vale do Meandro, rico em agricultura, também chegava a Éfeso, portanto todos que viajavam para Ásia Menor, obrigatoriamente passava pela cidade de Éfeso. A tradução do se nome provavelmente significa “Desejável” Havia estabelecido um estatuto do procônsul romano que, era obrigatório o desembarque no porto de Éfeso todos que vinham a Ásia Menor.

Éfeso era a entrada para a cidade de Roma. Anos mais tarde, quando muitos mártires foram capturados na Ásia e levados a Roma para serem lançados aos leões, Inácio rebatizou a Éfeso de “Porta dos Mártires”

Essa posição converteu Éfeso na cidade mais rica de todas da Ásia. Poderia conceber-lhe como “feira de vaidades” do mundo antigo.

Era uma cidade livre, pela importância de seus serviços ao imperador. As cidades livres se governavam a si mesma e estavam dispensadas da obrigação de receber e alojar tropas imperiais. Além disso era em Éfeso que celebrava uma vez por ano os  mais famosos “jogos atléticos da Ásia”

Hoje a atual Turquia, adentrando-se desde o mar Egeu e desde há muito conhecida “Anatólia” que significa “Nascente do sol”, está salpicada de ruínas das renomadas cidades antigas como Sardes, Pérgamo, Hierápolis, Afrondísias e Éfeso., dentre essas Éfeso é a mais bem preservada.   
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HISTÓRIA DA CIDADE

Ao que parece Éfeso foi fundada por gregos jônicos, em cerca de 1050 A.C sob a direção de Androclus filho do rei Codro. Neste tempo competia com Mileto e Esmirna, para  ser o porto de exportação da Ásia Menor. Éfeso tornou-se um dos grandes centros do movimento cristão primitivo. Depois da destruição de Jerusalém no ano de 70 D.C, tornou-se o centro mais importante da época. O Apóstolo Paulo passou ali três anos, evangelizando a cidade e a região em derredor, de tal modo que a igreja ficou bem estabelecida, tal que, o Apostolo usava a cidade como sede de operações na Ásia, foi neste período que ele escreveu as duas epistolas aos Coríntios. Supõem-se que foi de Éfeso que Paulo tenha escrito as chamadas “cartas da prisão”, ou parte delas. Apesar de destruída, hoje sua localização é a Turquia.
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A RELIGIÃO QUE PREDOMINAVA EM ÉFESO

Éfeso era o centro do culto de “Ártemis” que em nossas bíblias é traduzido por “Diana dos Efésios”.  Esse templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os templos antigos consistiam principalmente de colunas ao redor de um lugar central, que era o único coberto em todo edifício. A imagem da deusa Diana habitava este santíssimo era uma das mais sagradas, era tão velha que ninguém conhecia a sua origem.

Éfeso era um centro Politeísta e Diana dos Efésios a principal e venerada em toda cidade. A semelhança de Apolo, ela era representada armada de arco e flechas, que subjugava monstros gigantes. Era considerada uma divindade benéfica e ajudadora, Apolo era o deus luminoso do dia e Diana com sua tocha, era a deusas da luz e da noite, por esse motivo veio ser identificada com a deusa da lua e da noite. Todas as feras era consagrada a ela, embora fosse considerada caçadora, e também assumiu o aspecto da deusa da guerra, Minerva. No paganismo era venerada como “Deusa Virgem”e protetora das donzelas. Diana chegou receber sacrifícios humanos nos cultos prestados a ela.   

O texto de Atos 19.36, nos informa que Diana era adora como a “deusa que caiu do céu”, sem duvida isso significa que algum meteorito foi recolhido e moldado para formar a sua imagem.

O culto idólatra e Éfeso tina apoio de livros sagrados chamados “Ephesia Grammata”, eram numerosos e continham receitas de encantamentos e artes mágicas. Quando o Evangelho lançou raízes em Éfeso, grande quantia desse material foi queimado em praça publica – Atos 19.19.   

Além disso Éfeso também tinha seus templos erigidos para promover a religião imperial de Roma, os quais eram dedicados aos imperadores Romanos Adriano e Severo. Havia o templo dos “Sabastoi” dedicado a família de Vespasiano, Tito e Demiciano. O culto a Artemis e a religião do estado de Roma eram bem estreita. Os prefeitos romanos forçavam o povo a adorar os imperadores, e fazer profissão de fé, a frase que tinham que declara era: “Cezar é o Senhor”, os cristãos que não colocavam os Cezares acima de Cristo eram perseguidos e mortos. Assim sendo, era um centro importante da religião pagã.

O templo de Artemis além de ser um centro importante de vida religiosa, era um centro de imoralidade e crime. Ares adjacentes do templo propiciavam impunidades aos criminosos. Na época que João escreveu o livro de Apocalipse, as partes inferiores do templo de Artemis eram um abrigo seguro para os assaltantes, ladrões, mercadores de escravos, e saqueadores de templos. Ele era considerado um  lugar de asilo, qualquer criminoso podia considerar-se seguro caso conseguisse entrar no Templo de Ártemis. O templo tinha centenas de sacerdotisas que funcionavam como prostitutas sagradas.

Éfeso também era famoso como centro mundial da superstição, todos conheciam as Letras de Éfeso, eram amuletos que podiam remediar virtualmente qualquer mal, curava enfermidades, esterilidades, assegurava êxito em bons negócios, boa sorte nas viagens, vitória nas guerras e competições esportivas, etc as pessoas vinham de toda parte a Éfeso para comprar as letras mágicas.

Todas essas características faziam de Éfeso uma cidade que transbordava de imoralidade de todos tipos. As pessoas eram libertinas, supersticiosas, vis e violentas. Herácio o filósofo grego chamado de “chorão” explicava que viver em Éfeso sem deixar de chorar por essa degeneração era difícil. Uma célebre frase dele: “ A  moral do templo é pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilam uns aos outros”
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O CRISTIANISMO EM ÉFESO

Por isso, Éfeso era um lugar pouco prometedor como terreno para semeadura do Evangelho. Entretanto foi o lugar que a fé cristã obteve alguns dos seu maiores triunfos.

Mesmo assim, os judeus que residiam na cidade eram numerosos, ricos e influentes. Havia uma comunidade judaica, cujos residentes podiam observar sua religião e até guardar o sábado, sob proteção legal de Roma.

Quando o Apóstolo Paulo foi pela primeira vez a Éfeso, receberam bem a doutrina de Cristo, mas logo o rejeitaram e ao mesmo tempo se tornaram virulentamente hostis ao Cristianismo Atos 18.19 a 21 e Atos 19.23 a 41.

O Apóstolo Paulo permaneceu em Éfeso muito mais tempo em sua viagem missionária que em outras cidades, aproximadamente três anos, com resultados positivos entre judeus e gentil – Atos 19. 17 a 20 e 20.31. Ele enviou um epístola a Éfeso no ano de 62 D.C, durante sua prisão em Roma, depois de sua soltura visitou a cidade novamente, e foi nesse período que constituiu  Timóteo como o primeiro Bispo de Éfeso I Timóteo 1.3. Em Éfeso encontramos com Áquila, Priscila e Apolo – Atos 18.19, 24 26. Foi em Éfeso que o Apóstolo Paulo fez seu discurso de despedida – Atos 20.17. segundo a lenda João o Apóstolo amado, levou consigo Maria, a mãe de Jesus, quando fixou residência naquela região, e onde supostamente foi enterrada.

De acordo com Atos 19. 23 a 30 – o Apóstolo Paulo nos anos de 53 a 56 D.C pregava na Ásia e passou um grande período em Éfeso. Naquele tempo levantou-se pequena agitação por causa do Caminho, por causa de Demétrios o ourives, que dava muito lucro a cidade com nichos de Diana.

Falamos de Éfeso como o grande porto da Ásia, mas na atualidade somente existe ruínas da passada grandeza. Éfeso perdeu sua batalha contra o tempo e hoje os sedimentos aluviais a transformaram numa zona pantanosa arrasada, distante uns três ou quatro quilômetros do mar.

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CARTA A IGREJA DOS EFÉSIOS – APOCALIPSE 2. 1 a  7

Após uma descrição bem detalhada sobre a cidade, a cultura e a religiosidade de da cidade de Éfeso, vamos nos deleitar com o teor espiritual da carta do Apóstolo João a igreja de Éfeso.

Éfeso era uma das mais vigorosas comunidades do Novo Testamento, representando  igreja apostólica, dotada de sucesso e poder especiais, embora tivesse vários erros, o principal dos quais foi esfriamento de seu amor a Cristo, com declínio subsequente ao serviço e o poder espiritual. A epistola do Apóstolo Paulo mostra que estavam longe de ser uma igreja perfeita, fica claro que Deus espera a perfeição não apenas de Efésios como da demais igrejas – Efésios 5.27.

Quando o Apóstolo João escreveu o livros de Apocalipse, fê-lo sob as perseguições de Domiciano, o qual foi chamado o segundo Nero.  

Apocalipse 2.1 – “Ao anjos da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conservas na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”

Ao anjo da igreja em Éfeso escreve ...” – Há quem queira atribuir a carta a algum ser angelical que ministram à igreja, controlando seus ministros, servindo de mediadores espirituais. Outros pensam que se trata de uma pessoa enviada as comunidades cristãs levando copias do livro de Apocalipse, não é provável que se trate de cristão itinerantes e sim membros alguém permanente vinculado a igreja. O Apostolo João foi instruído a escrever uma breve carta endereçada ao pastor da igreja de Éfeso, vemos a mesma saudação as outras seis igrejas da Ásia menor.  

Quando o Apóstolo Paulo deixou a Ásia Menor, deixou Timóteo com responsável pela igreja de Éfeso. Embora não saibamos quanto tempo ele dirigiu a congregação, é comum identificá-lo como o anjo mencionado neste texto. Entretanto não existam provas que comprovem essa conjectura.   

O ensino que temos aqui é profundo, a igreja de Cristo não fica sozinha, conta com a ajuda de grandes protetores espirituais, guardiões e instrumentos angelicais. Cumprindo o que esta escrito em Hebreus 13.5 – “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” e Mateus 28.20 – “Eis que estou contigo todos os dias te a consumação dos séculos

... da igreja ...” - 1. Sendo elas em número de sete, representando a igreja universal, bem como a igreja cristã estabelecida na Ásia Menor;

2. O número sete, por ser um número místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja universal, misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;  

3. É possível que as sete igrejas representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao tempo de segunda vinda de cristo;

4.  Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas cristãs em qualquer época histórica;

5. Sete igrejas literais daquela época que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto, Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias, a começar do quarto capítulo deste livro, também  representam condições existentes nos fins do primeiro século de nossa era, bem como dos primódios do segundo século;

6. Se desenharmos um mapa dessas cidades na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico, desta maneira representando a igreja universal;

... Éfeso ...” – As notas expositivas sobre a localidade e a sua significação da cidade esta registrada de forma detalhada na introdução deste assunto.

... escreve ...” – Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da igreja é Jesus Cristo – Essas cartas constituem exclusivamente das palavras de Cristo, mas diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram ditadas dos céus, depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas palavras são únicas registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas chegaram até nós com admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las e guardá-las no coração.

Os pastores não são meramente portadores de luz, mas como as estrelas, são doadores de luz. Eles transmitem a luz aos membros das igrejas, as quais, por sua vez dissipam as trevas que os circundam.

Jesus se dirige aos mensageiros da congregação locais, pois eles são responsáveis por levar a mensagem ao povo. Se eles falharem em fazê-lo, abafam a luz do evangelho  e conservam os membros da igreja na escuridão. Jesus espera que os pastores sejam os embaixadores da sua palavra. Romanos 10.14 – “E como pode ouvir se não há quem pregue?   

“... Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas ...” – Em cada uma das sete cartas a Apocalipse contém uma discrição do nome de Cristo singularmente apropriada para a igreja que estava sendo endereçada.  

As estrelas são as igrejas da Ásia Menor. A primeira identificação de Jesus feita a igreja é significativa – Apocalipse 1.16. – Ainda que Éfeso seja a primeira igreja entre a sete, seu pastor é posto no mesmo nível que os outros seis. Jesus segura todas elas com sua mão protetora, pois ele não é apenas seu comissionador, mas também seu guardião. Na verdade todo seu povo esta em suas mãos, a fim de que nenhum dano ocorra a qualquer delas fora de sua vontade.

A palavra original “kratein” do grego “sustentar” é uma palavra forte que significa que Jesus exerce controle total das igrejas, e que se as igrejas se submetem a esse controle de Cristo, nunca poderá suceder mal alguma ela. Nossa segurança, e nossa própria vida depende de estarmos sustentados por Jesus Cristo.

O sentido da frase nos mostra claramente que, as igrejas são diante do poder de Deus do tamanho de uma bola de pingue-pongue, isso significa que, Jesus Cristo não apenas “sustenta” as sete estrelas, mas também elas cabem totalmente na sua mão – Isaias 40.15 e 17 – “Eis  que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó  fino que se levanta – todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo

É importante que lembremos isto. Não é somente nossa igreja que está nas mãos do Senhor; e sim a totalidade das igrejas estão em sua mãos, e Ele as sustenta. Cristo não é Senhor de alguma seita, ou congregação, ou denominação, e menos ainda de um grupo particular, Ele é Senhor absoluto de todas igrejas.

Jesus Cristo não esta confinado e nenhuma igreja particular, está em todas. Não há igreja que esteja ausente e em outra presente, sempre que nos reunimos para adorá-lo, ele se faz presente.     

... na mão direita ...” – Porque Cristo está assentado do lado direito do Pai – Colossenses 3.1 – Isaias – “Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela mão direita e te digo, não temas

O simbolismo que Cristo segura com sua mão direita a igreja é: Cristo protege sua igreja – Ele guia a sua igreja – Ele salva sua igreja – Ele reveste de autoridade – Ele usa a sua igreja – Mateus 16.18 – “... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – Efésios 1.22 – “E pôs debaixo dos seus pés e, para ser cabeça sobre todas as coisas, o deu a igreja”         

... e anda no meio dos sete candeeiro de ouro:” – Os candelabros de ouro são os membros da igreja, sobre quem os olhos do Senhor repousam incessantemente. Representam a noiva que aguarda a chegada do noivo, e o noivo espera que sua noiva permaneça fiel, verdadeira e pura. O simbolismo do texto mostra que Jesus deseja que sua igreja brilhe no meio das trevas, onde ele as colocou. As palavras de Jesus foram – Mateus 18.20 – “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, li estou no meio deles

Vejamos, a luz se difunde de Jesus para seus servos – João 8.12 – “... Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida”  - A igreja como estrela é o lugar que retém a luz de Cristo, Ela por sua vez transmite a luz aos membros das igrejas, os quais, dissipam as trevas que o circundam. – Mateus 5.14 – “Vós sois a luz do mundo, ...”   

Os verdadeiros candeeiros são os iluminados e realmente iluminam. Nada sem azeite que alimenta o pavio que dá a luz, o azeite é o símbolo do Espírito Santo.
      
É provável que os judeus temente a Deus dessa província foram aquele que estiveram na festa do Pentecostes em Jerusalém  - Atos 2.9 – “somos partos, medos, elemitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia” e eles se tornaram,   os possíveis discípulos de Cristo – Atos 19.1 – “Aconteceu que estando Apolo em Coríntios, Paulo tendo passado pelas regiões mais altas chegou a Efésios e, achando ali alguns discípulos

O fato de que Jesus anda entre os candeeiros simboliza as seguintes verdades:

1. A Sua cuidadosa vigilância sobre essa época e todas as épocas da igreja, conhecendo suas fortalezas e fraquezas;

2. Sem a presença de Cristo, a igreja é apenas uma pilha de pedras freqüentadas por não espirituais. Mas com Sua presença, a igreja se trona um templo vivo para habitação do próprio Deus – Efésios 2.22 – “no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” I Pedro 2.5 – “também vós mesmos, como pedras que vivem ...

3. A diferença entre “Teísmo e Deísmo”. O Deísmo ensina que, há um Deus criador, uma força superior, mas crê que ele deixou as leis naturais encarregadas do governo de sua criação, não tendo qualquer contato pessoal com a mesma, pelo que também não faz intervenção na história humana, tanto para punir quanto para galardoar o homem. O Teísmo, ensina que Deus criou todo universo, e interfere na história da humanidade, punindo ou recompensando. Cristo é o exemplo supremo da presença de Deus entre os homens, pelo que é a maior prova do Teísmo.
   
4. O Senhor é quem guarda a sua igreja e a observa.

5. Aqueles que aceitam a Cristo como Senhor, são transformados segundo a sua imagem e natureza. – II Pedro 1.4 – “...vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção a das paixões que há no mundo

6. A vigilância e a presença de Cristo não são localizadas, Ele anda por entre todas as suas igrejas, e não meramente entre algumas de sua modernas denominações. Isso exalta o ideal da unidade em Cristo, por parte de todos cristãos regenerados.

7. Isso da a entender a atividade divina na igreja, o que assiste sua propagação, mas também em sua operação interna de santificação pessoal.

8. O candeeiro precisa de atenção especial para bom funcionamento, a fim de darem a luz apropriada, e Cristo dá essa atenção as igrejas. Se não fosse assim a luz da igreja desde muito já tinha apagado.

Apocalipse 2.2 – “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportas homens maus, e que puseste à prova a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achastes mentirosos”

Conheço a tua obra...” – Essa é uma declaração comum a todas as sete igrejas da Ásia Menor, descrita neste livro – Éfeso Apocalipse – 22.2 – Esmirna Apocalipse 2.9 – Pergamo Apocalipse 2.13 – Tiatira Apocalipse 2.19 – Sardes Apocalipse 3.1 – Filadélfia Apocalipse 3.8 – Laodicéia Apocalipse 3.15   

Jesus não diz estar meramente familiarizados com os Efésios, mas declara conhecer profundamente tudo o que eles fazem, porque nada escapa a sua atenção. O substantivo “obras”, é abrangente e pode ser interpretado no sentido tanto de feitos bons quanto de malfeitos, tanto no sentido positivo como no negativo. Consideremos alguns pontos:

1. É salientada assim a Onipotência de Cristo. Essa declaração é reiterada a todas as igrejas. – Mateus 12.25 – “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos ...

2.  O interesse de Cristo por sua igreja é focalizado, porque ele conhece as suas condições, a fim de louvar ou de repreender à mesma, e tudo o que visa produzir é modificações espirituais favoráveis.

3. As obras que Jesus conhece, representam as condições espirituais em geral da igreja, e não neste caso aquilo que chamamos de “serviço ativo”. Portanto a palavra obra neste caso, indica o “caráter geral”, a natureza da pessoa, como ela age, e o que pensa. O salmo 139 expressa com louvor essa frase. O termo geral “obra” é desdobrado neste mesmo versículo, para que tenha os seguintes significados:

a) – Labor – Trabalho árduo – Serviço ativo prestado sob pressão;
b) – Paciência – resistência neste labor, sob perseguições;
c) – Ódio e oposição ao mal e aos atos malignos, de homens que pervertem o evangelho e promovem a impiedade em nome de Cristo;

Ele não vê o que esperamos ser, nem o que temos feito, nem o que pensamos que podemos fazer, e sim as nossas condições reais, nosso caráter. isso é uma ameaça aos  hipócritas e pretensiosos; é uma ameaça para aqueles que brincam com a fé religiosa. Mas é um conforto aos fiéis, que são desprezados e perseguidos por outros, de dentro ou fora das igrejas.

... o teu labor ...” – Todo trabalho inclui exercício físico e metal, ambos os quais geralmente são onerosos e exaustivos. No grego “kopiao” significa “Exaurir-se, trabalhar arduamente, lutar”. Essa palavra descreve os prodigiosos labores da igreja apostólica, até os ímpios vêem algo nobre no labor, o que necessariamente inclui abnegação em favor de algum causa esperançosa.

... perseverança ...” – Isso é mencionado de novo no versículo seguinte. A palavra “hypomone” ocorre sete vezes no livro de Apocalipse – 1.9 – 2.2, 3 e 19 – 3.10 – 13.10 – 14.12. Perseverança é uma qualidade interior que expressa em esperar por Jesus, testemunhando em favor dele, a ponto de enfrentar a morte através de perseguições, em outras palavras, é bem maior do que “ser paciente”, é suportar tudo estoicamente.

Sabemos que a igreja apostólica era severamente perseguida, o livro de atos deixa isso bem claro. A igreja de Éfeso tinha resistência em meio as aflições que eram impostas pelas autoridade civis e religiosas. Tais dificuldades daqueles cristãos não os levaram a perder a coragem ou negar a própria fé, eles não se deixaram esmorecer conforme lemos no versículo seguinte. Antes participaram dos sofrimentos do evangelho, como soldados de Cristo conforme se aprende em II Timóteo 2.3.

... não podes suportar homens maus ...” – Aqueles cristãos podiam suportar condições e teste difíceis, mas se recusavam a mostrar tolerância em favor de homens que tentavam mudar a natureza moral e espiritual da igreja. Esses homens é muito provável ser os Nicolaítas mencionados no sexto versículo, que se faziam de falsos Apóstolos e falsos Profetas, que serviam de pragas para igreja apostólica. 

Jesus advertiu seus discípulos contra falsos profetas que são lobos em pele de ovelhas – Mateus 7.15 – 24.24 – O Apóstolo Paulo advertiu diversas vezes a igreja a despeito de tais homens – Atos 20.30 e 31 – Galátas 1.8 e 9 – I Timóteo 4.7 – Pedro da mesma forma – II Pedro 2.1 – João também os denunciou – I João 4.1.

 A igreja primitiva combateu ferozmente as heresias gnósticas, seitas que procuravam combinar filosofia grega, a mitologia e as religiões orientais misteriosas com a cristianismo verdadeiro, além de tomarem por empréstimo elementos do judaísmo.

Suas doutrinas repeliam a natureza divina com a humana de Cristo, crendo que o Espírito de Cristo era uma encarnação angelical, que tinha possuído o corpo de Jesus no momento do seu batismo, e tendo abandonado por ocasião da crucificação. Acreditavam que havia duas pessoas Jesus homem e o Espírito de Cristo, pois não eram mesma pessoa, não tendo em si qualquer valor expiatório. Os gnósticos eram homens maus, que a igreja de Éfeso não permitiu que tivessem acesso a posições influentes.          
   
Conta a história que o Apóstolo João em Éfeso, que se recusava a entrar nos banhos públicos quando Cerinto, um mestre gnóstico estava presente. Alguém poderia indagar se essa seria uma atitude correta, sem duvida temos uma missão de pregar Jesus a toda criatura, devemos amar a todos homens como Deus amou. – João 3.16.

A pessoa que se devota a seguir ao Senhor não pode ceder espaço aos maus e aqueles que intencionalmente perpetuam o mal. Deus ama o pecador, porém odeia o pecado. Um cristão não pode tolerar malfeitores que se recusam a arrepender-se, porém persistem em fazer o mal.    

A igreja de Éfeso tinham razão, pelo menos quando não permitirem ais homens ocupassem posições de autoridade e de ensino, pois eles estavam infiltrados na igreja para encorajá-los a um caminho falso. – II Coríntios 6. 14 a 16  

... põem à prova ...” – Essa prova era parcialmente a doutrina conforme se vê em I João 4.1 – indivíduos que rejeitam  a doutrina da encarnação e o valor da expiação de Cristo, com facilidade era tido por mentirosos e falso Apóstolos. Além disso era aplicado o teste prático, o evangelho anunciado por alguém transforma moralmente tal pessoa, em caso negativo, então tal evangelho era falso. – Galátas 1. 8 e 9.

O verdadeiro evangelho produz santidade, sem a qual ninguém verá a Deus – Hebreus 12.14 – A santificação é o elemento absolutamente necessário para a salvação, jamais podemos chegar ao caminho de Deus sem santificação – Romanos 6.22 – II Tessalonicenses 2.13

Os mestres gnósticos pensavam que o conhecimento é o caminho para a salvação, degradando a fé, e ao mesmo tempo que eliminavam totalmente a necessidade de santidade no corpo.

Os verdadeiros cristãos visavam ensinar aos falsos que eles não eram parte legitima da comunidade cristão. Aplicando teste eclesiástico, esses falsos mestres sob pressão eram convidados a se retirar da comunidade dos santos.
     
... e os achastes mentirosos ...” – Esses eram aqueles que negavam a identidade da natureza divina e humana de Jesus, aquele que nega ao “Filho de Deus e a Sua expiação. – I João 2.22. o mentiroso é aquele que odeia seu irmão, que não tem patê com a comunidade cristã, e é adversário da mesma. – I João 4.20. E aquele que não aceita o testemunho do Deus Pai concernente ao Filho, que cumpriu a sua missão expiatória – I João 5.10.

...dizem ser apóstolos e não são...” – A presunção daqueles homens era grande, tais missionários itinerantes cinicamente se chamavam apóstolos, queriam compartilhar da autoridade dos próprios mas era um reivindicação falsa. Esses pregavam um evangelho não o de Cristo; não eram designados por Jesus, e eram destituídos de autoridade para servir a igreja – II Coríntios 11.13 e 14. Nos dias de Paulo os falsos apóstolos chegavam com recomendações fraudulentas exigiam que demonstrasse seu apostolado com endosso – II Coríntios 3.1. Paulo apresentou marcas genuínas do verdadeiro apostolado através de sua vida, proclamando o evangelho de Cristo, realizando sinais, prodígios, milagres e maravilhas. II Coríntios 12.12. – “Pois as credenciais do apostolado foram apresentada no meio de vós, com toda persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos

Visto que Jesus faz menção dos Nicolaítas nominalmente no versículo seis desta capítulo e registra sua presença também na igreja de Pérgamo – Apocalipse 2.15, a sugestão de que essas pessoas eram falsos apóstolos não esta fora de propósito. Não obstante, não se tem certeza de que fossem originários da Palestina, ou fossem enviados pelos judaizantes. Os quais eram rejeitados pela igreja de Éfeso, e suas práticas odiadas, desta forma eram denominados impostores.

Apocalipse 2.3 – “e tens perseverança, e suportastes provas por causa do meu nome, e não deixaste esmorecer”

... tens perseverança ...” – É bem provável que Apocalipse foi escrito no governo de Domiciano considerado o segundo Nero. Muito cristãos vinham sendo encarcerados havendo torturas e mortes, por se recusarem eles adorar ao imperador, o qual se proclamava uma divindade. A igreja Apostólica já sofrera sob ordens de Nero. E agora Domiciano cujo significado do seu nome é – “degradação, crueldade , perversidade”, costumava torturar e queimar os cristãos até a morte, somente para entretenimento seus convivas. Tudo isso a igreja suportou pacientemente confiando em Cristo – É com vossas perseverança que ganhareis as vossas almas – Lucas 21.19.

... suportastes provas por causa do meu nome ...” – O mesmo vocábulo grego é usado para indicar “teste, tribulações” suportados, tal como o segundo versículo, é não para indicar que devemos suportar homens malignos. No grego “bastadzo” significa “carregar, suportar tolerar” ficando entendido qualquer coisa levado ou suportada, então esta em foco, todas as formas de tribulação, e não há um tipo especifico de fardo, que aqueles cristão tinham de suportar por amor a Cristo.

... por causa do meu nome ...” Jesus enalteceu a igreja de Éfeso por suas obras, trabalhos árduos, tolerância, por testar a doutrina e chamar os falsos mestres de intrusos. Agora ele estava louvando a igreja, por suportar as dificuldades por causa do Seu nome. Tudo eles suportavam porque se apegavam a Cristo como seu Senhor e Salvador, sendo o único Rei que tinha de ser adorado.              

Aqui vemos um exemplo a ser seguido por Pérgamo e Tiatira, portanto fracassaram em desfazer-se dos intrusos, que queriam roubar a glória de Deus.

... não se deixaram esmorecer ...” – Não se cansaram, o termo verbal aqui usado é “kopos”, palavra usada para indicar “labor”. Aqui indica labor com exaustão.

O nome cristão significa que alguém pertence e se identifica plenamente com Cristo. Assim se alguém ataca um cristão, ele ataca ao próprio Cristo – Atos 9.4.

O não esmorecer qualifica tanto as perseguições como o fato que vinham perseverando em seu prodígios labores. Assim aquele cristão mostravam-se possuídos de uma espiritualidade altamente desenvolvida, que podia sofrer dificuldade por longos tempos.

Apocalipse 2.4 – “Tenho, porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”

Não dá para entender como uma comunidade cristã que acabara de ser descrita como leal nas perseguições sofridas e nos labores, prodigosa em obras, opositoras da malignidade, poderia abandonar o primeiro amor a Cristo.

Algo parece estar bastante errado como os Efésios, não demonstravam o amor por Cristo que nutriam nos primeiros anos de sua história. Esses foram dias que o Apóstolo Paulo pregava aquilo que era proveitoso, e por três anos foram ensinados o que é ser cristão – Atos 20.20,21 e 31.

Cerca de uma década depois, o Apóstolo Paulo escreveu carta para Timóteo que era pastor da igreja de Éfeso, e lhe disse que amar com coração puro, com boa consciência e com fé sincera é o alvo da obra de Deus.

O amor deveria ser recíproco na igreja de Éfeso, ou é do amor cristão pelo Senhor – Mateus 22. 37 a 40 – “Ame ao Senhor , seu Deus, de todo seu coração, de toda tua alma e de todo seu entendimento. Esse é o primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame seu próximo como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”    

O amor genuíno por Deus leva instintivamente a expressar amor ao próximo, enquanto amar ao próximo é uma expressão do amor por Deus – I João 4.20 – “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê

Quando Jesus diz que os Efésios havia perdido seu primeiro amor, ele não quis dizer que eles viviam e agiam sem o amor por Deus ou por seu próximo. Essa expressão significa que eles não agiam como propagadores da fé. A verdadeira essência do evangelho se perdera, ou seja, eles amavam ao Senhor mas não com o coração, e sim com a alma e a mente – João 4.23 – “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.

A primeira geração da igreja fez um extraordinário esforço para que a palavra de Deus se difundisse amplamente e crescesse em poder – Atos 19.20 – “Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente” – o Apóstolo Paulo escreve uma carta nos últimos anos para os Efésios de teor que os enaltecia por sua fé em Cristo e no amor pelos irmãos. Mas os filhos e netos dessas pessoas deixaram-se influenciar pelas heresias dos gnósticos, e o entusiasmo pelo Senhor tinha poça genuinidade.

Qual seria o motivo de uma igreja tão fervorosa esfriar e perder parte de seu amor de uma hora para outra? Vamos citar alguns possíveis fatores responsáveis pelo ocorrido.

1. A perda do amor por parte deles, ainda não começara a modificar a conduta deles, mas sem duvida começaria a fazê-lo em breve, e isso de maneira necessária;

2. O amor por parte dos Efésios não tão grande, nem tão espontâneo como nos primeiros anos da igreja;

3. O décimo terceiro capítulo de primeira Coríntios mostra-nos que todas as ações cristã, bem como exercício dos dons espirituais devem ser inspirados pelo amor, em caso contrário todos os dons exercido dentro da igreja são nulos.

... contra ti ...” – Notemos que a condenação se segue ao elogio. Certamente que precisamos de ambos asses elementos, se criticarmos os outros por algo que não nos agrada, também os elogiamos pelo que há de bom neles. Nossas criticas se mostram carregadas de um poder que transformam os homens para melhor. Porém se tão somente criticamos aos nossos semelhantes, ignoramos qualquer coisa que há de bom neles, assim podemos apenas feri-los, piorando o estado deles e adicionando opróbrio a quaisquer defeitos que porventura tenham. Por outro lado se não fizermos outras coisas senão elogiá-los, então eles ficaram estragados e mimados, tento uma falsa idéia sobre aqui que realmente são. Sempre haverá algo na vida do ser humano que precisa sofrer mudanças. – I Coríntios 4.14 a 16 – “Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.

... abandonaste ...” – Essa palavra significa “partir, ir-se, deixar, dispensar”, é a mesma palavra usada para indicar “repudio ou divórcio”. Os cristão de Éfeso tinham divorciado do seu primeiro amor emocional. Portanto o amor verdadeiro é mais do que uma emoção, antes é um dos fruto do Espírito, ou seja, é primeiro e principal produto do desenvolvimento espiritual, sendo esse o solo onde medram todas as demais virtudes espirituais.  – Galátas 5.22

O quinto versículo deste capítulo contém ameaças que o “candeeiro” que representava o povo de Éfeso poderia ser removido, se não houvesse arrependimento. Isso mostra que não poderiam continuar por muito tempo, antes sua falta de devoção a Cristo resultaria na perda da razão mesma de continuarem sendo igreja, razão essa que é de ser igreja iluminada para iluminar esse mundo tenebroso.

Advertência contra o divórcio espiritual – É possível que um cristão cheio do Espírito Santo comece a gradualmente ceder aos apelos da carne, do orgulho pessoal e dos desejos mundanos. Neste caso o cristão divorcia-se daquilo que anteriormente lhe era precioso, não menos se dá no caso do homem que perde paulatinamente o amor pela mulher, que antes era sua noiva amada, e depois de mais algum tempo percebe que deseja separar de todo vinculo que tem com ela, com a finalidade de buscar outra mulher. Acabará encontrando outra mulher que lhe satisfaça, isso tão somente ocorrerá porque ele se divorciou no seu coração daquela que antes amava realmente.   
  
... amor ...” Existem variedades e níveis diversos de amor, conforme se vê nos seguintes pontos.

1. Há o amor de Deus pelo homem, é conhecido como “amor Ágape ou Agapal” – João 3.16 – É a fonte de todo outro amor, até aqueles manifestos pelos incrédulos.

2. Há amor de Cristo pelo homem, o qual é uma extensão do amor de Deus e, em sua essência, é a mesma coisa. – II Coríntios 5.14.

3. Há amor do individuo por si mesmo, num efeito inteiramente egoísta, pois e preocupa apenas consigo mesmo.

4. Há amor de um homem por outro ser humano. Quando alguém ama outrem, deseja para o próximo o que deseja a si mesmo, ou transfere o cuidado por si mesmo para outra pessoa, desejando o seu bem estar, tal como deseja seu próprio bem estar. Ele é conhecido como “amor fraternal”, ele pode ser manifesto de pai para filho, de irmão para irmão, etc, ...

5. Há amor dirigidos a Cristo, o Filho de Deus, ou então a Deus Pai,o que significa que amamos aos nossos semelhantes. – Mateus 25.35.

6. Há amor do homem a Cristo, ou Deus pai diretamente expresso, ele é normalmente expresso por meios místicos, mediante a ascensão da alma que passa contemplar a Deus.

Quantas pessoa hoje em dia pregam e atacam males como: mundanismo, modernismo, comunismo, embora sua mensagens reflitam pouquíssimo do amor conquistador por Cristo. Tornam-se polemistas profissionais, mas pouco ou nada sabem do amor construtivo.

Há um caminho melhor do que esse. É o caminho do amor, o amor transforma tudo que toca, os homens são atraídos pelo amor. Os homens amam quando são amados, e odeiam quando são odiados.

O amor é fruto do Espírito Santo – Pode-se supor que o cristão obreiros de Éfeso, foi perdendo a comunhão com o Espírito Santo.  Em suas almas se haviam desviado para coisas menos importantes. A formação de Cristo neles estagnaram, e talvez até tenham revestido, até certo ponto.

 Amor é supremo dom do Espírito Santo – Deus não aceita a generosidade nem o sofrimento que não são motivados pelo amor. Martírio egoísta não vale de nada.

Apocalipse 2.5. – Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta a prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e removerei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”

Lembra-te ...” – É uma exortação acerca dos dias anteriores, quando a devoção intensa a Cristo era a força motriz de uma vida piedosa, e de um imenso serviço.

... de onde caístes ...” –  Consideremos os pontos de uma pessoa que declina espiritualmente..

1. Tinham caído de maiores elevações espirituais;
2. Tinham caído do serviço motivado pelos princípios dos amor;
3.  Tinham caído a despeito de continuar defender a verdade;
4. Tinham caído apesar do labores e prodígios;
5. Tinham caído apesar de sua lealdade debaixo da perseguição.

A bíblia nunca diz que Cristo vem para punir, ou pesar a mão, quando erremos ou falhamos. Mesmo se porventura cairmos, ele sempre estende sua mão para nos levantar – Salmos 37. 24 – “Se cair, não ficará prostrado porque o Senhor segura pela mão

... arrepende-te ...” – O termo grego “metanoeo” significa “mudança de mente” correspondente a mudança de conduta. A ordem do Senhor aponta não só para as faltas deles, mostra também como corrigi-las. Após criticar negativamente suas conduta espiritual, ele lhes ordena positivamente que a restaurem. Era preciso lembrar constantemente de sua posição anterior, renovando sua própria história eclesiástica, recordando do que fizeram seus antepassados anos atrás, e assim recordarem sua história, devem reconhecer que mudaram para pior.

A natureza do arrependimento:

1. Ele representa muito mais do que mudança de mente, o que evidencia por meio de atitudes e ações novas;
2. O arrependimento faz parte da conversão, e está vinculado ao problema do pecado. Precisamos reconhecer nossa natureza pecaminosa, e pedir para Espírito Santo guiar nossa vida. – Galátas 5. 25 – “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”
3. O arrependimento é um ato divino, é concedido pelo próprio Deus. – Atos 11.18;
4. Também é uma reação humana porquanto os homens são convocados a arrepender-se. Atos 17.30;
5. O arrependimento nos leva a vida eterna, pois a conversão resulta na santificação, e a santificação na glorificação e na salvação final – II Tessalonicenses 2.13

Como servos de Deus precisamos entender que diferenças entre arrependimento e remorso. Através da vida de Pedro e Judas encontramos o exemplo real de arrependimento e remorso. Ambos eram discípulos de Jesus, ambos erraram diante do Mestre, ou seja, Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus, Ambos ficaram tristes, depois do fato Pedro saiu e chorou amargamente. Judas ficou só, depois se retirou e enforcou-se. Em Judas vemos uma tristeza que operou morte. A Bíblia nos mostra que o arrependimento inicia o Caminho da Salvação. Mateus 26. 31 a 35 –  Mateus 26. 69 a 75 – Mateus 27. 3 a 10 – João 21. 15 a 17
    
Vemos que Judas se enforcou, não encontrou o  caminho do arrependimento, Pedro entendeu que Jesus jamais estava Eli para o reprová-lo, nem tão pouco condená-lo, e sim para perdoá-lo.

Confessemos o mal, tenhamos  consciência de sua destrutibilidade; busquemos a mudança positiva no intimo, a transformação na direção da imagem santa de Jesus Cristo.

... volta as praticas da primeira obra ...” – As primeiras obras não são novas nem diferentes em modalidade de ação, são as mesmas, mas motivadas pelo amor original, de maneira que pareça novas. É provável que o vidente João tenha em mente todas as formas diferentes de obras cristã, como a do evangelismo, do ensino e a do exercício dos dons espirituais no seio da igreja que visam sua edificação e a do exercício da bondade e do amor as práticas que beneficiam ao próximo.

... se não ...” – Se falharmos em corresponder à reiterada chamada de atenção de Jesus a que se arrependa, o Senhor tomará medidas drásticas. A graça divina pode ser acolhida ou repelida. Podemos desviar-nos, esfriar na fé, tornar-nos indiferentes, inúteis, ser rejeitado, naufragar e tornar-nos incrédulos e apóstatas. O Apóstolo Paulo nos adverte severamente a despeito de não sermos sensíveis a voz do Espírito. – I Timóteo 4. 1 e 2 – II Timóteo 4. 1 a 5

... venho contra ti ...” – Consideramos dois pontos seguintes:

1. A visitação de Cristo na igreja de Éfeso, ou qualquer outra comunidade cristã, para efeito de juízo, embora cada caso de visitação seja diferente dos demais casos.
2. Fica submetido aqui a “parousia” – Quanto Cristo voltar encontrará alguns cristãos despreparados, o que significa que, necessariamente haverá certo juízo contra tais.   

... e removerei do seu lugar o teu candeeiro ...” – O fato histórico que o testemunho cristão antes do tão poderoso em Éfeso, desapareceu. O candeeiro aqui é a igreja e o seu testemunho. A ameaça, não obstante, se falharem em corresponder à chamada de atenção de Jesus a que se arrependessem, seria tomada medidas drásticas.  Certo escritor comenta ao descrever uma época cerca de setenta e cinco anos passados as palavras de Cristo, diz-nos que visitou Éfeso, e ali achou somente três cristãos, os quais eram muitos ignorantes.

Uma igreja deixa de ser igreja quando ela cessa de servir a seu Mestre com o genuíno amor e dedicação. O que satanás quer é que o cristianismo morra espiritualmente, e conseqüentemente sai de cena. Os membros das igrejas podem ainda congregar-se, porém se reúnem para propósitos apenas sociais, e não espirituais.

... caso não se arrependam ...” – Somos chamados ao arrependimento, fica entendido que somo capaz de fazê-lo. Deus não impede a nenhum homem de arrepender-se. Assim, se alguém busca lugar de arrependimento, sincera e honestamente, haverá de arrepender-se, o poder da cruz é tão grande para que o maior do pecadores encontre esse caminho. João 12.32        

Apocalipse 2.6 – “Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras do Nicolaítas, as quais eu também odeio”

Agora somos levados de volta ao segundo versículo, que fala sobre a resistência contra os falsos Apóstolos, homens maus e mentiroso, conforme ali são chamados.
Nicolaítas – Não há como identificar com absoluta certeza quanto a quem é referida tal seita. Portanto temos alguns idéias a respeito delas.

1. O vocábulo significa “dominadores do povo”. Na opinião de alguns seriam os leigos. E daí tiram a suposições que está em foco a manifestação inicial das ordens sacerdotais ou clero. Neste caso seria aqui combatida a formação do um clero profissional, e; no décimo quinto versículo deste texto.

2. Alguns associam a seita a Nicolau, prosélito de Antioquia, um dos sete discípulos originais de Jerusalém. Alguns acreditam que ele se desviou da sua genuína vocação eclesiástica – Atos 6.5. Pensa-se que ele tornou-se líder de alguma seita gnóstica anônima. Parece ter participado de festas idólatras, incorporado imoralidade e sensualidade em suas práticas, no que seguem a tradição gnóstica.

3. Em épocas posteriores houve uma seita gnóstica conhecida por “os Nicolaítas” a qual é mencionada por Tertuliano que também era da índole gnóstica. E Clemente de Alexandria a as Construções Apostólicas juntamente com Vitorismo fizeram a tentativa de mostrar que essas duas seitas não tinham nenhum vinculação entre si essa posição é quase certamente correta, ainda que alguns intérpretes tenham imaginado a identificação das duas. O livro de Apocalipse foi escrito antes desse tempo, para referir-se à segunda dessas seitas do mesmo nome.

4. Podemos pensar que Nicolau aqui em foco foi um personagem histórico, que residia em Éfeso ou naquela área geral, embora não devia ser identificado com do mesmo nome que era de Jerusalém.

5. Finalmente há aqueles que supões que não devemos imaginar que Nicolau fosse o nome de alguma pessoa real viva, ou seja, tudo não passa de um titulo dominador do povo ou destruidor do povo, da igreja cristã dali. É certo que esteja em foco algum centro gnóstico agindo dessa forma.

Muitos interpretes identificam os Nicolaítas como seguidores de Balaão, aludido no décimo quarto versículo deste capítulo, ou supõem que ambos os grupos eram apenas representantes locais de uma mesma seita herética gnóstica. O que provavelmente isso seja correto.

... odeia as obras do Nicolaítas ...” – Agora Jesus insere que os cristãos de Éfeso odiavam as obras dos Nicolaítas, e acrescenta que Ele odeia igualmente essas obras e suas ações pervertidas e imorais Apocalipse 2,14, 20 – Note que o ódio é direcionado para as obras, não para as pessoas. Jesus odeia o pecado, porém estende seu amor para o pecador. Enquanto o pecado é uma afronta a Sua santidade, a missão de Jesus é conduzir os pecadores ao arrependimento. Lucas 5.32.   
        
Notemos a atitude correta para com o pecado. Os verdadeiros cristãs odeiam à imoralidade, conforme os efésios odiavam quem praticavam essas obras carnais. Gálatas 5. 17 a 24.

No versículo segundo deste capítulo lemos que os efésios podiam suportar os maus homens que julgavam-se apóstolos, porém não o eram. Quando somos fieis a alguém, precisamos repreender seus pecado e erros, mas isso deve ser feito com intuito de conquistar tal pessoa e não de afastá-la, pelo que não se pode usar de espírito orgulhoso e altivo, conforme se verifica. – Salmos 97.10 – “vós que amais ao Senhor, o mal ....” Provérbios 6. 16 e 19 – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina .... o semeia contenda entre os irmãos”  
    
Apocalipse 2.7 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da Árvore da Vida que se encontra no parais de Deus.” 
     
... Quem tem ouvidos, ouça ...” – Essa frase foi emitida pelos lábios de Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui aparece com um complemento “O que o Espírito diz a igreja” ocorrendo em cada uma das cartas individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22). Trata-se de uma solene chamada, para que se aplique o que acaba de ouvir. Já que Cristo é apresentado como quem fala, não admira que a forma de expressão seja similar a declarações genuínas de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 – 13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 – Lucas 8.8 – 14.35.

Essa é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto já que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em funcionamento então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática o que lhes estava sendo lido.

A primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido. A segunda parte é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito Santo. Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras passagens das escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.

Os ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que concerne ao ouvido que ouve.

No fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, com noção olhos para verem e ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias – “Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede, vede mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” – Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26  

Essas citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.

Podemos citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2 – “Filho do homem, tu que habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve, porque é tu casa rebelde”  - O ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto natural, pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era seu rosto”     
       
O Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes? tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E ,tendo ouvidos, não ouvis?” – Marcos 8.17 e 18

E não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas” – II Timóteo 4. 3 e 4.
 
Ora, por nada menos do que sete vezes nos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que diz o Espírito as igrejas

1 – Visam a todos os membros da igreja.
2 – Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual, por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e encontrado.
3 – Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem imperativos  divinos.
4 – O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente; fornece-nos um vislumbre da glória futura.
5 – Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém, também aplica-se individualmente.

... o que o Espírito diz ...” – O Espírito Santo é o porta voz de Cristo em Apocalipse. O seu poder divino que dá prosseguimento a sua obra, dentro e fora da igreja. O Espírito Santo de Deus fala – “E servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me agora a Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado

... as igrejas ...” – A mensagem foi dirigida não somente a igreja de Éfeso, e sim as sete igrejas da Ásia Menor, para onde foi originalmente enviado o livro de Apocalipse. Acredita-se que cada uma das sete igrejas recebeu copia da carta de Apocalipse dos capitulo dois e três. Naturalmente elas representavam a igreja universal.

... ao vencedor ...” – Em cada uma das sete igrejas de Apocalipse há um “vencedor”. Em cada época, haverá vencedores, a despeito dos problemas e das crises diferentes que tiverem de enfrentar.  

Em cada caso, e cada uma das sete igrejas da Ásia Menor,  o “vencedor” é aquele que dá atenção às advertências e instruções da carta sob consideração, e cumpre aquilo que dele é exigido. A igreja em Éfeso o grande triunfo seria a perseverança contra as obras dos Nicolaítas que a si mesmo se denominam apóstolos é não eram.

Aqui temos um palavra chave neste sentença, é a expressão “vencer”, que no grego está no particípio presente “aquele que vencer”. A vitória antecipada da igreja tem seus fundamentos postos na vitória já conquistada por Jesus Cristo. Ele venceu a guerra, mas ela ainda não terminou. Não só os Mártires, mas cada cristão esta pessoalmente engajado nessa guerra contra satanás e seus correligionários. Considerando os pontos abaixo:

1. O vencedor é aquele que Permanecer fiel a Cristo, opondo-se as práticas gnósticas;

2. O vencedor é aquele que der ouvidos às admoestações de retornar ao primeiro amor, e as premiras obras;

3. O vencedor é aquele que repelir as mensagens sem moral dos Nicolaítas, mantendo a pureza da fé;

4. O vencedor é aquele que permanecer constante, sob meças e perseguições políticas,
militares e religiosas;      

Portanto, cada seguidor de Cristo recebe promessa e vida eterna e todas as demais promessas que ele faz ao seus servos. – Apocalipse 2.10, 17, 26 – 3.5, 12 e 21. Todas as promessas são feitas ao vencedor, isto é, a cada cristão genuíno.
Todo cristão genuíno é um vencedor porque:

1. Não existe cristão verdadeiro que também não seja um soldado, e está envolvido em uma guerra, não sendo mero espectador. Ele conta com armadura de Deus e a usa, domina e vence o mal – Efésios 6.11;

2. Coisa alguma foi prometida àqueles que não se mostrarem vencedores nessa luta. Cada uma das sete epistolas do Apocalipse promete algo ao vencedor – Apocalipse 2.7, 10, 17, 26 3.5, 12 e 21;

3. Cristo é o vencedor Mor, Ele é o nosso exemplo. Quanto a esse título que é aplicado ver – Apocalipse 3.21 – 5.5 e 17.14

...dar-lhe-ei ...” – Temos aqui o original rego, o tempo futuro do verbo “didomi” onde se repete onde várias promessas são feita por Cristo em Apocalipse 2.10, 17, 23, 26, 28 – 3.8, 21 – 6.4 – 11.3 – 21.6.

... se alimente da árvore da vida ...” – Jesus promete ao vencedor o direito de comer da árvore da vida. Isso leva-nos de volta ao Jardim do Éden, e assegura-nos que aquilo que foi espiritualmente perdido através do pecado pode ser recuperado em Cristo, e, de fato, será recuperado por todos os vencedores.

O texto leva o leitor de volta aos primórdios da história humana. Depois do pecado cometido por Adão e Eva, Deus os expulsou do jardim e colocou ali um anjo com uma espada flamejante para guardar a árvore da vida – Gênesis 2.9 – 3.22 a 24. Ao guardar aquele árvore, Deus impediu nossos antepassados de comerem do seu fruto, e assim de viverem eternamente no estado destituído de redenção na qual subsistem os anjos apóstatas. A redenção do seu povo, a qual Jesus Cristo conduz à plenitude na consumação, inclui a promessa de que todo o que vencer comerá da árvore da vida que está no paraíso – Apocalipse 22.2,14 e 19.

A questão do comer, é simbólica apontando para obtenção da vida eterna e da nutrição espiritual com satisfação de toda e cada necessidade. Comparemos com o comer do “Pão da Vida” em João 8.48. aquele que se alimenta do Pão, assume a própria forma de vida e a própria natureza do filho, porquanto seus efeitos alimentares são transformadores. – João 8.51 – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”  
  
Então, se alimentar da Árvore da Vida, envolve muito mais do que a restauração do que se perdera no Éden, pois obteremos imortalidade, e teremos o mesmo tipo de vida que possui o próprio Deus Pai. Naturalmente não neste ponto qualquer alusão a alguma árvore literal, essa árvore simboliza a transmissão da vida eterna aos homens – João 3.15.

A bíblia nos garante que, no novo paraíso que nos espera futuramente teremos imensa vida espiritual, a própria vida independente e necessária, a vida que tem vida em si mesma o origem da vida, que não pode deixar de existir.
O termo paraíso ocorre somente três vezes no Novo Testamento – Lucas 23.43 – II Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a expressão “Jardim do Éden”, se converte a paraíso. Deriva da Pérsia antiga, esta palavra descreve um parque num vale como lugar de benção. No Antigo Testamento, ela subentende um lugar de deleite, sem a contaminação do pecado.

A palavra descreve vida abençoada que os cristão terão com Cristo no novo céu e na nova terra. O paraíso de Deus é semelhante, mas também é bem diferente do Jardim do Éden que Deus criou para Adão e Eva.

É deveras lamentável que, na igreja evangélica de hoje em dia, a “salvação” é reduzida apenas ao perdão de pecados e a futura mudança de endereço para os céus. Na verdade, a salvação consiste daquilo que acontece conosco, a espiritualização do nosso próprio ser, a qual assumimos a natureza de Cristo, ou seja, compartilhamos de seus atributos e de sua glória. Isso é o que está envolvido no fato que nos alimentamos da árvore da vida, nos mundos eternos. – Provérbios 3.18 – “É árvore da vida para os a alcançam, e felizes são todos os que a retêm” – e ainda Provérbios 11.30 – 13.12 – 15.4.

O simbolismo da “árvore da vida” também esta presente em toda mitologia antiga, desde da Índia até a Escandinávia.

Os judeus e islamitas chamavam o vinho de “árvore da aprovação” – o Zend Avasta tem sua própria árvore da vida chamada de “Destruidora da Morte”segunda a lenda ela medraria às águas da vida, e o beber de sua seiva conferia a imortalidade. – A árvore da vida dos Hindus é retratada como árvore que medra de dentro de um grande mar, em meio à expansão das águas. Teria três galhos, cada um coroado por um sol, denotando os três poderes da criação, da preservação após a destruição. – Em uma apresentação, Buda aparece a meditar, assentado debaixo de uma árvore com três galhos,cada um dos quais por sua vez tem três ramos. – Os Babilônicos adora uma imagem de três sacerdotisas a ajuntares o fruto que parece ser uma palmeira, com três ramos de cada lado. Ator, a Vênus dos egípcios aparece meio oculta nos ramos do pessegueiro sagrado, entregando seu fruto às almas que partem, bem como dar-lhes a bebida do céu mediante um vaso, de onde as correntes da vida descem sobre o espírito, uma figura ao pé da árvore como se fora um falcão, com sua cabeça humana e com mãos estendidas. –  Na mitologia  Norueguesa, há um a figura proeminente é o “Lgdrail” a árvore-cinza da existência; suas raízes estão no reino de “Hela, ou Morte” seu tronco atinge se espalha pelo universo inteiro. A seus pés, no reino da Morte estão assentados três “Norns” representando o “passado, o presente e o futuro”, e reagem sua raízes com água retirada do poço sagrado.        

A narrativa de Gênesis fala da árvore, cujo fruto foi proibido. A mensagem aos cristão de Éfeso fala de uma árvore que os cristão vitoriosos receberão permissão para comer. Após a provação vem a santificação. Existem coisa que só são entregues ao homem depois de serem disciplinados, para comer da árvore da vida tem que haver uma disciplina nobre, e não concupiscência desregrada. A vitória pessoal sobre o mal é a condição a qual ninguém comerá da árvore da vida. – Hebreus 12. 4 – “... sem santificação ninguém verá o Senhor” – A santificação é absolutamente necessária à salvação, conforme se aprende em II Tessalonicenses 2.13 Romanos 6.22.

Aqueles que evitassem as libertinagem dos Nicolaítas, eventualmente ficariam plenamente satisfeitos com abundância da árvore da vida. Foi a madeira da árvore da vida que gerou a Cruz de Cristo, e esta a vida eterna para todos aqueles que nela se firmarem. – Colossenses 1.20.

... paraíso de Deus.” – O termo paraíso ocorre três vezes nas Escrituras – Lucas 23.43 – II Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a expressão “Jardim do Éden”, a qual na tradução grega do Antigo Testamento se converte em paraíso.

Muitos conceitos foram elaborados através dos séculos sobre o “paraíso”, vamos alguns deles:

1. O vocábulo Persa antiga “paraíso” tem o sentido de “Jardim, terreno ou celestial”, ou seja um “lugar de deleite, descanso ou refrigério”. No Antigo Testamento, ela subentende um lugar de deleite, sem contaminação do pecado

2. Foi apenas natural que o termo viesse a ser aplicado aos conceitos do “após-vida” quando as almas justas encontrarem um lugar de descanso dotado de magnificante beleza, e vida eterna. Por isso os rabinos faziam dele um equivalente ao “seio de Abraão”; ou seja, a porção boa do Hades – Lucas 16.22 e 23. 43

3. Essa palavra também é usada para identificar a presença de Deus, nos céus mais elevados. A Nova Jerusalém é a capital dos novos céus e nova terra nos capítulos vinte e um e vinte e dois do presente livro, podendo-se observar que a “árvore da vida” estará localizada ali. Assim sendo a Nova Jerusalém é identificada com o “paraíso” pelo vidente João.
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NOTAS ADICIONAIS SOBRE APOCALIPSE 2. 1 a 7

A igreja de Éfeso fora abençoada com pastores excelentes, dentre os quais Paulo e João foram Apóstolos de Jesus, e Timóteo um cooperador apostólico. Sabemos que Paulo viveu em Éfeso durante três anos, e que Timóteo ministrou a igreja por sessenta anos. Presumimos que João tenha deixado Jerusalém no final dos anos sessenta e fixando residência em Éfeso, onde passou o resto de seus dias, exceto por sua breve estadia na Ilha de Patmos. Ainda que os cristão tenham sido espiritualmente moldado por esses três homens, começaram a declinar seu amor por Cristo. E ainda que João, como apóstolo do amor, tenha ordenado que as pessoas amassem umas as outras – I João 4.7 a 12 – não ele, mas Jesus, como Supremo Pastor e Bispos de seu rebanho – I Pedro 2.25 – 5.4 – está caminhando no meio da sua igreja.
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O CORPO DE CRISTO – IGREJA DO SENHOR

O copo de Cristo é a igreja, e não uma sociedade; é um organismo vivo, e não uma organização; é um ser vivo, e não uma entidade formal. Enquanto uma sociedade ou organização pode ser determinada a deixar de pagar impostos e cumprir seus deveres os membros do corpo de Cristo deixam de ser uma igreja quando cessam de difundir a luz do evangelho.

A palavra church (inglês), kirche (alemão), kerk (holandês), deriva do termo grego  “kyriake”, significa  “pertence ao Senhor”. Os termos românticos usam derivado do grego “Eclésia” que significa “povo de Deus chamado do mundo”, églisi (francês), iglesia (espanhol), chiesa (italiano).     

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FONTES DE ESTUDO

Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento  - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo – R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon Kistemarker
Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes Dias Lopes



 COMENTÁRIO BÍBLICO DE APOCALIPSE AS SETE IGREJAS
ÉFESO – APOCALIPSE 2. 1 a 7

Porque João escreveu sua carta listando primeiramente a cidade de Éfeso, sendo que, Pérgamo era a capital administrativa da província Romana da Ásia? Porque mesmo sendo Pérgamo a capital da província Romana, Éfeso era a cidade mais importante, reclamava o título de “a primeira e maior metrópole da Ásia” ficando atrás apenas de Roma, capital do império. Vejamos quais os fatores que puseram Éfeso nesta situação.

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE

Nos tempos de João Éfeso era o porto mais importante da Ásia. Todos os caminhos do vale do rio Cayter conduziam a ela, cerca de cinqüenta e seis quilômetros de Esmirna. Esse rio era o caminho que uniam Éfeso com o rio Eufrates e a Mesopotâmia, sendo Colossos e Laodicéia os pontos intermediários mais importantes. Também convergia para Éfeso o caminho da Galácia, atravessando Sardes em seu percurso. Outro caminho para o Sul, o Vale do Meandro, rico em agricultura, também chegava a Éfeso, portanto todos que viajavam para Ásia Menor, obrigatoriamente passava pela cidade de Éfeso. A tradução do se nome provavelmente significa “Desejável” Havia estabelecido um estatuto do procônsul romano que, era obrigatório o desembarque no porto de Éfeso todos que vinham a Ásia Menor.

Éfeso era a entrada para a cidade de Roma. Anos mais tarde, quando muitos mártires foram capturados na Ásia e levados a Roma para serem lançados aos leões, Inácio rebatizou a Éfeso de “Porta dos Mártires”

Essa posição converteu Éfeso na cidade mais rica de todas da Ásia. Poderia conceber-lhe como “feira de vaidades” do mundo antigo.

Era uma cidade livre, pela importância de seus serviços ao imperador. As cidades livres se governavam a si mesma e estavam dispensadas da obrigação de receber e alojar tropas imperiais. Além disso era em Éfeso que celebrava uma vez por ano os  mais famosos “jogos atléticos da Ásia”

Hoje a atual Turquia, adentrando-se desde o mar Egeu e desde há muito conhecida “Anatólia” que significa “Nascente do sol”, está salpicada de ruínas das renomadas cidades antigas como Sardes, Pérgamo, Hierápolis, Afrondísias e Éfeso., dentre essas Éfeso é a mais bem preservada.   
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HISTÓRIA DA CIDADE

Ao que parece Éfeso foi fundada por gregos jônicos, em cerca de 1050 A.C sob a direção de Androclus filho do rei Codro. Neste tempo competia com Mileto e Esmirna, para  ser o porto de exportação da Ásia Menor. Éfeso tornou-se um dos grandes centros do movimento cristão primitivo. Depois da destruição de Jerusalém no ano de 70 D.C, tornou-se o centro mais importante da época. O Apóstolo Paulo passou ali três anos, evangelizando a cidade e a região em derredor, de tal modo que a igreja ficou bem estabelecida, tal que, o Apostolo usava a cidade como sede de operações na Ásia, foi neste período que ele escreveu as duas epistolas aos Coríntios. Supõem-se que foi de Éfeso que Paulo tenha escrito as chamadas “cartas da prisão”, ou parte delas. Apesar de destruída, hoje sua localização é a Turquia.
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A RELIGIÃO QUE PREDOMINAVA EM ÉFESO

Éfeso era o centro do culto de “Ártemis” que em nossas bíblias é traduzido por “Diana dos Efésios”.  Esse templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os templos antigos consistiam principalmente de colunas ao redor de um lugar central, que era o único coberto em todo edifício. A imagem da deusa Diana habitava este santíssimo era uma das mais sagradas, era tão velha que ninguém conhecia a sua origem.

Éfeso era um centro Politeísta e Diana dos Efésios a principal e venerada em toda cidade. A semelhança de Apolo, ela era representada armada de arco e flechas, que subjugava monstros gigantes. Era considerada uma divindade benéfica e ajudadora, Apolo era o deus luminoso do dia e Diana com sua tocha, era a deusas da luz e da noite, por esse motivo veio ser identificada com a deusa da lua e da noite. Todas as feras era consagrada a ela, embora fosse considerada caçadora, e também assumiu o aspecto da deusa da guerra, Minerva. No paganismo era venerada como “Deusa Virgem”e protetora das donzelas. Diana chegou receber sacrifícios humanos nos cultos prestados a ela.   

O texto de Atos 19.36, nos informa que Diana era adora como a “deusa que caiu do céu”, sem duvida isso significa que algum meteorito foi recolhido e moldado para formar a sua imagem.

O culto idólatra e Éfeso tina apoio de livros sagrados chamados “Ephesia Grammata”, eram numerosos e continham receitas de encantamentos e artes mágicas. Quando o Evangelho lançou raízes em Éfeso, grande quantia desse material foi queimado em praça publica – Atos 19.19.   

Além disso Éfeso também tinha seus templos erigidos para promover a religião imperial de Roma, os quais eram dedicados aos imperadores Romanos Adriano e Severo. Havia o templo dos “Sabastoi” dedicado a família de Vespasiano, Tito e Demiciano. O culto a Artemis e a religião do estado de Roma eram bem estreita. Os prefeitos romanos forçavam o povo a adorar os imperadores, e fazer profissão de fé, a frase que tinham que declara era: “Cezar é o Senhor”, os cristãos que não colocavam os Cezares acima de Cristo eram perseguidos e mortos. Assim sendo, era um centro importante da religião pagã.

O templo de Artemis além de ser um centro importante de vida religiosa, era um centro de imoralidade e crime. Ares adjacentes do templo propiciavam impunidades aos criminosos. Na época que João escreveu o livro de Apocalipse, as partes inferiores do templo de Artemis eram um abrigo seguro para os assaltantes, ladrões, mercadores de escravos, e saqueadores de templos. Ele era considerado um  lugar de asilo, qualquer criminoso podia considerar-se seguro caso conseguisse entrar no Templo de Ártemis. O templo tinha centenas de sacerdotisas que funcionavam como prostitutas sagradas.

Éfeso também era famoso como centro mundial da superstição, todos conheciam as Letras de Éfeso, eram amuletos que podiam remediar virtualmente qualquer mal, curava enfermidades, esterilidades, assegurava êxito em bons negócios, boa sorte nas viagens, vitória nas guerras e competições esportivas, etc as pessoas vinham de toda parte a Éfeso para comprar as letras mágicas.

Todas essas características faziam de Éfeso uma cidade que transbordava de imoralidade de todos tipos. As pessoas eram libertinas, supersticiosas, vis e violentas. Herácio o filósofo grego chamado de “chorão” explicava que viver em Éfeso sem deixar de chorar por essa degeneração era difícil. Uma célebre frase dele: “ A  moral do templo é pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilam uns aos outros”
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O CRISTIANISMO EM ÉFESO

Por isso, Éfeso era um lugar pouco prometedor como terreno para semeadura do Evangelho. Entretanto foi o lugar que a fé cristã obteve alguns dos seu maiores triunfos.

Mesmo assim, os judeus que residiam na cidade eram numerosos, ricos e influentes. Havia uma comunidade judaica, cujos residentes podiam observar sua religião e até guardar o sábado, sob proteção legal de Roma.

Quando o Apóstolo Paulo foi pela primeira vez a Éfeso, receberam bem a doutrina de Cristo, mas logo o rejeitaram e ao mesmo tempo se tornaram virulentamente hostis ao Cristianismo Atos 18.19 a 21 e Atos 19.23 a 41.

O Apóstolo Paulo permaneceu em Éfeso muito mais tempo em sua viagem missionária que em outras cidades, aproximadamente três anos, com resultados positivos entre judeus e gentil – Atos 19. 17 a 20 e 20.31. Ele enviou um epístola a Éfeso no ano de 62 D.C, durante sua prisão em Roma, depois de sua soltura visitou a cidade novamente, e foi nesse período que constituiu  Timóteo como o primeiro Bispo de Éfeso I Timóteo 1.3. Em Éfeso encontramos com Áquila, Priscila e Apolo – Atos 18.19, 24 26. Foi em Éfeso que o Apóstolo Paulo fez seu discurso de despedida – Atos 20.17. segundo a lenda João o Apóstolo amado, levou consigo Maria, a mãe de Jesus, quando fixou residência naquela região, e onde supostamente foi enterrada.

De acordo com Atos 19. 23 a 30 – o Apóstolo Paulo nos anos de 53 a 56 D.C pregava na Ásia e passou um grande período em Éfeso. Naquele tempo levantou-se pequena agitação por causa do Caminho, por causa de Demétrios o ourives, que dava muito lucro a cidade com nichos de Diana.

Falamos de Éfeso como o grande porto da Ásia, mas na atualidade somente existe ruínas da passada grandeza. Éfeso perdeu sua batalha contra o tempo e hoje os sedimentos aluviais a transformaram numa zona pantanosa arrasada, distante uns três ou quatro quilômetros do mar.

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CARTA A IGREJA DOS EFÉSIOS – APOCALIPSE 2. 1 a  7

Após uma descrição bem detalhada sobre a cidade, a cultura e a religiosidade de da cidade de Éfeso, vamos nos deleitar com o teor espiritual da carta do Apóstolo João a igreja de Éfeso.

Éfeso era uma das mais vigorosas comunidades do Novo Testamento, representando  igreja apostólica, dotada de sucesso e poder especiais, embora tivesse vários erros, o principal dos quais foi esfriamento de seu amor a Cristo, com declínio subsequente ao serviço e o poder espiritual. A epistola do Apóstolo Paulo mostra que estavam longe de ser uma igreja perfeita, fica claro que Deus espera a perfeição não apenas de Efésios como da demais igrejas – Efésios 5.27.

Quando o Apóstolo João escreveu o livros de Apocalipse, fê-lo sob as perseguições de Domiciano, o qual foi chamado o segundo Nero.  

Apocalipse 2.1 – “Ao anjos da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conservas na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”

Ao anjo da igreja em Éfeso escreve ...” – Há quem queira atribuir a carta a algum ser angelical que ministram à igreja, controlando seus ministros, servindo de mediadores espirituais. Outros pensam que se trata de uma pessoa enviada as comunidades cristãs levando copias do livro de Apocalipse, não é provável que se trate de cristão itinerantes e sim membros alguém permanente vinculado a igreja. O Apostolo João foi instruído a escrever uma breve carta endereçada ao pastor da igreja de Éfeso, vemos a mesma saudação as outras seis igrejas da Ásia menor.  

Quando o Apóstolo Paulo deixou a Ásia Menor, deixou Timóteo com responsável pela igreja de Éfeso. Embora não saibamos quanto tempo ele dirigiu a congregação, é comum identificá-lo como o anjo mencionado neste texto. Entretanto não existam provas que comprovem essa conjectura.   

O ensino que temos aqui é profundo, a igreja de Cristo não fica sozinha, conta com a ajuda de grandes protetores espirituais, guardiões e instrumentos angelicais. Cumprindo o que esta escrito em Hebreus 13.5 – “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” e Mateus 28.20 – “Eis que estou contigo todos os dias te a consumação dos séculos

... da igreja ...” - 1. Sendo elas em número de sete, representando a igreja universal, bem como a igreja cristã estabelecida na Ásia Menor;

2. O número sete, por ser um número místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja universal, misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;  

3. É possível que as sete igrejas representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao tempo de segunda vinda de cristo;

4.  Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas cristãs em qualquer época histórica;

5. Sete igrejas literais daquela época que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto, Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias, a começar do quarto capítulo deste livro, também  representam condições existentes nos fins do primeiro século de nossa era, bem como dos primódios do segundo século;

6. Se desenharmos um mapa dessas cidades na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico, desta maneira representando a igreja universal;

... Éfeso ...” – As notas expositivas sobre a localidade e a sua significação da cidade esta registrada de forma detalhada na introdução deste assunto.

... escreve ...” – Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da igreja é Jesus Cristo – Essas cartas constituem exclusivamente das palavras de Cristo, mas diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram ditadas dos céus, depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas palavras são únicas registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas chegaram até nós com admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las e guardá-las no coração.

Os pastores não são meramente portadores de luz, mas como as estrelas, são doadores de luz. Eles transmitem a luz aos membros das igrejas, as quais, por sua vez dissipam as trevas que os circundam.

Jesus se dirige aos mensageiros da congregação locais, pois eles são responsáveis por levar a mensagem ao povo. Se eles falharem em fazê-lo, abafam a luz do evangelho  e conservam os membros da igreja na escuridão. Jesus espera que os pastores sejam os embaixadores da sua palavra. Romanos 10.14 – “E como pode ouvir se não há quem pregue?   

“... Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas ...” – Em cada uma das sete cartas a Apocalipse contém uma discrição do nome de Cristo singularmente apropriada para a igreja que estava sendo endereçada.  

As estrelas são as igrejas da Ásia Menor. A primeira identificação de Jesus feita a igreja é significativa – Apocalipse 1.16. – Ainda que Éfeso seja a primeira igreja entre a sete, seu pastor é posto no mesmo nível que os outros seis. Jesus segura todas elas com sua mão protetora, pois ele não é apenas seu comissionador, mas também seu guardião. Na verdade todo seu povo esta em suas mãos, a fim de que nenhum dano ocorra a qualquer delas fora de sua vontade.

A palavra original “kratein” do grego “sustentar” é uma palavra forte que significa que Jesus exerce controle total das igrejas, e que se as igrejas se submetem a esse controle de Cristo, nunca poderá suceder mal alguma ela. Nossa segurança, e nossa própria vida depende de estarmos sustentados por Jesus Cristo.

O sentido da frase nos mostra claramente que, as igrejas são diante do poder de Deus do tamanho de uma bola de pingue-pongue, isso significa que, Jesus Cristo não apenas “sustenta” as sete estrelas, mas também elas cabem totalmente na sua mão – Isaias 40.15 e 17 – “Eis  que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó  fino que se levanta – todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo

É importante que lembremos isto. Não é somente nossa igreja que está nas mãos do Senhor; e sim a totalidade das igrejas estão em sua mãos, e Ele as sustenta. Cristo não é Senhor de alguma seita, ou congregação, ou denominação, e menos ainda de um grupo particular, Ele é Senhor absoluto de todas igrejas.

Jesus Cristo não esta confinado e nenhuma igreja particular, está em todas. Não há igreja que esteja ausente e em outra presente, sempre que nos reunimos para adorá-lo, ele se faz presente.     

... na mão direita ...” – Porque Cristo está assentado do lado direito do Pai – Colossenses 3.1 – Isaias – “Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela mão direita e te digo, não temas

O simbolismo que Cristo segura com sua mão direita a igreja é: Cristo protege sua igreja – Ele guia a sua igreja – Ele salva sua igreja – Ele reveste de autoridade – Ele usa a sua igreja – Mateus 16.18 – “... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – Efésios 1.22 – “E pôs debaixo dos seus pés e, para ser cabeça sobre todas as coisas, o deu a igreja”         

... e anda no meio dos sete candeeiro de ouro:” – Os candelabros de ouro são os membros da igreja, sobre quem os olhos do Senhor repousam incessantemente. Representam a noiva que aguarda a chegada do noivo, e o noivo espera que sua noiva permaneça fiel, verdadeira e pura. O simbolismo do texto mostra que Jesus deseja que sua igreja brilhe no meio das trevas, onde ele as colocou. As palavras de Jesus foram – Mateus 18.20 – “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, li estou no meio deles

Vejamos, a luz se difunde de Jesus para seus servos – João 8.12 – “... Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida”  - A igreja como estrela é o lugar que retém a luz de Cristo, Ela por sua vez transmite a luz aos membros das igrejas, os quais, dissipam as trevas que o circundam. – Mateus 5.14 – “Vós sois a luz do mundo, ...”   

Os verdadeiros candeeiros são os iluminados e realmente iluminam. Nada sem azeite que alimenta o pavio que dá a luz, o azeite é o símbolo do Espírito Santo.
      
É provável que os judeus temente a Deus dessa província foram aquele que estiveram na festa do Pentecostes em Jerusalém  - Atos 2.9 – “somos partos, medos, elemitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia” e eles se tornaram,   os possíveis discípulos de Cristo – Atos 19.1 – “Aconteceu que estando Apolo em Coríntios, Paulo tendo passado pelas regiões mais altas chegou a Efésios e, achando ali alguns discípulos

O fato de que Jesus anda entre os candeeiros simboliza as seguintes verdades:

1. A Sua cuidadosa vigilância sobre essa época e todas as épocas da igreja, conhecendo suas fortalezas e fraquezas;

2. Sem a presença de Cristo, a igreja é apenas uma pilha de pedras freqüentadas por não espirituais. Mas com Sua presença, a igreja se trona um templo vivo para habitação do próprio Deus – Efésios 2.22 – “no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” I Pedro 2.5 – “também vós mesmos, como pedras que vivem ...

3. A diferença entre “Teísmo e Deísmo”. O Deísmo ensina que, há um Deus criador, uma força superior, mas crê que ele deixou as leis naturais encarregadas do governo de sua criação, não tendo qualquer contato pessoal com a mesma, pelo que também não faz intervenção na história humana, tanto para punir quanto para galardoar o homem. O Teísmo, ensina que Deus criou todo universo, e interfere na história da humanidade, punindo ou recompensando. Cristo é o exemplo supremo da presença de Deus entre os homens, pelo que é a maior prova do Teísmo.
   
4. O Senhor é quem guarda a sua igreja e a observa.

5. Aqueles que aceitam a Cristo como Senhor, são transformados segundo a sua imagem e natureza. – II Pedro 1.4 – “...vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção a das paixões que há no mundo

6. A vigilância e a presença de Cristo não são localizadas, Ele anda por entre todas as suas igrejas, e não meramente entre algumas de sua modernas denominações. Isso exalta o ideal da unidade em Cristo, por parte de todos cristãos regenerados.

7. Isso da a entender a atividade divina na igreja, o que assiste sua propagação, mas também em sua operação interna de santificação pessoal.

8. O candeeiro precisa de atenção especial para bom funcionamento, a fim de darem a luz apropriada, e Cristo dá essa atenção as igrejas. Se não fosse assim a luz da igreja desde muito já tinha apagado.

Apocalipse 2.2 – “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportas homens maus, e que puseste à prova a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achastes mentirosos”

Conheço a tua obra...” – Essa é uma declaração comum a todas as sete igrejas da Ásia Menor, descrita neste livro – Éfeso Apocalipse – 22.2 – Esmirna Apocalipse 2.9 – Pergamo Apocalipse 2.13 – Tiatira Apocalipse 2.19 – Sardes Apocalipse 3.1 – Filadélfia Apocalipse 3.8 – Laodicéia Apocalipse 3.15   

Jesus não diz estar meramente familiarizados com os Efésios, mas declara conhecer profundamente tudo o que eles fazem, porque nada escapa a sua atenção. O substantivo “obras”, é abrangente e pode ser interpretado no sentido tanto de feitos bons quanto de malfeitos, tanto no sentido positivo como no negativo. Consideremos alguns pontos:

1. É salientada assim a Onipotência de Cristo. Essa declaração é reiterada a todas as igrejas. – Mateus 12.25 – “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos ...

2.  O interesse de Cristo por sua igreja é focalizado, porque ele conhece as suas condições, a fim de louvar ou de repreender à mesma, e tudo o que visa produzir é modificações espirituais favoráveis.

3. As obras que Jesus conhece, representam as condições espirituais em geral da igreja, e não neste caso aquilo que chamamos de “serviço ativo”. Portanto a palavra obra neste caso, indica o “caráter geral”, a natureza da pessoa, como ela age, e o que pensa. O salmo 139 expressa com louvor essa frase. O termo geral “obra” é desdobrado neste mesmo versículo, para que tenha os seguintes significados:

a) – Labor – Trabalho árduo – Serviço ativo prestado sob pressão;
b) – Paciência – resistência neste labor, sob perseguições;
c) – Ódio e oposição ao mal e aos atos malignos, de homens que pervertem o evangelho e promovem a impiedade em nome de Cristo;

Ele não vê o que esperamos ser, nem o que temos feito, nem o que pensamos que podemos fazer, e sim as nossas condições reais, nosso caráter. isso é uma ameaça aos  hipócritas e pretensiosos; é uma ameaça para aqueles que brincam com a fé religiosa. Mas é um conforto aos fiéis, que são desprezados e perseguidos por outros, de dentro ou fora das igrejas.

... o teu labor ...” – Todo trabalho inclui exercício físico e metal, ambos os quais geralmente são onerosos e exaustivos. No grego “kopiao” significa “Exaurir-se, trabalhar arduamente, lutar”. Essa palavra descreve os prodigiosos labores da igreja apostólica, até os ímpios vêem algo nobre no labor, o que necessariamente inclui abnegação em favor de algum causa esperançosa.

... perseverança ...” – Isso é mencionado de novo no versículo seguinte. A palavra “hypomone” ocorre sete vezes no livro de Apocalipse – 1.9 – 2.2, 3 e 19 – 3.10 – 13.10 – 14.12. Perseverança é uma qualidade interior que expressa em esperar por Jesus, testemunhando em favor dele, a ponto de enfrentar a morte através de perseguições, em outras palavras, é bem maior do que “ser paciente”, é suportar tudo estoicamente.

Sabemos que a igreja apostólica era severamente perseguida, o livro de atos deixa isso bem claro. A igreja de Éfeso tinha resistência em meio as aflições que eram impostas pelas autoridade civis e religiosas. Tais dificuldades daqueles cristãos não os levaram a perder a coragem ou negar a própria fé, eles não se deixaram esmorecer conforme lemos no versículo seguinte. Antes participaram dos sofrimentos do evangelho, como soldados de Cristo conforme se aprende em II Timóteo 2.3.

... não podes suportar homens maus ...” – Aqueles cristãos podiam suportar condições e teste difíceis, mas se recusavam a mostrar tolerância em favor de homens que tentavam mudar a natureza moral e espiritual da igreja. Esses homens é muito provável ser os Nicolaítas mencionados no sexto versículo, que se faziam de falsos Apóstolos e falsos Profetas, que serviam de pragas para igreja apostólica. 

Jesus advertiu seus discípulos contra falsos profetas que são lobos em pele de ovelhas – Mateus 7.15 – 24.24 – O Apóstolo Paulo advertiu diversas vezes a igreja a despeito de tais homens – Atos 20.30 e 31 – Galátas 1.8 e 9 – I Timóteo 4.7 – Pedro da mesma forma – II Pedro 2.1 – João também os denunciou – I João 4.1.

 A igreja primitiva combateu ferozmente as heresias gnósticas, seitas que procuravam combinar filosofia grega, a mitologia e as religiões orientais misteriosas com a cristianismo verdadeiro, além de tomarem por empréstimo elementos do judaísmo.

Suas doutrinas repeliam a natureza divina com a humana de Cristo, crendo que o Espírito de Cristo era uma encarnação angelical, que tinha possuído o corpo de Jesus no momento do seu batismo, e tendo abandonado por ocasião da crucificação. Acreditavam que havia duas pessoas Jesus homem e o Espírito de Cristo, pois não eram mesma pessoa, não tendo em si qualquer valor expiatório. Os gnósticos eram homens maus, que a igreja de Éfeso não permitiu que tivessem acesso a posições influentes.          
   
Conta a história que o Apóstolo João em Éfeso, que se recusava a entrar nos banhos públicos quando Cerinto, um mestre gnóstico estava presente. Alguém poderia indagar se essa seria uma atitude correta, sem duvida temos uma missão de pregar Jesus a toda criatura, devemos amar a todos homens como Deus amou. – João 3.16.

A pessoa que se devota a seguir ao Senhor não pode ceder espaço aos maus e aqueles que intencionalmente perpetuam o mal. Deus ama o pecador, porém odeia o pecado. Um cristão não pode tolerar malfeitores que se recusam a arrepender-se, porém persistem em fazer o mal.    

A igreja de Éfeso tinham razão, pelo menos quando não permitirem ais homens ocupassem posições de autoridade e de ensino, pois eles estavam infiltrados na igreja para encorajá-los a um caminho falso. – II Coríntios 6. 14 a 16  

... põem à prova ...” – Essa prova era parcialmente a doutrina conforme se vê em I João 4.1 – indivíduos que rejeitam  a doutrina da encarnação e o valor da expiação de Cristo, com facilidade era tido por mentirosos e falso Apóstolos. Além disso era aplicado o teste prático, o evangelho anunciado por alguém transforma moralmente tal pessoa, em caso negativo, então tal evangelho era falso. – Galátas 1. 8 e 9.

O verdadeiro evangelho produz santidade, sem a qual ninguém verá a Deus – Hebreus 12.14 – A santificação é o elemento absolutamente necessário para a salvação, jamais podemos chegar ao caminho de Deus sem santificação – Romanos 6.22 – II Tessalonicenses 2.13

Os mestres gnósticos pensavam que o conhecimento é o caminho para a salvação, degradando a fé, e ao mesmo tempo que eliminavam totalmente a necessidade de santidade no corpo.

Os verdadeiros cristãos visavam ensinar aos falsos que eles não eram parte legitima da comunidade cristão. Aplicando teste eclesiástico, esses falsos mestres sob pressão eram convidados a se retirar da comunidade dos santos.
     
... e os achastes mentirosos ...” – Esses eram aqueles que negavam a identidade da natureza divina e humana de Jesus, aquele que nega ao “Filho de Deus e a Sua expiação. – I João 2.22. o mentiroso é aquele que odeia seu irmão, que não tem patê com a comunidade cristã, e é adversário da mesma. – I João 4.20. E aquele que não aceita o testemunho do Deus Pai concernente ao Filho, que cumpriu a sua missão expiatória – I João 5.10.

...dizem ser apóstolos e não são...” – A presunção daqueles homens era grande, tais missionários itinerantes cinicamente se chamavam apóstolos, queriam compartilhar da autoridade dos próprios mas era um reivindicação falsa. Esses pregavam um evangelho não o de Cristo; não eram designados por Jesus, e eram destituídos de autoridade para servir a igreja – II Coríntios 11.13 e 14. Nos dias de Paulo os falsos apóstolos chegavam com recomendações fraudulentas exigiam que demonstrasse seu apostolado com endosso – II Coríntios 3.1. Paulo apresentou marcas genuínas do verdadeiro apostolado através de sua vida, proclamando o evangelho de Cristo, realizando sinais, prodígios, milagres e maravilhas. II Coríntios 12.12. – “Pois as credenciais do apostolado foram apresentada no meio de vós, com toda persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos

Visto que Jesus faz menção dos Nicolaítas nominalmente no versículo seis desta capítulo e registra sua presença também na igreja de Pérgamo – Apocalipse 2.15, a sugestão de que essas pessoas eram falsos apóstolos não esta fora de propósito. Não obstante, não se tem certeza de que fossem originários da Palestina, ou fossem enviados pelos judaizantes. Os quais eram rejeitados pela igreja de Éfeso, e suas práticas odiadas, desta forma eram denominados impostores.

Apocalipse 2.3 – “e tens perseverança, e suportastes provas por causa do meu nome, e não deixaste esmorecer”

... tens perseverança ...” – É bem provável que Apocalipse foi escrito no governo de Domiciano considerado o segundo Nero. Muito cristãos vinham sendo encarcerados havendo torturas e mortes, por se recusarem eles adorar ao imperador, o qual se proclamava uma divindade. A igreja Apostólica já sofrera sob ordens de Nero. E agora Domiciano cujo significado do seu nome é – “degradação, crueldade , perversidade”, costumava torturar e queimar os cristãos até a morte, somente para entretenimento seus convivas. Tudo isso a igreja suportou pacientemente confiando em Cristo – É com vossas perseverança que ganhareis as vossas almas – Lucas 21.19.

... suportastes provas por causa do meu nome ...” – O mesmo vocábulo grego é usado para indicar “teste, tribulações” suportados, tal como o segundo versículo, é não para indicar que devemos suportar homens malignos. No grego “bastadzo” significa “carregar, suportar tolerar” ficando entendido qualquer coisa levado ou suportada, então esta em foco, todas as formas de tribulação, e não há um tipo especifico de fardo, que aqueles cristão tinham de suportar por amor a Cristo.

... por causa do meu nome ...” Jesus enalteceu a igreja de Éfeso por suas obras, trabalhos árduos, tolerância, por testar a doutrina e chamar os falsos mestres de intrusos. Agora ele estava louvando a igreja, por suportar as dificuldades por causa do Seu nome. Tudo eles suportavam porque se apegavam a Cristo como seu Senhor e Salvador, sendo o único Rei que tinha de ser adorado.              

Aqui vemos um exemplo a ser seguido por Pérgamo e Tiatira, portanto fracassaram em desfazer-se dos intrusos, que queriam roubar a glória de Deus.

... não se deixaram esmorecer ...” – Não se cansaram, o termo verbal aqui usado é “kopos”, palavra usada para indicar “labor”. Aqui indica labor com exaustão.

O nome cristão significa que alguém pertence e se identifica plenamente com Cristo. Assim se alguém ataca um cristão, ele ataca ao próprio Cristo – Atos 9.4.

O não esmorecer qualifica tanto as perseguições como o fato que vinham perseverando em seu prodígios labores. Assim aquele cristão mostravam-se possuídos de uma espiritualidade altamente desenvolvida, que podia sofrer dificuldade por longos tempos.

Apocalipse 2.4 – “Tenho, porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”

Não dá para entender como uma comunidade cristã que acabara de ser descrita como leal nas perseguições sofridas e nos labores, prodigosa em obras, opositoras da malignidade, poderia abandonar o primeiro amor a Cristo.

Algo parece estar bastante errado como os Efésios, não demonstravam o amor por Cristo que nutriam nos primeiros anos de sua história. Esses foram dias que o Apóstolo Paulo pregava aquilo que era proveitoso, e por três anos foram ensinados o que é ser cristão – Atos 20.20,21 e 31.

Cerca de uma década depois, o Apóstolo Paulo escreveu carta para Timóteo que era pastor da igreja de Éfeso, e lhe disse que amar com coração puro, com boa consciência e com fé sincera é o alvo da obra de Deus.

O amor deveria ser recíproco na igreja de Éfeso, ou é do amor cristão pelo Senhor – Mateus 22. 37 a 40 – “Ame ao Senhor , seu Deus, de todo seu coração, de toda tua alma e de todo seu entendimento. Esse é o primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame seu próximo como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”    

O amor genuíno por Deus leva instintivamente a expressar amor ao próximo, enquanto amar ao próximo é uma expressão do amor por Deus – I João 4.20 – “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê

Quando Jesus diz que os Efésios havia perdido seu primeiro amor, ele não quis dizer que eles viviam e agiam sem o amor por Deus ou por seu próximo. Essa expressão significa que eles não agiam como propagadores da fé. A verdadeira essência do evangelho se perdera, ou seja, eles amavam ao Senhor mas não com o coração, e sim com a alma e a mente – João 4.23 – “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.

A primeira geração da igreja fez um extraordinário esforço para que a palavra de Deus se difundisse amplamente e crescesse em poder – Atos 19.20 – “Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente” – o Apóstolo Paulo escreve uma carta nos últimos anos para os Efésios de teor que os enaltecia por sua fé em Cristo e no amor pelos irmãos. Mas os filhos e netos dessas pessoas deixaram-se influenciar pelas heresias dos gnósticos, e o entusiasmo pelo Senhor tinha poça genuinidade.

Qual seria o motivo de uma igreja tão fervorosa esfriar e perder parte de seu amor de uma hora para outra? Vamos citar alguns possíveis fatores responsáveis pelo ocorrido.

1. A perda do amor por parte deles, ainda não começara a modificar a conduta deles, mas sem duvida começaria a fazê-lo em breve, e isso de maneira necessária;

2. O amor por parte dos Efésios não tão grande, nem tão espontâneo como nos primeiros anos da igreja;

3. O décimo terceiro capítulo de primeira Coríntios mostra-nos que todas as ações cristã, bem como exercício dos dons espirituais devem ser inspirados pelo amor, em caso contrário todos os dons exercido dentro da igreja são nulos.

... contra ti ...” – Notemos que a condenação se segue ao elogio. Certamente que precisamos de ambos asses elementos, se criticarmos os outros por algo que não nos agrada, também os elogiamos pelo que há de bom neles. Nossas criticas se mostram carregadas de um poder que transformam os homens para melhor. Porém se tão somente criticamos aos nossos semelhantes, ignoramos qualquer coisa que há de bom neles, assim podemos apenas feri-los, piorando o estado deles e adicionando opróbrio a quaisquer defeitos que porventura tenham. Por outro lado se não fizermos outras coisas senão elogiá-los, então eles ficaram estragados e mimados, tento uma falsa idéia sobre aqui que realmente são. Sempre haverá algo na vida do ser humano que precisa sofrer mudanças. – I Coríntios 4.14 a 16 – “Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.

... abandonaste ...” – Essa palavra significa “partir, ir-se, deixar, dispensar”, é a mesma palavra usada para indicar “repudio ou divórcio”. Os cristão de Éfeso tinham divorciado do seu primeiro amor emocional. Portanto o amor verdadeiro é mais do que uma emoção, antes é um dos fruto do Espírito, ou seja, é primeiro e principal produto do desenvolvimento espiritual, sendo esse o solo onde medram todas as demais virtudes espirituais.  – Galátas 5.22

O quinto versículo deste capítulo contém ameaças que o “candeeiro” que representava o povo de Éfeso poderia ser removido, se não houvesse arrependimento. Isso mostra que não poderiam continuar por muito tempo, antes sua falta de devoção a Cristo resultaria na perda da razão mesma de continuarem sendo igreja, razão essa que é de ser igreja iluminada para iluminar esse mundo tenebroso.

Advertência contra o divórcio espiritual – É possível que um cristão cheio do Espírito Santo comece a gradualmente ceder aos apelos da carne, do orgulho pessoal e dos desejos mundanos. Neste caso o cristão divorcia-se daquilo que anteriormente lhe era precioso, não menos se dá no caso do homem que perde paulatinamente o amor pela mulher, que antes era sua noiva amada, e depois de mais algum tempo percebe que deseja separar de todo vinculo que tem com ela, com a finalidade de buscar outra mulher. Acabará encontrando outra mulher que lhe satisfaça, isso tão somente ocorrerá porque ele se divorciou no seu coração daquela que antes amava realmente.   
  
... amor ...” Existem variedades e níveis diversos de amor, conforme se vê nos seguintes pontos.

1. Há o amor de Deus pelo homem, é conhecido como “amor Ágape ou Agapal” – João 3.16 – É a fonte de todo outro amor, até aqueles manifestos pelos incrédulos.

2. Há amor de Cristo pelo homem, o qual é uma extensão do amor de Deus e, em sua essência, é a mesma coisa. – II Coríntios 5.14.

3. Há amor do individuo por si mesmo, num efeito inteiramente egoísta, pois e preocupa apenas consigo mesmo.

4. Há amor de um homem por outro ser humano. Quando alguém ama outrem, deseja para o próximo o que deseja a si mesmo, ou transfere o cuidado por si mesmo para outra pessoa, desejando o seu bem estar, tal como deseja seu próprio bem estar. Ele é conhecido como “amor fraternal”, ele pode ser manifesto de pai para filho, de irmão para irmão, etc, ...

5. Há amor dirigidos a Cristo, o Filho de Deus, ou então a Deus Pai,o que significa que amamos aos nossos semelhantes. – Mateus 25.35.

6. Há amor do homem a Cristo, ou Deus pai diretamente expresso, ele é normalmente expresso por meios místicos, mediante a ascensão da alma que passa contemplar a Deus.

Quantas pessoa hoje em dia pregam e atacam males como: mundanismo, modernismo, comunismo, embora sua mensagens reflitam pouquíssimo do amor conquistador por Cristo. Tornam-se polemistas profissionais, mas pouco ou nada sabem do amor construtivo.

Há um caminho melhor do que esse. É o caminho do amor, o amor transforma tudo que toca, os homens são atraídos pelo amor. Os homens amam quando são amados, e odeiam quando são odiados.

O amor é fruto do Espírito Santo – Pode-se supor que o cristão obreiros de Éfeso, foi perdendo a comunhão com o Espírito Santo.  Em suas almas se haviam desviado para coisas menos importantes. A formação de Cristo neles estagnaram, e talvez até tenham revestido, até certo ponto.

 Amor é supremo dom do Espírito Santo – Deus não aceita a generosidade nem o sofrimento que não são motivados pelo amor. Martírio egoísta não vale de nada.

Apocalipse 2.5. – Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta a prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e removerei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”

Lembra-te ...” – É uma exortação acerca dos dias anteriores, quando a devoção intensa a Cristo era a força motriz de uma vida piedosa, e de um imenso serviço.

... de onde caístes ...” –  Consideremos os pontos de uma pessoa que declina espiritualmente..

1. Tinham caído de maiores elevações espirituais;
2. Tinham caído do serviço motivado pelos princípios dos amor;
3.  Tinham caído a despeito de continuar defender a verdade;
4. Tinham caído apesar do labores e prodígios;
5. Tinham caído apesar de sua lealdade debaixo da perseguição.

A bíblia nunca diz que Cristo vem para punir, ou pesar a mão, quando erremos ou falhamos. Mesmo se porventura cairmos, ele sempre estende sua mão para nos levantar – Salmos 37. 24 – “Se cair, não ficará prostrado porque o Senhor segura pela mão

... arrepende-te ...” – O termo grego “metanoeo” significa “mudança de mente” correspondente a mudança de conduta. A ordem do Senhor aponta não só para as faltas deles, mostra também como corrigi-las. Após criticar negativamente suas conduta espiritual, ele lhes ordena positivamente que a restaurem. Era preciso lembrar constantemente de sua posição anterior, renovando sua própria história eclesiástica, recordando do que fizeram seus antepassados anos atrás, e assim recordarem sua história, devem reconhecer que mudaram para pior.

A natureza do arrependimento:

1. Ele representa muito mais do que mudança de mente, o que evidencia por meio de atitudes e ações novas;
2. O arrependimento faz parte da conversão, e está vinculado ao problema do pecado. Precisamos reconhecer nossa natureza pecaminosa, e pedir para Espírito Santo guiar nossa vida. – Galátas 5. 25 – “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”
3. O arrependimento é um ato divino, é concedido pelo próprio Deus. – Atos 11.18;
4. Também é uma reação humana porquanto os homens são convocados a arrepender-se. Atos 17.30;
5. O arrependimento nos leva a vida eterna, pois a conversão resulta na santificação, e a santificação na glorificação e na salvação final – II Tessalonicenses 2.13

Como servos de Deus precisamos entender que diferenças entre arrependimento e remorso. Através da vida de Pedro e Judas encontramos o exemplo real de arrependimento e remorso. Ambos eram discípulos de Jesus, ambos erraram diante do Mestre, ou seja, Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus, Ambos ficaram tristes, depois do fato Pedro saiu e chorou amargamente. Judas ficou só, depois se retirou e enforcou-se. Em Judas vemos uma tristeza que operou morte. A Bíblia nos mostra que o arrependimento inicia o Caminho da Salvação. Mateus 26. 31 a 35 –  Mateus 26. 69 a 75 – Mateus 27. 3 a 10 – João 21. 15 a 17
    
Vemos que Judas se enforcou, não encontrou o  caminho do arrependimento, Pedro entendeu que Jesus jamais estava Eli para o reprová-lo, nem tão pouco condená-lo, e sim para perdoá-lo.

Confessemos o mal, tenhamos  consciência de sua destrutibilidade; busquemos a mudança positiva no intimo, a transformação na direção da imagem santa de Jesus Cristo.

... volta as praticas da primeira obra ...” – As primeiras obras não são novas nem diferentes em modalidade de ação, são as mesmas, mas motivadas pelo amor original, de maneira que pareça novas. É provável que o vidente João tenha em mente todas as formas diferentes de obras cristã, como a do evangelismo, do ensino e a do exercício dos dons espirituais no seio da igreja que visam sua edificação e a do exercício da bondade e do amor as práticas que beneficiam ao próximo.

... se não ...” – Se falharmos em corresponder à reiterada chamada de atenção de Jesus a que se arrependa, o Senhor tomará medidas drásticas. A graça divina pode ser acolhida ou repelida. Podemos desviar-nos, esfriar na fé, tornar-nos indiferentes, inúteis, ser rejeitado, naufragar e tornar-nos incrédulos e apóstatas. O Apóstolo Paulo nos adverte severamente a despeito de não sermos sensíveis a voz do Espírito. – I Timóteo 4. 1 e 2 – II Timóteo 4. 1 a 5

... venho contra ti ...” – Consideramos dois pontos seguintes:

1. A visitação de Cristo na igreja de Éfeso, ou qualquer outra comunidade cristã, para efeito de juízo, embora cada caso de visitação seja diferente dos demais casos.
2. Fica submetido aqui a “parousia” – Quanto Cristo voltar encontrará alguns cristãos despreparados, o que significa que, necessariamente haverá certo juízo contra tais.   

... e removerei do seu lugar o teu candeeiro ...” – O fato histórico que o testemunho cristão antes do tão poderoso em Éfeso, desapareceu. O candeeiro aqui é a igreja e o seu testemunho. A ameaça, não obstante, se falharem em corresponder à chamada de atenção de Jesus a que se arrependessem, seria tomada medidas drásticas.  Certo escritor comenta ao descrever uma época cerca de setenta e cinco anos passados as palavras de Cristo, diz-nos que visitou Éfeso, e ali achou somente três cristãos, os quais eram muitos ignorantes.

Uma igreja deixa de ser igreja quando ela cessa de servir a seu Mestre com o genuíno amor e dedicação. O que satanás quer é que o cristianismo morra espiritualmente, e conseqüentemente sai de cena. Os membros das igrejas podem ainda congregar-se, porém se reúnem para propósitos apenas sociais, e não espirituais.

... caso não se arrependam ...” – Somos chamados ao arrependimento, fica entendido que somo capaz de fazê-lo. Deus não impede a nenhum homem de arrepender-se. Assim, se alguém busca lugar de arrependimento, sincera e honestamente, haverá de arrepender-se, o poder da cruz é tão grande para que o maior do pecadores encontre esse caminho. João 12.32        

Apocalipse 2.6 – “Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras do Nicolaítas, as quais eu também odeio”

Agora somos levados de volta ao segundo versículo, que fala sobre a resistência contra os falsos Apóstolos, homens maus e mentiroso, conforme ali são chamados.
Nicolaítas – Não há como identificar com absoluta certeza quanto a quem é referida tal seita. Portanto temos alguns idéias a respeito delas.

1. O vocábulo significa “dominadores do povo”. Na opinião de alguns seriam os leigos. E daí tiram a suposições que está em foco a manifestação inicial das ordens sacerdotais ou clero. Neste caso seria aqui combatida a formação do um clero profissional, e; no décimo quinto versículo deste texto.

2. Alguns associam a seita a Nicolau, prosélito de Antioquia, um dos sete discípulos originais de Jerusalém. Alguns acreditam que ele se desviou da sua genuína vocação eclesiástica – Atos 6.5. Pensa-se que ele tornou-se líder de alguma seita gnóstica anônima. Parece ter participado de festas idólatras, incorporado imoralidade e sensualidade em suas práticas, no que seguem a tradição gnóstica.

3. Em épocas posteriores houve uma seita gnóstica conhecida por “os Nicolaítas” a qual é mencionada por Tertuliano que também era da índole gnóstica. E Clemente de Alexandria a as Construções Apostólicas juntamente com Vitorismo fizeram a tentativa de mostrar que essas duas seitas não tinham nenhum vinculação entre si essa posição é quase certamente correta, ainda que alguns intérpretes tenham imaginado a identificação das duas. O livro de Apocalipse foi escrito antes desse tempo, para referir-se à segunda dessas seitas do mesmo nome.

4. Podemos pensar que Nicolau aqui em foco foi um personagem histórico, que residia em Éfeso ou naquela área geral, embora não devia ser identificado com do mesmo nome que era de Jerusalém.

5. Finalmente há aqueles que supões que não devemos imaginar que Nicolau fosse o nome de alguma pessoa real viva, ou seja, tudo não passa de um titulo dominador do povo ou destruidor do povo, da igreja cristã dali. É certo que esteja em foco algum centro gnóstico agindo dessa forma.

Muitos interpretes identificam os Nicolaítas como seguidores de Balaão, aludido no décimo quarto versículo deste capítulo, ou supõem que ambos os grupos eram apenas representantes locais de uma mesma seita herética gnóstica. O que provavelmente isso seja correto.

... odeia as obras do Nicolaítas ...” – Agora Jesus insere que os cristãos de Éfeso odiavam as obras dos Nicolaítas, e acrescenta que Ele odeia igualmente essas obras e suas ações pervertidas e imorais Apocalipse 2,14, 20 – Note que o ódio é direcionado para as obras, não para as pessoas. Jesus odeia o pecado, porém estende seu amor para o pecador. Enquanto o pecado é uma afronta a Sua santidade, a missão de Jesus é conduzir os pecadores ao arrependimento. Lucas 5.32.   
        
Notemos a atitude correta para com o pecado. Os verdadeiros cristãs odeiam à imoralidade, conforme os efésios odiavam quem praticavam essas obras carnais. Gálatas 5. 17 a 24.

No versículo segundo deste capítulo lemos que os efésios podiam suportar os maus homens que julgavam-se apóstolos, porém não o eram. Quando somos fieis a alguém, precisamos repreender seus pecado e erros, mas isso deve ser feito com intuito de conquistar tal pessoa e não de afastá-la, pelo que não se pode usar de espírito orgulhoso e altivo, conforme se verifica. – Salmos 97.10 – “vós que amais ao Senhor, o mal ....” Provérbios 6. 16 e 19 – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina .... o semeia contenda entre os irmãos”  
    
Apocalipse 2.7 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da Árvore da Vida que se encontra no parais de Deus.” 
     
... Quem tem ouvidos, ouça ...” – Essa frase foi emitida pelos lábios de Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui aparece com um complemento “O que o Espírito diz a igreja” ocorrendo em cada uma das cartas individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22). Trata-se de uma solene chamada, para que se aplique o que acaba de ouvir. Já que Cristo é apresentado como quem fala, não admira que a forma de expressão seja similar a declarações genuínas de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 – 13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 – Lucas 8.8 – 14.35.

Essa é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto já que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em funcionamento então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática o que lhes estava sendo lido.

A primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido. A segunda parte é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito Santo. Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras passagens das escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.

Os ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que concerne ao ouvido que ouve.

No fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, com noção olhos para verem e ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias – “Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede, vede mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” – Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26  

Essas citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.

Podemos citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2 – “Filho do homem, tu que habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve, porque é tu casa rebelde”  - O ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto natural, pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era seu rosto”     
       
O Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes? tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E ,tendo ouvidos, não ouvis?” – Marcos 8.17 e 18

E não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas” – II Timóteo 4. 3 e 4.
 
Ora, por nada menos do que sete vezes nos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que diz o Espírito as igrejas

1 – Visam a todos os membros da igreja.
2 – Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual, por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e encontrado.
3 – Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem imperativos  divinos.
4 – O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente; fornece-nos um vislumbre da glória futura.
5 – Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém, também aplica-se individualmente.

... o que o Espírito diz ...” – O Espírito Santo é o porta voz de Cristo em Apocalipse. O seu poder divino que dá prosseguimento a sua obra, dentro e fora da igreja. O Espírito Santo de Deus fala – “E servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me agora a Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado

... as igrejas ...” – A mensagem foi dirigida não somente a igreja de Éfeso, e sim as sete igrejas da Ásia Menor, para onde foi originalmente enviado o livro de Apocalipse. Acredita-se que cada uma das sete igrejas recebeu copia da carta de Apocalipse dos capitulo dois e três. Naturalmente elas representavam a igreja universal.

... ao vencedor ...” – Em cada uma das sete igrejas de Apocalipse há um “vencedor”. Em cada época, haverá vencedores, a despeito dos problemas e das crises diferentes que tiverem de enfrentar.  

Em cada caso, e cada uma das sete igrejas da Ásia Menor,  o “vencedor” é aquele que dá atenção às advertências e instruções da carta sob consideração, e cumpre aquilo que dele é exigido. A igreja em Éfeso o grande triunfo seria a perseverança contra as obras dos Nicolaítas que a si mesmo se denominam apóstolos é não eram.

Aqui temos um palavra chave neste sentença, é a expressão “vencer”, que no grego está no particípio presente “aquele que vencer”. A vitória antecipada da igreja tem seus fundamentos postos na vitória já conquistada por Jesus Cristo. Ele venceu a guerra, mas ela ainda não terminou. Não só os Mártires, mas cada cristão esta pessoalmente engajado nessa guerra contra satanás e seus correligionários. Considerando os pontos abaixo:

1. O vencedor é aquele que Permanecer fiel a Cristo, opondo-se as práticas gnósticas;

2. O vencedor é aquele que der ouvidos às admoestações de retornar ao primeiro amor, e as premiras obras;

3. O vencedor é aquele que repelir as mensagens sem moral dos Nicolaítas, mantendo a pureza da fé;

4. O vencedor é aquele que permanecer constante, sob meças e perseguições políticas,
militares e religiosas;      

Portanto, cada seguidor de Cristo recebe promessa e vida eterna e todas as demais promessas que ele faz ao seus servos. – Apocalipse 2.10, 17, 26 – 3.5, 12 e 21. Todas as promessas são feitas ao vencedor, isto é, a cada cristão genuíno.
Todo cristão genuíno é um vencedor porque:

1. Não existe cristão verdadeiro que também não seja um soldado, e está envolvido em uma guerra, não sendo mero espectador. Ele conta com armadura de Deus e a usa, domina e vence o mal – Efésios 6.11;

2. Coisa alguma foi prometida àqueles que não se mostrarem vencedores nessa luta. Cada uma das sete epistolas do Apocalipse promete algo ao vencedor – Apocalipse 2.7, 10, 17, 26 3.5, 12 e 21;

3. Cristo é o vencedor Mor, Ele é o nosso exemplo. Quanto a esse título que é aplicado ver – Apocalipse 3.21 – 5.5 e 17.14

...dar-lhe-ei ...” – Temos aqui o original rego, o tempo futuro do verbo “didomi” onde se repete onde várias promessas são feita por Cristo em Apocalipse 2.10, 17, 23, 26, 28 – 3.8, 21 – 6.4 – 11.3 – 21.6.

... se alimente da árvore da vida ...” – Jesus promete ao vencedor o direito de comer da árvore da vida. Isso leva-nos de volta ao Jardim do Éden, e assegura-nos que aquilo que foi espiritualmente perdido através do pecado pode ser recuperado em Cristo, e, de fato, será recuperado por todos os vencedores.

O texto leva o leitor de volta aos primórdios da história humana. Depois do pecado cometido por Adão e Eva, Deus os expulsou do jardim e colocou ali um anjo com uma espada flamejante para guardar a árvore da vida – Gênesis 2.9 – 3.22 a 24. Ao guardar aquele árvore, Deus impediu nossos antepassados de comerem do seu fruto, e assim de viverem eternamente no estado destituído de redenção na qual subsistem os anjos apóstatas. A redenção do seu povo, a qual Jesus Cristo conduz à plenitude na consumação, inclui a promessa de que todo o que vencer comerá da árvore da vida que está no paraíso – Apocalipse 22.2,14 e 19.

A questão do comer, é simbólica apontando para obtenção da vida eterna e da nutrição espiritual com satisfação de toda e cada necessidade. Comparemos com o comer do “Pão da Vida” em João 8.48. aquele que se alimenta do Pão, assume a própria forma de vida e a própria natureza do filho, porquanto seus efeitos alimentares são transformadores. – João 8.51 – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”  
  
Então, se alimentar da Árvore da Vida, envolve muito mais do que a restauração do que se perdera no Éden, pois obteremos imortalidade, e teremos o mesmo tipo de vida que possui o próprio Deus Pai. Naturalmente não neste ponto qualquer alusão a alguma árvore literal, essa árvore simboliza a transmissão da vida eterna aos homens – João 3.15.

A bíblia nos garante que, no novo paraíso que nos espera futuramente teremos imensa vida espiritual, a própria vida independente e necessária, a vida que tem vida em si mesma o origem da vida, que não pode deixar de existir.
O termo paraíso ocorre somente três vezes no Novo Testamento – Lucas 23.43 – II Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a expressão “Jardim do Éden”, se converte a paraíso. Deriva da Pérsia antiga, esta palavra descreve um parque num vale como lugar de benção. No Antigo Testamento, ela subentende um lugar de deleite, sem a contaminação do pecado.

A palavra descreve vida abençoada que os cristão terão com Cristo no novo céu e na nova terra. O paraíso de Deus é semelhante, mas também é bem diferente do Jardim do Éden que Deus criou para Adão e Eva.

É deveras lamentável que, na igreja evangélica de hoje em dia, a “salvação” é reduzida apenas ao perdão de pecados e a futura mudança de endereço para os céus. Na verdade, a salvação consiste daquilo que acontece conosco, a espiritualização do nosso próprio ser, a qual assumimos a natureza de Cristo, ou seja, compartilhamos de seus atributos e de sua glória. Isso é o que está envolvido no fato que nos alimentamos da árvore da vida, nos mundos eternos. – Provérbios 3.18 – “É árvore da vida para os a alcançam, e felizes são todos os que a retêm” – e ainda Provérbios 11.30 – 13.12 – 15.4.

O simbolismo da “árvore da vida” também esta presente em toda mitologia antiga, desde da Índia até a Escandinávia.

Os judeus e islamitas chamavam o vinho de “árvore da aprovação” – o Zend Avasta tem sua própria árvore da vida chamada de “Destruidora da Morte”segunda a lenda ela medraria às águas da vida, e o beber de sua seiva conferia a imortalidade. – A árvore da vida dos Hindus é retratada como árvore que medra de dentro de um grande mar, em meio à expansão das águas. Teria três galhos, cada um coroado por um sol, denotando os três poderes da criação, da preservação após a destruição. – Em uma apresentação, Buda aparece a meditar, assentado debaixo de uma árvore com três galhos,cada um dos quais por sua vez tem três ramos. – Os Babilônicos adora uma imagem de três sacerdotisas a ajuntares o fruto que parece ser uma palmeira, com três ramos de cada lado. Ator, a Vênus dos egípcios aparece meio oculta nos ramos do pessegueiro sagrado, entregando seu fruto às almas que partem, bem como dar-lhes a bebida do céu mediante um vaso, de onde as correntes da vida descem sobre o espírito, uma figura ao pé da árvore como se fora um falcão, com sua cabeça humana e com mãos estendidas. –  Na mitologia  Norueguesa, há um a figura proeminente é o “Lgdrail” a árvore-cinza da existência; suas raízes estão no reino de “Hela, ou Morte” seu tronco atinge se espalha pelo universo inteiro. A seus pés, no reino da Morte estão assentados três “Norns” representando o “passado, o presente e o futuro”, e reagem sua raízes com água retirada do poço sagrado.        

A narrativa de Gênesis fala da árvore, cujo fruto foi proibido. A mensagem aos cristão de Éfeso fala de uma árvore que os cristão vitoriosos receberão permissão para comer. Após a provação vem a santificação. Existem coisa que só são entregues ao homem depois de serem disciplinados, para comer da árvore da vida tem que haver uma disciplina nobre, e não concupiscência desregrada. A vitória pessoal sobre o mal é a condição a qual ninguém comerá da árvore da vida. – Hebreus 12. 4 – “... sem santificação ninguém verá o Senhor” – A santificação é absolutamente necessária à salvação, conforme se aprende em II Tessalonicenses 2.13 Romanos 6.22.

Aqueles que evitassem as libertinagem dos Nicolaítas, eventualmente ficariam plenamente satisfeitos com abundância da árvore da vida. Foi a madeira da árvore da vida que gerou a Cruz de Cristo, e esta a vida eterna para todos aqueles que nela se firmarem. – Colossenses 1.20.

... paraíso de Deus.” – O termo paraíso ocorre três vezes nas Escrituras – Lucas 23.43 – II Coríntios 12.4 – Apocalipse 2.7 – Em Gênesis aparece a expressão “Jardim do Éden”, a qual na tradução grega do Antigo Testamento se converte em paraíso.

Muitos conceitos foram elaborados através dos séculos sobre o “paraíso”, vamos alguns deles:

1. O vocábulo Persa antiga “paraíso” tem o sentido de “Jardim, terreno ou celestial”, ou seja um “lugar de deleite, descanso ou refrigério”. No Antigo Testamento, ela subentende um lugar de deleite, sem contaminação do pecado

2. Foi apenas natural que o termo viesse a ser aplicado aos conceitos do “após-vida” quando as almas justas encontrarem um lugar de descanso dotado de magnificante beleza, e vida eterna. Por isso os rabinos faziam dele um equivalente ao “seio de Abraão”; ou seja, a porção boa do Hades – Lucas 16.22 e 23. 43

3. Essa palavra também é usada para identificar a presença de Deus, nos céus mais elevados. A Nova Jerusalém é a capital dos novos céus e nova terra nos capítulos vinte e um e vinte e dois do presente livro, podendo-se observar que a “árvore da vida” estará localizada ali. Assim sendo a Nova Jerusalém é identificada com o “paraíso” pelo vidente João.
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NOTAS ADICIONAIS SOBRE APOCALIPSE 2. 1 a 7

A igreja de Éfeso fora abençoada com pastores excelentes, dentre os quais Paulo e João foram Apóstolos de Jesus, e Timóteo um cooperador apostólico. Sabemos que Paulo viveu em Éfeso durante três anos, e que Timóteo ministrou a igreja por sessenta anos. Presumimos que João tenha deixado Jerusalém no final dos anos sessenta e fixando residência em Éfeso, onde passou o resto de seus dias, exceto por sua breve estadia na Ilha de Patmos. Ainda que os cristão tenham sido espiritualmente moldado por esses três homens, começaram a declinar seu amor por Cristo. E ainda que João, como apóstolo do amor, tenha ordenado que as pessoas amassem umas as outras – I João 4.7 a 12 – não ele, mas Jesus, como Supremo Pastor e Bispos de seu rebanho – I Pedro 2.25 – 5.4 – está caminhando no meio da sua igreja.
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O CORPO DE CRISTO – IGREJA DO SENHOR

O copo de Cristo é a igreja, e não uma sociedade; é um organismo vivo, e não uma organização; é um ser vivo, e não uma entidade formal. Enquanto uma sociedade ou organização pode ser determinada a deixar de pagar impostos e cumprir seus deveres os membros do corpo de Cristo deixam de ser uma igreja quando cessam de difundir a luz do evangelho.

A palavra church (inglês), kirche (alemão), kerk (holandês), deriva do termo grego  “kyriake”, significa  “pertence ao Senhor”. Os termos românticos usam derivado do grego “Eclésia” que significa “povo de Deus chamado do mundo”, églisi (francês), iglesia (espanhol), chiesa (italiano).     

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FONTES DE ESTUDO

Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento  - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo – R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon Kistemarker
Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes Dias Lopes



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