COMENTÁRIO BÍBLICO DE APOCALIPSE AS SETE IGREJAS
ESMIRNA – APOCALIPSE 2. 8 a 11
A HISTÓRIA DA
CIDADE
Esmirna
é a moderna Izmir na atual Turquia, localizada na costa Ocidental da Ásia
Menor, tem um porto de frente para uma baía cuja brisa refresca a cidade
durante os meses de verão escaldante e está suprida de um clima aprazível. O
porto estimulava a indústria e o comércio, que desenvolveram a cidade numa
metrópole comercial. Uma estimativa de sua população nos dias de Paulo atinge a
cifra de 250.000 habitantes, a qual nos tempos modernos pode ser quase
duplicada. Era uma cidade próspera que ficava no final de uma rodovia principal
que cortava os campos férteis do vale Hermo.
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SUA POLÍTICA
Politicamente,
a cidade bandeou para o romanos e veio a ser um aliado leal. Já em 195 a.C.,
ela dedicou um templo ao imperador romano Tibério e se gabava de ser a
principal no culto ao imperador. Essa jactância agradou aos administradores
romanos, os quais fomentavam a paz e a unidade que caracterizavam o espírito de
Roma por todo o império. William Barclay escreve que, tornar o espírito de Roma
tangível, os romanos apresentaram o imperador como sendo sua incorporação, e
assim surgiu o culto ao imperador. Ainda que alguns imperadores descordassem de
tal culto, a população o ativou ao ponto de torná-los divinos.
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A RELIGIOSIDADE
DA CIDADE
A
cidade de Esmirna era enaltecida como a cidade mais bela com respeito aos seus
edifícios, templos de Zeus e Sibele, e o traçado nas ruas. Ela era conhecida
como “a coroa de Esmirna”. O nome se originou dos edifícios da cidade, cujo
aspectos sinétrico tinha forma de uma coroa. Além dos edifícios, a natureza
também contribuiu para a beleza de Esmirna. A cidade era abençoada com muitos
bosques de árvores, entre as quais árvores cujo a resina produzia uma goma
aromática de um castanho avermelhado ou castanho amarelado chamado “mirra”. A
palavra mirra no grego “smyrna” aparece no Novo Testamento como um dos presentes preciosos que os magos
do Oriente levara a Jesus no seu nascimento, e também usado no processo de
embalsamento que Nicodemos levou ao túmulo de Jesus – Mateus 2.11 – João 19.30
– ver também Êxodo 30.23 – Salmo 45.8 – Cantares 5.5 e 13.
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A POPULAÇÃO
JUDAICA NA CIDADE
A
população judaica de Esmirna era de bom tamanho, pois são mencionados como uma
força que se opunha a hostilidade à igreja local. Caluniavam os primeiros
cristãos, denominando-se judeus, mas na realidade pertenciam a sinagoga de
satanás, e moviam perseguições contra os seguidores de Cristo. Por que tão
aferradamente se opunham contra a igreja não é possível responder, enquanto os
membros da igreja de Esmirna eram afligidos pela pobreza, os judeus tinham
riquezas. Por exemplo, segundo um inscrição do segundo século, os judeus de uma
só vez doaram a soma de dez mil denários para um projeto de embelezamento da
cidade.
O
registro de sua oposição ao cristianismo está conectado com o martírio de
Policarpo, que em 23 de fevereiro de 155 foi morto devido a sua recusa de negar
o nome de Jesus. Ele fora bispo de Esmirna por muitos anos. Como já idoso, ele
respondeu ao procônsul que lhe dava escolha de amaldiçoar o nome de Jesus
viver, ou confessar e morrer: “Servi a Cristo durante oitenta e seis anos e ele
nunca me fez mal, como posso blasfemar meu Rei que me salvou?” por isso foi
sentenciado a morrer numa estaca. O registro indica que os judeus tomaram a
dianteira, ajuntando madeira para o fogo. Ainda que fosse dia de sábado (sabbah),
deliberadamente carregaram feixes de madeira transgredindo as leis.
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A IGREJA DE
CRISTO EM ESMIRNA
Não
se pode estabelecer uma data precisa para fundação da igreja de Esmirna. Judeus
devotos da província da Ásia estiveram na festa de Pentecostes em Jerusalém
quando o espírito Santo foi derramado – Atos 2.9 – e alguns deles poderiam ter
sana volta levado o evangelho a sua cidade nata. Quando Paulo foi a Éfeso no
inicio dos anos 50, ele ou seus associados poderiam ter instituído a igreja na
cidade. Na carta de policarpo à igreja em Filipos poderia indicar que o
conhecimento de Cristo ainda não havia chegado a Esmirna quando Paulo escreveu,
em 62, escreveu sua carta aos Filipenses: “Pois
ainda não o (Cristo) conhecíamos”. Inácio, bispo de Antioquia da Síria, foi
levado a Roma como mártir em 110. De caminho, ele deteve em Esmirna, onde
escreveu quatro cartas às várias igrejas; e depois, quando descansou em Trôade,
escreveu outras três cartas, uma delas foi endereçada à igreja em Esmirna.
Durante
o período em que Paulo ficou em Éfeso, na sua terceira viagem missionária, “todos habitantes da Ásia” ouviram o evangelho
de Jesus – Atos 19.10. Pedro incluiu os eleitos forasterios da Ásia entre os
destinatários de sua primeira carta – I Pedro 1.1 – É bem possível que a igreja
em Esmirna, esteja incluida nestas citrações. Mas, a primeira vez que ela é
identificada por nome é nas citações de Apocalipse. Por isso, não temos
informações especificas sobre a igreja, além dos quatro versículos desta carta
ao anjo da igreja em Esmirna. O pouco que sabemos é positivo. Esta carta elogia
e encoraja, sem oferecer nenhuma crítica dos cristão em Esmirna.
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ESMIRNA NA
ATUALIDADE
Esmirna,
em turco Izmir também conhecida como “Smyrna e Smirne”, é a cidade do sudeste
da Turquia situada na região do Euge. É a capital a área metropolitana
¨Büyüksehir Belediyes” e da província homônima. Em 2012, a população da érea
metropolitana era 3.366.977 habitantes, o que faz a terceira cidade mais
importante da Turquia e o segundo maior porto, a seguir a Istambul e Ancara.
Esmirna
é muitas vezes chamada “a perola do Euge”. É considerada a cidade mais
ocidentalizada da Turquia quanto a valores, ideologia, estilo devida, e papeis
de gênero.
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MITOLOGIA
De
acordo com Estrabão, Esmirna era o antigo nome de Éfeso, e o nome deriva de uma
amazona que conquisto Éfeso. Outros autores porém, mencionam Esmirna como mãe
de Adónis: sua mãe teria dito que ela era mais bela que Afrodite, e a deusa a
amaldiçoou, fazendo com que ela se apaixonasse pelo próprio pai; desta união
nasceu Adónis. Segundo William Smith, o nome da cidade deriva da mãe de Adónis.
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A CARTA A
ESMIRNA – APOCALIPSE 2. 8 a 11
A COROA DA ÁSIA
MENOR
Apocalipse 2.8 – “Ao anjo da igreja em Esmirna
escreve; Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a
viver”
“Ao anjo da igreja em Esmirna escreve ...”
– Policarpo que significa “muito fruto”, foi discípulo pessoal do Apóstolo
João, homem muito consagrado, foi o primeiro pastor da igreja de Esmirna, bem
como principal instrumento do poder de Cristo. Eusébio em sua História
Eclesiástica conta-nos como se deu seu martírio. Policarpo foi levado à arena,
lugar dos jogos Olímpicos, um dos maiores teatros abertos da Ásia Menor, parte
da qual construção permanece de pé até hoje, e martirizado dia 23 de fevereiro
de 155, neste dia uma multidão exaltada começara a gritar “Morram os ateus, busquemos Policarpo” Policarpo poderia ter-se
escondido, mas teve uma visão, num sonho, na qual viu incendiar o travesseiro
onde apoiava a cabeça. Um escravo que sabia o lugar onde se encontrava, foi
torturado até falar. Então foram prendê-lo. Durante uma breve viagem foi-lhe
ordenado que se retratasse e que abandonasse a Cristo, dando sua lealdade ao
imperador romano, como se fora um deus. Quando foi introduzido no circo,
ouviu-se uma voz do céu que disse: “Seja
forte, Policarpo e aja como um homem”. Fora-lhe ordenado que dissesse: “Fora com ao ateus, isto é, com os cristãos”,
isso ele fez, mas fazendo um gesto largo com as mãos, indicando a população
hostil das arquibancadas, compostas de pagãos. Foi-lhe ordenado que jurasse
pelo “Gênio César”, confessando assim a divindade do imperador. Isso ele se
recusou a fazer. Foi ameaçado de ser morto pelas feras, mas não demonstrou
qualquer temor. Foi resolvido que o queimariam na fogueira. O procônsul se opôs
a tais providências, mas sem resultado. Os judeus ali presentes se alegram
muito e trouxeram madeira para fazer a fogueira, até os juízes quebraram a
ordem da lei que lhes proíbe carregar qualquer coisa no dia de sábado, estavam
entre os primeiros a trazerem madeira para construir a “pira” de Policarpo. Quando lhe foi dito que se retratasse, ele
zombou do fogo que tinham feito, e relembrou seus algozes do fogo muito mais
terrível das chamas do juízo eterno, que os ímpios terão de sofrer. Então,
disseram: “Esse é o mestre da Ásia, o pai dos cristãos, aquele que derruba por
terra os nossos deuses e que tem ensinado e muitos a não sacrificarem e nem
adorarem os imperadores romanos”, ante ás ameaças deles, que instavam para
amaldiçoar a Cristo, respondeu: “Por oitenta e seis anos tenho servido a
Cristo, e ele nunca me fez mal algum, como posso blasfemar de meu rei, que me
salvou?”. Quando estava para atá-lo ao poste, Policarpo lhes disse: “Deixa-me como estou, porque Aquele que me dá
força para suportar o fogo me permitirá permanecer imóvel sem a segurança de
pregos”. Ato continuo, foi preparada para ele a fogueira; mas segundo se
diz, o fogo fez um arco ao seu redor, ficando ele entocado, no meio das chamas.
O verdugo que estava próximo vendo que as chamas não o queimaram, entretanto,
matou-o com golpe de sua adaga. E quando se fez isso saiu do seu peito uma
pomba, e muito sangue, que apagou o fogo, e toda multidão se maravilhou de que
fosse tão grande a diferença entre os incrédulos e os escolhidos.
Policarpo, nasceu em 69 d.C, morreu em
159 d,C. Para nós ele representa a igreja dos mártires, a constância cristã sob
mais severas perseguições, o que é o tema mesmo da carta em nossa frente.
Policarpo foi martirizado meio uma coragem invencível, e foi recompensado com a
coroa da vida, por aquele que também tivera morte terrível, mas que triunfara
em sua ressurreição, Jesus, o Senhor.
“... da igreja ...” – Não se tem
certeza dos primórdios da igreja em Esmirna, embora se tenha conjecturado que
resultou dos labores do Apóstolo Paulo na Ásia Menor, com ajuda do Apóstolo
Pedro – Atos 19.10 e I Pedro 1.1.
É possível que Paulo tenha visitado
Esmirna em sua terceira viagem missionária a Éfeso. Muitas cidades foram
evangelizadas naquela área, sem que disso haja qualquer menção especifica no
livro de Atos. Entretanto, Esmirna se encontrava entre elas. Alguns discípulos
de Paulo, talvez convertido em Éfeso, possivelmente tenham sido os primeiros
cristãos evangelistas a levar o evangelho a Esmirna.
Simbolismos das igrejas – Este livro
foi escrito originalmente ás sete igrejas da Ásia Menor, atual Turquia. Mui
provavelmente, uma cópias foi enviada a cada comunidade local, ou então única
cópia deveria ser lida e enviada a comunidade seguinte. Naturalmente havia
muito mais do que sete comunidades cristãs na Ásia Menor, sabemos que naquela
região tinha sido fundadas igrejas de Colossos – Colossenses 1.2 e 2.1 –
Hierápolis – Colossenses 4.13 – Trôade Atos 20.5 – abaixo alaremos obre as sete
igrejas.
1. Sendo elas em número de sete,
representando a igreja universal, bem como a igreja cristã estabelecida na Ásia
Menor;
2. O número sete, por ser um número
místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também
temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões
dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre
a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e
destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja
universal, misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;
3. É possível que as sete igrejas
representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao
tempo de segunda vinda de cristo;
4.
Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas
cristãs em qualquer época histórica;
5. Sete igrejas literais daquela época
que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto,
Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias,
a começar do quarto capítulo deste livro, também representam condições existentes nos fins do
primeiro século de nossa era, bem como dos primódios do segundo século;
6. Se desenharmos um mapa dessas cidades
na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma
um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha
propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico,
desta maneira representando a igreja universal;
“...
Esmirna ...” – Ela tornou-se uma das cidades da Ásia Menor mais
prospera. Foi fiel aliada a Roma, desde os tempos quando os romanos começaram a
intervir nos negócios do Oriente Próximo, e muito antes de ter-se estabelecido
com um império mundial.
Competia
com Éfeso e Pérgamo pelo titulo de Primeira cidade da Ásia. Em 26 d.C foi-lhe
permitido construir um templo dedicado a Tibério, e o senado romano. Por causa
desse privilégio, pode reivindicar o direito ao “Neocorato Imperial”, que foi
lhe dado por Hadriano e Severo. Essa aliança com Roma, tornou-a um forte centro
de culto ao imperador, a adoração obrigatória ao imperador romano. Isso deixou
os cristão dali em circunstância desesperadoras, e a perseguição e a morte
foram resultados apenas naturais para eles.
O
nome dessa cidade significa “mirra”, substância extraída de uma planta por
esmagamento. Era usado na fabricação de perfumes e também aromas para
embalsamamentos. Estes fatos ilustram as condições que existiam na comunidade
cristã dali, quando o livro de Apocalipse foi escrito. Os cristãos dali foram
literalmente esmagados, tornando-se um perfume suave cheiro a Deus; embora
esmagados até a morte, foram preservados em espírito, de modo a poderem viver
eternamente.
“...
escreve ...” – A ordem de escrever ocorre por treze vezes neste livro –
(Apocalipse 1.11 e 19 – 2. 1,8,12 e 18 – 3. 1,7 e 14 – 10. 4 – 14.3 – 19.9 e
21.5), uma vez em cada uma das sete cartas. O intuito do Senhor era que a
revelação fosse preservada; e até a forma escrita é a melhor maneira de
preservar uma comunicação. – Habacuque 2.2 – “Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a pessoa que a passa
ler até quem passa correndo”
As
visões de Apocalipse foram escritas a fim de serem publicadas. Sua mensagem
merecia publicidade. Somente no caso dos sete trovões no que concerne ao livro
de Apocalipse – é que seu significado deveria ser selado – Apocalipse 10.4
Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da igreja é
Jesus Cristo
– Essas cartas constituem exclusivamente das palavras de Cristo, mas
diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram ditadas dos céus,
depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas palavras são únicas
registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas chegaram até nós com
admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las e guardá-las no
coração.
“...Estas
coisas ...” – Isto é, o conteúdo da carta que segue, com sua
advertência e promessa.
“...
diz o primeiro e o último ...” – Com essa expressão “Primeiro e
Último”, Jesus define sua divindade como sendo igual a Deus. Também podemos
encontrar o mesmo título de Cristo em Apocalipse 21.6, onde é amplamente
comentado. Consideremos os pontos:
1.
Cristo é o primeiro, quanto ao tempo e a importância;
2.
Ele é a fonte originária de toda e qualquer vida, seu principio mesmo;
3.
O fato que Cristo é o primeiro, equivalente à declaração que ele é o “Alfa” e o
fato de ser o último e ser ele o “Omega”
Alfa
– Essa é a primeira letra do alfabeto grego. Apontando para Cristo com criador,
como origem de todas as coisas.
Omega
– É a última letra do alfabeto grego. Deus é o alvo de toda a criação. Nesta
ultime declaração também se vê o Alfa e o Omega, pois tudo foi feito para sua
glória. Todas as coisas foram criadas nele e para ele.
Na
Midrash lê-se que o selo de Deus consiste de três letras do alfabeto hebraico
“alefe é a primeira letra, men é a letra do meio e tave é a última letra do
alfabeto”. Portanto, Deus é tudo para todos, o que também é dito acerca de
Jesus Cristo em – Efésios 1.23. a passagem de Isaias 44.6 – “Assim diz o Senhor: Rei de Israel, seu
Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro e o último, e além de mim
não há deus”
4.
Cristo é o arquétipo de toda criação, o plano mestre, cuja estatura e glória
aumentam e são promovidas na criação que dele se originou. Ele é também a
“primeira causa” de onde tudo mais procede; ele é a “ideia” da criação.
Na
qualidade de último, pode-se dizer o seguinte:
1.
Ele é a razão mesma da existência;
2.
Ele é o principio após morte;
3.
Ele é o alvo de toda a existência, o Omega. Embora, de modo e não ser meramente
o “principio” mas igualmente o “último”.
“...
esteve morto e tornou a viver ...” – Jesus, é aquele que morreu na cruz
do Calvário, venceu a morte e está vivo. Por todo Apocalipse está compreendido
o contraste entre Deus e Satanás, Cristo e o Anticristo. Portanto, o
Anticristo, surgindo como a besta que emerge do mar, tinha uma ferida mortal
contudo viveu – Apocalipse 13.3,12 e 14.
Essa
descrição do Anticristo revela sua insidiosa imitação da morte e da
ressurreição de Cristo. A diferença consiste que Cristo venceu a morte, tem as
chaves da Morte e Hades e, como aquele que vive, comunica vida a sua povo. A
besta, isto é, Anticristo ferido a espada, é lançada viva, com o falso profeta,
no lago de fogo que arde com enxofre -
Apocalipse 13.14 – 19.20.
Essas
palavras se repetem o que diz o décimo oitavo versículo do primeiro capítulo,
mas formam uma declaração muito apropriada para consolo dos mártires.
Esmirna
era sede do mito do deus Dionisio, o qual teria sido morto mas ressuscitou. A
igreja recebeu da parte de Cristo, uma promessa válida sobre a vida ressurreta;
e essa sempre tem sido a esperança da igreja cristã. É obvio que na
ressurreição apara viva eterna não será um corpo material e nem composto de
partículas atômicas, porque seria impossível que qualquer coisa sobrevivesse
nas esferas celestes. – I Coríntios 15. 35 a 58.
Apocalipse 2.9 – “Conheço a tua tribulação, a tua
pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia do que a si mesmos se declaram judeus e
não são, sendo antes, da sinagoga de satanás”
“Conheço
a tua tribulação ...” – No grego é usado o termo “thipsis” que
significa “pressão, opressão”, que é derivado de “thibo” que significa “pressionar”
ou “pressionar junto”. Metaforicamente é usada para indicar aflição no Novo
Testamento, normalmente tem sentido de “perseguição” aquela forma de pressão
que nos atinge, devido a má vontade e ao ódio de nosso semelhantes.
No
presente contesto as perseguições movidas pelas autoridade romanas estão
particularmente em foco, as quais vinham sendo comandadas pelo imperador
Domiciano, chamado segundo Nero.
A
expressão “Sinagoga de Satanás”, mais abaixo indica, que talvez muitos judeus
ajudavam a perseguição contra os cristãos, embora fosse o império romano que
oficialmente exercesse a pressão. Portanto foram quase trezentos anos de
sofrimento, estaria em foco neste tempo. Dificilmente alguma família cristã não
tinha algum mártir entre seus membros.
Alguns
cristão buscavam o martírio. As matanças religiosas tornaram-se tão comuns
naqueles tempos na história da igreja cristã que, naqueles séculos, havia
homens que se reuniam em busca do martírio. Entre um desse, de nome Germânico,
um homem obre e rico, mas também cristão devoto, embora muito jovem, recusou-se
a negar a Cristo, quando o procônsul tentou levá-lo a isso, devido sua
juventude. Ele combateu as feras de maneira singular, atraindo para si e
abraçando-se a elas com violência, assim apresentando sua libertação para via
eterna. Outra homens de nome Quinto, que liderou um grupo a arena, em busca de
martírio, quando viu o leão, acovardou-se, retratou-se, fez o juramento a
Cezar, como se fosse um deus e queimou incenso ao gênio de Cezar, o suposto
guardião divino.
“...
pobreza ...” – Jesus dirige-se a cada cristão de Esmirna
individualmente usando o pronome possessivo singular “sua”, isto é, ele está
plenamente cônscio da tribulação e da pobreza que cada cristão tem suportado em
prol do nome de Cristo.
O
termo grego usado aqui é “ptocheia”, a qual se refere à desprezível pobreza de
um nadamendigo. Aqueles cristãos eram pobres, mas não porque não trabalhassem,
sendo essa a causa mais comum da pobreza, mas devido às perseguições que
sofriam. Suas propriedades eram confiscadas ou destruídas, eles eram
encarcerados, eram reduzidos a nada pela ira do imperador. A simples
sobrevivência tornou-se um problema pela falta de alimento.
É
inegável que a igreja primitiva se compunha principalmente de pessoas pobres,
mas a alusão, neste caso, é a pobreza forçada e crítica produzida pela
perseguição, e nãos se tratando da pobreza natural e crônica das classes
inferiores.
Quando
nos agarramos a coisas econômicas, terrenas, em riquezas, tem sempre pobreza
espiritual por consequência. Entretanto não se pode possuir nada? O Apóstolo
Paulo diz: “Tanto sei estar humilhado
como também ser honrado; de tudo e em todas circunstâncias, já tenho
experiência, tanto de fartura, com de fome; assim como de abundância como de
escassez” – Filipenses 4.12 – Mas logo que nos agarramos a nossos bens,
logo se começa a fazer exigências, fica-se espiritualmente pobre.
“... Jesus Cristo sendo rico, se fez pobre por
amor de vós, para que, pela as pobreza, vos tornastes ricos ...” – II
Coríntios 8.9 – Será que isso significa que todos temos que devemos todos ficar
pobres? Não, pois não se trata de justiça por obras. Mas, significa
desligar-nos interiormente dos nossos bens. Podemos usufruir de todo com ações
de graça de tudo que recebemos, mas devemos ao mesmo tempo colocar tudo sob o
altar; em outras palavras, devemos estar a qualquer momento estar dispostos a
abrir mão, renunciar tudo por amor a Cristo.
O
que precisamos ter em mente é: “Não é importante o que temos ou deixamos de
ter, a abastança ou a necessidade não pode interferir em nosso relacionamento
com Deus”
“...
mas tu és rico ...” – Se olharmos literalmente o texto nos parecer
muito contraditório. Como alguém pode ser pobre e rico ao mesmo tempo? Em que
eram ricos? Nas riquezas espirituais. Isso pode ser comparado ao caso da igreja
de Laodicéia, era rica quanto as riquezas materiais, porém, paupérrima quanto
as riquezas espirituais e da alma. “...
pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes
que tu é infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” – Apocalipse 3.17 – Portanto
é veraz aquela declaração que diz: “As
olhos de Deus existem homens ricos que são pobres e homens pobres que são ricos” – Certamente o padrão do
mundo é a ostentação pelo ouro e prata, sucesso e status, porque o homem carnal
tem sua vida imersa no materialismo, no conforto no dinheiro, etc. em confronto
com isso o homem espiritual (cristão verdadeiro), não busca construir seu
império neste mundo, onde o ladrão rouba, a ferrugem corrói, porquanto não
deixam as influências do mundo dominá-lo.
“Temos aqui,
portanto, os ricos pobres de Esmirna e os pobre ricos de Laodicéia”
O
Apóstolo Paulo escreve aos coríntios a respeito dessas condições: “Jesus sendo rico, contudo se pobre por causa
de vocês, para que, através da sua
pobreza, vocês se tornassem ricos” – Jesus sublinha que espiritualmente
Esmirna era ricos.
Existem
riquezas que nos são conferidas pelo “ouro
testado no fogo”. O fogo representa agonia, mas essas riquezas adquiridas
são permanentes em contraste com as riquezas terrenas. Se quisermos ser
verdadeiramente ricos, antes de tudo teremos de fixar os nossos corações sobre
as verdadeiras riquezas, vivendo para coroa celestial.
Alguns
textos para meditação mais profunda:
Mateus
6.19 a 21 – “Não acumuleis para vós
outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões
escavam e roubam;mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu
tesouro, aí estará também o teu coração.”
Mateus
6.24 – “Ninguém pode servir a dois
senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a
um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
Lucas
12. 20 – “Mas Deus lhe disse: Louco, essa
noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?”
I
Timóteo – 6.17 a 19 – “Exorta aos ricos
do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na
instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para
nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em
dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido
fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.”
I
Timóteo 6.10 – “Porque, o amor do
dinheiro é raiz de todo mal ....”
“... a
blasfêmia dos que a sim mesmo se declaram judeus e não são ...” – Jesus
falou da blasfêmia contra si e contra o Espírito Santo no contexto da expulsão
de um demônio numa pessoa cega e muda – Mateus 12. 22 a 32 – o clérigo do
judeus deviam ser os primeiros a reconhecer o Messias quando curou o cego –
Isaias 29.18 – 32.3 – 35. 5 – 42.7 – Além do mais aos judeus foram confiadas as
próprias palavras de Deus – Romanos 3.2 – de modo que deveriam ver as promessas
messiânicas cumpridas em Jesus Cristo. Em vez disso, tornaram-se, e continuaram
veementemente oponentes a Cristo e sua doutrina. Conhecer a verdade acerca de
Deus e negá-la intencionalmente equivale a blasfêmia.
Jesus,
porém como Messias, usufruía de divindade e autoridade em pé de igualdade cm
Deus,de modo que alguém que , conscientemente seria culpado de blasfêmia. Os
judeus de Esmirna se recusaram a reconhecer Jesus como Messias e o
amaldiçoaram. Por isso não eram mais chamados de judeus, isto é, filhos de
Abraão, os cristão verdadeiros passaram a ser chamados de filhos de Abraão no
lugar dos judeus que rejeitavam a Cristo, e em seu lugar faziam alianças com
satanás.
Estas
palavras acima poderiam aludir as seguintes coisas:
1.
Os hereges gnósticos, que talvez estivessem afirmando serem o novo Israel.
Possivelmente reduziam a Cristo a apenas um dentre muitos “Aeons” (emanação
angelical), e perverteram as Laís judaicas, com razão podiam ser chamados
“sinagogas de satanás”;
2.
O vidente João se referia as judeus de real nacionalidade que ajudavam os
romanos nas perseguições contra os cristãos, e que, por essa razão tinham perdido
o direito de serem chamados de Israel de Deus.
Sabemos
que o judaísmo era muito forte em Esmirna, e hostil ao cristianismo. O livro de
Atos nos fornece de continuo um quadro assim. Tal livro juntamente com o
evangelho de Lucas foi escrito para mostrar que o cristianismo era superior ao
judaísmo, por obter mais elevado nível de expressão espiritual.
“...
blasfêmia ...” – Não somos informados acerca do significado exato
disso. E possível que se trata de uma
das seguintes coisas:
1.
A difamação da pessoa de Cristo, em que se falavam mal dele e o insultavam,
além de rejeitarem-no como o Messias prometido aos judeus
2.
Talvez também estivessem em foco a crueldade e os insultos dos judeus contra os
discípulos de Cristo, porquanto tudo quanto alguém pratica contra o menor dos
seguidores de Cristo, é reputado como feito contra o próprio Cristo.
“...
se dizem judeus e não são ...” – m Não que aquela gente não pertencesse
a raça judaica, mas aos olhos de Deus não mereciam ser contados entre seu povo escolhido,
pelo fato de terem rejeitado o próprio Messias, e se tornado perseguidores de
fé dos discípulos de Cristo, esta atitude os desqualificava como judeus.
Veja
a declaração do Apóstolo Paulo – “... porque
nem todos de Israel são de fato israelitas ...” – Romanos 9.6 - E ainda – “Porque não é Judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a
que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e
circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos
homens, mas de Deus” – Judeus verdadeiros são aqueles confiam em Cristo, os
quais por si mesmo conquistaram legitimo direito de se chamarem judeus, e que
possuem privilégios espirituais.
“...
sinagoga de satanás ...” – Os romanos tinham concedido aos judeus de
Israel e os da dispersão a isenção da práticas religiosas romanas. Deram-lhes o
direito de observarem sua própria religião, a qual era conhecida como uma
religião licita, quanto ao cristianismo veio a existência no Pentecostes, os cristão
estavam salvos sob esta proteção romana outorgada aos judeus até a destruição
do templo em 70 d.C. desde então os judeus passaram a figurar entre os
primeiros a acusar os cristãos aos romanos; diziam que os cristãos honravam ao
Senhor Jesus, e não a Cesar. Consequentemente os cristãos não mais desfrutavam
da proteção civil, mas foram caluniados, perseguidos e com frequência
assassinados. Aqueles judeus que falsamente acusavam os seguidores de Cristo
aos romanos, e intencionalmente os oprimiam, na verdade eram agentes de
satanás, os quais vieram a ser líderes de suas sinagogas. E não equivalente
dizer que todos os judeus rejeitaram a Jesus e que satanás governava todas as
sinagogas. Jesus escreveu as igrejas de Esmirna e Filadélfia como lugares onde
satanás instigava a blasfêmia e se estabelecia nas sinagogas locais. –
Apocalipse 2.9 e 3.9
Apocalipse 2.10 – “Não temas as coisas que tens a
sofrer. Eis que o diabo está pra lançar em prisão alguns dentre vós, para
serdes postos à prova, e tereis tribulações de dez dias. Sê fiel até a morte, e
dar-te-ei a coroa da vida”
“Não
temas as coisas que tens de sofrer ...” – Uma vez mais Jesus pronuncia
as palavras “não temas” – Apocalipse
1.7. Agora, fala ao cristão individualmente, expandido a expressão “não tenha medo de tudo”. Aquele que está
no controle de cada situação sabe o que jaz adiante de seu povo, ele revela que
estão para passar um período de sofrimento.
A
expressão mostra os pontos seguintes:
1.
Nem sempre é prometido ao cristão a liberdade da perseguição, e das tragédias
mais diversas, a despeito de quanto ele ora em favor disso – II Coríntios 12. 8
e 9;
Algumas
vezes o sofrimento é inevitável. Basta-nos lembrar de vida de Jesus Cristo, não
foi poupado qualquer tipo de sofrimento, nem mesmo da morte vergonhosa da cruz;
as, finalmente ele triunfou. – Lucas 22.42 – “Pai, se queres, passa de mim esse cálice; contudo, não se faça a minha
vontade, e sim a Tua”
2.
O problema do mal nos é assim trazido vividamente à atenção. O mal, a tragédia
e o sofrimento podem provir da vontade pervertida do homem, e os inocentes
podem sofrer por ela. A própria natureza pode afligir a todos, com inundações, incêndios,
desastres, enfermidades e a própria morte. Geralmente aqueles que se dizem “ateus” costumam questionar: pois como um
Deus todos bondade, que é igualmente onisciente e todos poderoso permite que
exista o sofrimento? Porque Ele não impede? Pois diz que pode fazê-lo, se assim
o quiser. A resposta é simples, Deus não livra porque ele não quer, e sim porque os homens não O teme mais, nem tão
pouco se relacionam com Ele com deveria ser. Deus é amor, mas não força ninguém
a fazer o que não quer.
Porque
para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar
com a glória eterna reservado ao cristão.
II
Coríntios 4.17 – “Porque nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda
comparação”
Essa
deve ser a resposta do cristãos ante o problema do mal. Aquilo que acontece
neste plano terreno não é final, não havendo tristeza, dor , enfermidade que os
céus não possam curar.
Está
escrito em Apocalipse 21.4 – “E lhes
enxugará dos olhos todas lágrimas, e a morte já não existirá, já nãohaverá
luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” – Na glória
ao haverá mais sofrimento. Mas, somente através da comunhão com o sofrimento de
Cristo, que isso é possível. – Isaias 53.5 – “mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas
nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas
pisaduras fomos sarados”
“... o diabo está pra lançar em prisão alguns
dentre vós ...” – O Novo Testamente defende a rela existência de um
diabo pessoal, a epítome mesma da maldade, tal como expõem a real existência de
Deus pessoal, a súmula do bem.
Os
cristão de Esmirna deviam estar cientes de que estavam enfrentando uma guerra
espiritual frente e frente com o diabo. Daí receberam a ordem para se porem em
alerta, pois o diabo incitaria as autoridades para pender algumas pessoas da
congregação a fim de serem mortas.
Satanás
mostra-se ativo na esfera terrena, contando com muitos agentes para confundir
aos homens e prejudicá-los. Os romanos com ajuda dos judeus, foram encaradas
pelo vidente João como uma obra de satanás.
Um
dos aspectos dessa perseguição é que haveria encarceramentos, sabemos que
quando o livro de Apocalipse foi escrito, as detenções ocorreram,
principalmente sob acusação de traição, posto que os cristãos se recusavam a
participar dos cultos ao imperador e adorá-lo como se fora um deus.
“...prisão
...” – A prisão pode ser uma medida para subjugar uma pessoa pessoal
rebelde, uma interrupção enquanto pessoa
culpada aguarda o julgamento, ou prelúdio da execução. O encarceramento dos
cristãos era um período intermediário de sofrimento, os mesmos sabiam que
estavam aguardando para serem martirizados em nome da sua fé. Veja como Pedro
aguardava em cárcere o momento de ser entregue a morte como havia sido Tiago. –
Atos doa Apóstolos 12
“...
para serdes postos à prova ...” – Testados por meio de espancamentos,
insultos, privações de alimentos, nas celas escuras, frias e imundas das
prisões, estavam os cristãos. Ali seriam provados se realmente seriam fieis a
Cristo.
“...
tereis tribulação de dez dias ...” – O termo usado aqui é o “thipsis”,
que é usado no nono versículo deste capítulo.
No
Apocalipse, o número dez significa a plenitude no sistema decimal. É um número
simbólico para expressar a completude do período de sofrimento. Quanto aos dez
dia, há diversas interpretações, conforme lemos abaixo:
1.
Dez é o número do sistema mundial, pelo que essa tribulação seria um violento
assalto contra o maligno sistema político de Roma contra a igreja cristã;
2.
Provavelmente indica um período curto. A carta de Inácio a Esmirna afirma: “Eles desprezaram às torturas deste mundo,
comparado ao custo de uma hora, o livramento da punição eterna”. O breve
período de tribulação sofrido pela perseguição romana não era nada considerando
o regozijo da eternidade com o Senhor Jesus.
3.
Pode indicar também que a igreja tenha sofrido dez perseguições distintas,
desde o reinado de Nero a Diocleciano. As perseguições sofridas por esta último
foram mais severas de todas, e perduraram dez anos.
Apenas
em uma catacumba de Roma foram encontrados a ossada de aproximadamente cento e
setenta mil cristãos. Os cristãos sofreram sob os imperadores – Nero,
Domiciano, Trajano, Marco Aurélio, Severo, Máximo, Décio, Valeriano, Aurélio e
Diocleciona.
“...
se fiel até a morte ...” – Isso indica o martírio, e não aguentar tudo
até o fim, como se fosse algo paralelo a “quem
perseverar até o fim, será salvo”, embora haja verdade nisso. Esmirna é
representada pela “igreja dos mártires”,
e aclamada como portal para vida eterna.
O nome da cidade Esmirna significa
“mirra”, uma fragrância usada na fabricação de perfumes a embalsamentos. A
mirra foi uma das substancias usada no sepultamento de Jesus – João 19.39 – A
mote dos mártires de Esmirna, é uma fragrância que tornou conta da casa inteira
de Deus.
“... coroa da vida ...” – Ela também
aparece nos escritos de Tiago 1.12 – e pode ser traduzida como “plenitude da
vida”, é um emblema da “mais elevada alegria, felicidade, e de glória e
imortalidade”.
É preciso termos em mente que, Cristo
primeiramente recebeu a “coroa de espinhos”, antes de ser dada a coroa da vida.
O mesmo aconteceu com os mártires, e até certo ponto no caso de todos cristãos.
A coroa de Cristo – Em alguns
lugares nas proximidades do pretório os soldados encontraram alguns ramos de
espinhos. Não se sabe se a planta da qual extraíram os ramos era a “Spina
Christi” ou “Arbusto Palinrus”, como alguns pensam, essas plantas possuem
grandes espinhos que poder alcançar cerca de sete centímetros, e tão rígido que
podiam ser utilizados como pregos pelos romanos. Os botânicos tem opinado que poucos
países das dimensões da Palestina tenham tanta variedades de plantas
espinhosas. É de pouca importância a identidade das espécies. Muito mais
significativo é o fato de que se mencionam cardos e abrolhos em Gêneses 3.18,
em conexão com a queda do homem.
Jesus é retratado como portador de
maldição que está na natureza, com o fim de livrar dela tanto a natureza quanto
a nós. Com crueldade infernal, os soldados, havendo feito uma coroa desses
ramos espinhosos, vestem na cabeça de Cristo. Ela representava não uma coroa
imperial, mas uma coroa que seria apropriada para o “Rei dos Judeus”. O que
estava engajado nesta cerimônia demoníaca seria, escarnecer-se de Jesus e
torturá-lo.
Metáforas usada para coroa da vida:
1. Talvez esteja por detrás dessa
metáfora a idéia das competições gregas. O vencedor recebia a coroa de louros.
Mas também pode estar aqui em vista a idéia da coroa usada na coroação real.
Aqueles cristão reinariam com Cristo – Apocalipse 1.6 e I Pedro 2.9. – ou seja,
“reis sacerdotais”. Os reis eram coroados, mas a mesma coisa sucedia aos
sacerdotes – Zacarias 6.11 e 14. – Poderíamos contrastar a durabilidade dessa
coroa com as coroas de louro ou de flores, concebidas aos vencedores das
antigas competições olímpicas. – II Timóteo 2.5 e I Coríntios 9.25.
2. A coroa era uma representação poética
da “recompensa ou galardão”. Os galardões consistem do grau que participamos da
vida eterna e da natureza de Cristo, com atributos e poderes que acompanharão
as mesmas – I Coríntios 3.14 e II Coríntios 5.10.
3. A via eterna está em foco, o que também
figura em – Apocalipse 2.7 – sob o símbolo da “árvore da vida”. O cristão vira
a participar na vida da família divina – Hebreus 2.10 – Obterá a plenitude de
Deus – Efésios 3.19 – Participará literalmente da natureza de Cristo, por ser
filho de Deus, a semelhança do Filho – Romanos 8.29 e II Coríntios 3.18.
Existem outras idéias a respeito da
coroa, neste versículo, vejamos:
1. Os sacerdotes superintendentes da
falsa religião de Esmirna recebiam uma coroa, após completarem um ano de
oficio. Isso seria símbolo de suas realizações religiosas e de seu serviço
real. Por semelhante modo o cristão verdadeiro possui uma recompensa
inigualável, devido à sua vida de serviço e lealdade ao Senhor.
2. A coroa será o ponto final de todo
temor. O sofrimento faz parte essencial do cristianismo, por tratar-se este da presença de Cristo em um mundo
hostil. O mundo odiará ao cristão que for semelhante a Cristo. – Mateus 5. 11 e
12
3. Esmirna possuía um dos maiores
anfiteatros da Ásia Menor, onde eram efetuados os jogos olímpicos. Nenhum
vencedor daqueles jogos receberam um coroa que se possa comparar com aquela de
Cristo nos oferece.
4. No mundo pagão era costume usar coroa
e arranjos de flores na festas e banquetes. A coroa era símbolo de alegria e
festividade. Ao terminar a vida, quando o cristão foi leal, terá a alegria de
participar do banquete celestial como hóspede e convidado de Deus.
5. Os pagãos tinham costume de pôr na
cabeça uma coroa quando iam ao templo de seus deuses. A coroa era uma forma de
assinalar o fato de que ia comparecer perante seus deuses. Ao terminar sua vida
o cristão que tinha sido fiel a alegria de comparecer perante a presença de
Deus.
6. Por último, alguns eruditos pensam que
nesta menção de uma coroa, faz-se referencia ao halo ou auréola que rodeia os
seres divinos e santos nas representações pictóricas. Se fosse assim, o
significado é que os cristãos, se forem fieis a seu chamado, serão coroados com
a vida que pertence exclusivamente a Deus. Tal como disse João: “Seremos semelhantes a Ele, porque havemos de
vê-lo como Ele é” – I João 3.2
Apocalipse 2.11 – “Quem tem ouvido, ouça o que o
Espírito diz as igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda
morte”
“Quem
tem ouvido, ouça o que o Espírito diz as igrejas ...” – Essa frase foi
emitida pelos lábios de Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui
aparece com um complemento “O que o Espírito diz a igreja”
ocorrendo em cada uma das cartas individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22).
Trata-se de uma solene chamada, para que se aplique o que acaba de ouvir. Já
que Cristo é apresentado como quem fala, não admira que a forma de expressão
seja similar a declarações genuínas de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 –
13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 – Lucas 8.8 – 14.35.
Essa
é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser
lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las
pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto
já que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em
funcionamento então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática
o que lhes estava sendo lido.
A
primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir
mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido.a segunda parte
é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito Santo.
Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras passagens das
escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.
Os
ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que
concerne ao ouvido que ouve.
No
fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem
visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, côo noção olhos para verem e
ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de
Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias –
“Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede,vede
mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os
ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir
com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” –
Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi
agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes,
tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém
andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para
trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até
hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando
de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz
fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26
Essas
citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa
sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.
Podemos
citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2
– “Filho do homem, tu que habitas no meio
da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não
ouve, porque é tu casa rebelde” - O
ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos
homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes,
enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto
natural, pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de
como era seu rosto”
O
Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes?tendes
o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E,tendo ouvidos, não ouvis?” –
Marcos 8.17 e 18
E
não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário,
cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira
nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas”
– II Timóteo 4. 3 e 4.
Ora,
por nada menos do que sete vezes nos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa
aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que diz
o Espírito as igrejas”
1
– Visam a todos os membros da igreja.
2
– Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual,
por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e
encontrado.
3
– Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por
conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem
imperativos divinos.
4
– O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente;
fornece-nos um vislumbre da glória futura.
5
– Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém,
também aplica-se individualmente.
“...
as igrejas ...” – A mensagem foi dirigida não somente a igreja de Esmirna,
e sim as sete igrejas da Ásia Menor, para onde foi originalmente enviado o
livro de Apocalipse. Acredita-se que cada uma das sete igrejas recebeu copia da
carta de Apocalipse dos capitulo dois e três. Naturalmente elas representavam a
igreja universal.
“... o
vencedor ...” – Trata-se de um elemento comum em todas as cartas
enviadas as sete igrejas de Apocalipse na Ásia Menor – Apocalipse 2.
7,11,17,26, - 3.5,12,21 – Dá a entender aquele que tem a capacidade espiritual
da praticar o que lhe foi ordenado. No grego era um termo militar. Somos
retratados como quem está empenhado em um conflito espiritual armado – Efésios
6.11.
Em
cada uma das sete igrejas de Apocalipse há um “vencedor”. Em cada época, haverá
vencedores, a despeito dos problemas e das crises diferentes que tiverem de
enfrentar.
O
vencedor neste ponto aparece como alguém invulnerável para a segunda morte, o
que não é nenhuma promessa pequena. Tremendas bênçãos espirituais em todas as
sete cartas deste livros são prometidas aos vencedores, e são exclusivamente a esses.
O que dizer do restante? A resposta é clara, as bênçãos espirituais não poderão
ser conferidas àqueles que não se atiram à batalha, a fim de vencerem. O
arrependimento nada será, se não resultar em conversão genuína. A conversão
nada será se não resultar em santificação. A lealdade a Cristo precisa ser
mantida a qualquer custo, porque doutra maneira, não poderemos ser
transformados segundo a imagem de Cristo, assim chegando ao estágio superior da
glorificação. Somente os vencedores são verdadeiros cristãos, os outros são
apenas espectadores da igreja. Supostamente se convertem, mas apenas
supostamente.
“...
de modo algum sofrerá dano da segunda morte.” – Somente no livro de
Apocalipse de todo o restante do Novo Testamento se acha a expressão “segunda
morte”. Supomos que o vidente João aluda tal expressão a “ira de Deus”, ao
“julgamento dos incrédulos”
Ao
vencedor é dada a promessa de não ser afetado pela segunda morte. A primeira
morte significa o falecimento físico de alguém, a segunda morte é espiritual, a
eterna separação de Deus.
Apocalipse
20.6 – “Bem-Aventurado e santo é aquele
que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem
autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com
ele mil anos”
Apocalipse
20 14 e 15 – “Então a morte e o inferno
foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, e o lago de
fogo E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado
para dentro do lago de fogo” – Ser lançado dentro do lago do fogo,
naturalmente simboliza o fato de não ter atingido a verdadeira vida em Cristo,
a participação em sua vida divina. Trata-se de uma perda irreparável e infinita
para o homem, cujo destino é ser filho de Deus, participando de sua plenitude,
e de sua própria natureza – Efésios 3.19 e II Pedro 1.4. Os que passarem pela
segunda morte perderão tudo isso, o individuo que não atinge essa modalidade de
vida, conforme é descrito aqui, morto segundo a terminologia bíblica. Isso
sucede porque a vida verdadeira não é mera sobrevivência da alma ente a morte
física, mas é uma forma de vida extremamente elevada, a participação na própria
forma de vida de Cristo.
Os
santos podem sofrer a morte física nas mãos dos perseguidores, mas nunca serão
separados de Deus. Em contraste os ímpios serão lançados no fogo e sofrerão
morte eterna, isso não significa que serão aniquilados, mas o castigo que
jamais acaba.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Morar
em Esmirna no primeiro século não seria fácil para os discípulos de Jesus. Além
das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e
mais poderosa. A idolatria oficial, juntando a religião à força do governo,
prometia uma perseguição perigosa aos cristãos da cidade. Para vencer esta
tentação, teriam que acreditar no poder daquele que já venceu a morte. Mesmo se
morressem fisicamente, as suas vidas seriam garantidas somente se mantivessem
sua confiança no eterno Senhor. – “O
primeiro e o último, que esteve morte e tornou a viver”
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FONTES DE ESTUDO
Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo
– R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon Kistemarker
Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes
Dias Lopes
Apocalipse de Jesus Cristo – Um comentário a nossa
época – Wim Malgo
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