terça-feira, 10 de novembro de 2015

SARDES APOCALIPSE 3. 1 a 6





COMENTÁRIO BÍBLICO DE APOCALIPSE AS SETE IGREJAS
IGREJA DE SARDES APOCALIPSE 3. 1 a 6

A CIDADE

A cidade de Sardes e a moderna “Sart ou Sarid”, e significa “o que escapou ou remanescente” estava situada aproximadamente a trinta milhas a sudeste de Tiatira e cinqüenta milhas a leste de Esmirna. O nome da cidade de Sardes, é uma palavra plural, porque em realidade tratava-se de duas cidades, em primeiro lugar, à cidade como fortaleza no topo de um promontório; e, em segundo lugar, à cidade próspera em comércio, produto oriundo da agricultura e indústria relacionada com a posição em nível plano do vale baixo.

A primeira cidade, estava situada numa faixa alta e estreita, a fortaleza era, em termos militares, invencível. A cidade apenas podia ser alcançada lado sul dessa faixa estreita. Precipícios íngremes protegiam a cidade, de modo que não podia ser escalada. Por causa desta fortaleza, Sardes veio a ser a capital de Lidia, porém sua localização impedia a expansão e a forçava a permanecer pequena. Era completamente dependente do fértil abaixo para todas as necessidades da vida, sendo que todo o suprimento tinha de ser levado de fora para o cume mais alto da cidade.

A segunda metade da cidade estava situada no vale a cerca de mil e quinhentos pés abaixo. Muitas pessoas haviam estabelecido ali: agricultores que produziam e vendiam seus produtos pecuários, trabalhadores na indústria de lã, e os mercadores que levavam e vendiam suas mercadorias. Uma grande industria de lanifícios se desenvolveu naquela cidade. Vários metais também eram extraídos ali, aumentando as riquezas de Sardes.   

O nome “Croesus”, rei da Lidia de 560 a 546, é pare da história da cidade. Havia uma lenda na cidade que tudo que ele tocasse virava ouro. Pois a própria natureza contribuía com Sardes, “Heródoto” escreve acerca do “Rio Pactolus” que corre através da cidade: O ribeiro que desce do “Monte Tmolus” e que traz para Sardes uma quantia de ouro em pó corre diretamente através do mercado da cidade.

Croesus numa batalha contra o Rei Ciro o Persa, ele confiou em um oráculo que lhe foi transmitido pela sacerdotisa de “Delfo”que dizia: “Se você cruzar o Rio Halys, então destruirá grande império”. Com suas forças ele cruzou esse rio e destruiu não o império Persa, mas o seu próprio.

Croesus cria que estaria seguro em Sardes, protegido por sua fortaleza inexpugnável. Ele não esperava que Ciro o seguisse, e assim fracassou em mobilizar suas forças. Quando o exército persa chegaram a Sardes, Croesus o esperava fora, crendo que ninguém poderia escalar os muros do promontório quase na vertical. Mas quando um de seus homens deixou cair incidentemente seu elmo (casaco) de um dos muros e descera com facilidade para recuperá-lo mostrou aos seu inimigos que o muro poderia ser escalado. À noite, os soldados persas escalaram o muro, não encontraram oposição e tomaram a cidade. Por descuido dos soldados que não guardaram o muro, Croesus perdeu a guerra.

No terceiro século a.C “Antíoco o Grande”, rei da Síria, enviou seu exércitos contra Sardes, por volta do ano 214 a.C. seus soldados escalaram os muro desprotegidos da cidade e a capturaram quase da mesma forma que os guerreiros Persas em 564 a.C. portanto, quando Jesus diz aos cristãos de Sardes “estejam em alerta” era um recado para reforçar a vigilância, advertindo as falhas do passado.

Antíoco o Grande forçou cerca de duas mil famílias judias a emigrar-se da Mesopotâmia para Lidia e Frígia, na Ásia Menor. Os judeus estabeleceram em muitas cidades, inclusive A Sardes, onde pesquisas arqueológicas têm demonstrado que o idioma aramaico já era conhecido. Josefo registra que os judeus em Sardes desfrutavam de certos privilégios, como receber cidadania e preencher as posições principais como membros do conselho da cidade. Escavações tem sido desenterrado das ruínas de uma sinagoga de tamanho razoável datando o terceiro século da Era Cristã. Presumivelmente, ruínas do terceiro século não provam que os judeus viviam em Sardes no primeiro século, contudo sugerem que pessoas judias poderiam ter vivido ali por algum tempo antes disso e que eram muito ricas, influentes e bastante numerosas ao ponto de poderem ter construído essa sinagoga.

Há mais, Jesus nota que umas poucas pessoas em Sardes não tinham contaminado suas roupas. Isso significa que poucos se conservaram puros das influências externas e que não se adaptara as práticas religiosas daqueles dias. Embora, ambas as cartas às igrejas de Esmirna e Filadélfia mencionem a “sinagoga de satanás” e “pessoas que se dizem ser judeus e não são” – Apocalipse 2.9 e 3.9 – Sardes não sofreu oposição dos judeus. O evangelho que os cristãos locais proclamavam e aplicavam era fraco demais para ser ofensivos aos judeus.
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RELIGIOSIDADE E RITOS RELIGIOSOS

Em Sardes havia templos pagão dedicados a Cibele, Zeus Lídio, Heracles e Dionisio, que exerciam influência na religião do povo. Além do mais, o tipo de evangelho que os habitantes de Sardes ouviam dos cristãos não constituía nenhuma ameaça à sua religião pagã.
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SARDES É CONQUISTADO POR ROMA

Sardes foi conquistada pelos romanos em 189 a.C, e sofreu um devastador terremoto em 17 d.C, e por isso o imperador Tibério isentou a cidade de pagar impostos por um período de cinco anos. Esse ato de Tibério interessou a cidade na instauração do culto ao imperador, que era adorado como uma divindade.

Durante esses anos, seus cidadãos edificaram Sardes, fazendo-a surgir das ruínas e voltar seu esplendor anterior. Os judeus enviavam regularmente dinheiro para a manutenção do templo.
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A IGREJA EM SARDES

A igreja em Sardes foi estabelecida provavelmente pelo Apóstolo Paulo, quando de sua terceira viagem missionária. À semelhança das outras igrejas da Ásia Menor, cresceu e desenvolveu-se, refletindo a vida de Deus em suas ações evangelísticas e missionárias.

O tempo porém encarregou-se de enxerir-lhe toda a vitalidade espiritual. Ela, agora, vivia da aparência e exterioridade. Embora, parecesse viva, jazia morta em suas iniquidades. Apesar da evidência de méritos, suas obras não são perfeitas nem íntegras aos olhos de Cristo; são indícios de um organismo que deixou mumificar-se.
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A CARTA A IGREJA DE SARDES – APOCALIPSE 3. 1 a 6
ESPLENDOR NO PASSADO, DECADÊNCIA NO PRESENTE – IGREJA MORTA

Das sete igrejas da Ásia Menor, Sardes estava entre as de fervor espiritual mais baixo. Sua acomodação ao seu ambiente religioso protegia a igreja da perseguição, pois dificilmente alguém a notava. Sua vida era inofensiva produzia paz religiosa com o mundo, porém resultou morte espiritual aos olhos de Deus. Afora uns poucos membros que conservavam o fogo do evangelho, a igreja propriamente dita estava gradualmente morrendo, como um fogo que faltava combustível e ar.

A igreja de Sardes foi morrendo aos poucos, até esvaziar-se do Espírito Santo. Havia uma maquiagem, que fingia enganar a própria vida dos membros.

O “Príncipe da vida”, enviou uma carta por intermédio de João, buscando reavivar-lhe  a partícula de vida que remanescia no organismo. Um organismo extremamente adoentado. O teor da carta era o hálito de vida do Espírito Santo, que soprara sobre ela seu avivamento, tentando ressuscitá-la, contudo sem reação pela igreja, o estado da enfermidade era terminal.

Muitas igrejas hoje, assemelham-se a Sardes, morreram e ainda não sabem. Vivem do passado, pois já não existe presente.

1.     A ADVERTÊNCIA

Apocalipse 3.1 – “Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.”

... Ao anjo da Igreja ...” – Há quem queira atribuir a carta a algum ser angelical que ministram à igreja, controlando seus ministros, servindo de mediadores espirituais. Outros pensam que se trata de uma pessoa enviada as comunidades cristãs levando copias do livro de Apocalipse, não é provável que se trate de cristão itinerantes e sim membros alguém permanente vinculado a igreja. O Apostolo João foi instruído a escrever uma breve carta endereçada ao pastor da igreja de Sardes, vemos a mesma saudação as outras seis igrejas da Ásia menor.  

O ensino que temos aqui é profundo, a igreja de Cristo não fica sozinha, conta com a ajuda de grandes protetores espirituais, guardiões e instrumentos angelicais. Cumprindo o que esta escrito em Hebreus 13.5 – “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” e Mateus 28.20 – “Eis que estou contigo todos os dias te a consumação dos séculos

... igreja ...” – 1. Sendo elas em número de sete, representando a igreja universal, bem como a igreja cristã estabelecida na Ásia Menor;

2. O número sete, por ser um número místico, foi usado propositalmente por João. Assim é que neste livro, também temos sete selos, sete julgamentos por trombetas, sete personagens, sete visões dos adoradores do Cordeiro e da besta, sete juízos das taças, sete visões sobre a queda da babilônia, sete visões de como satanás será derrubado do seu reino e destroçado. Por isso a tradição visa a mensagem divina enviada à igreja universal, misticamente representada pelas sete igrejas da Ásia Menor;  

3. É possível que as sete igrejas representa, profeticamente, sete estágios da história da igreja cristã, até ao tempo de segunda vinda de cristo;

4.  Essas sete igrejas representam as condições espirituais das igrejas cristãs em qualquer época histórica;

5. Sete igrejas literais daquela época que precisavam instruções as quais estão contidas neste livro. Portanto, Apocalipse em parte é um livro histórico. Supomos que muitas de suas profecias, a começar do quarto capítulo deste livro, também  representam condições existentes nos fins do primeiro século de nossa era, bem como dos primódios do segundo século;

6. Se desenharmos um mapa dessas cidades na ordem que aparece no décimo primeiro versículo, descobriremos que ele forma um circulo, que é igualmente sinal da perfeição. É possível que João tenha propositalmente escolhido essas cidades a fim de formar um circulo geográfico, desta maneira representando a igreja universal;

... Sardes ...” – Sardes era uma cidade da província romana da Ásia Menor, na parte Ocidental do que é agora a Turquia Asiática. Era a capital do antigo reino da lídia, um dos maiores poderes econômicos encontrados pelos gregos, nas suas primeiras atividades colonizadoras. – (Mais in formações sobre a cidade é descrita na introdução do estudo)

... escreve ...” – Esta é uma das frequentes ordens dadas neste livro para que o vidente João escrevesse; pois o Apocalipse não é um livro selado, conforme vários Apocalipse antigos. Somente por uma vez soa a ordem para João não escrever, pois as vozes dos trovões deveriam ser seladas – Apocalipse 10.4  

Quem manda o Apóstolo escrever ao anjo da igreja é Jesus Cristo – Essas cartas constituem exclusivamente das palavras de Cristo, mas diferentemente das parábolas, ou sermão do monte, foram ditadas dos céus, depois de que ele ressuscitou e foi glorificado. Essas palavras são únicas registradas em seus discursos que chegaram até nós. Elas chegaram até nós com admoestações sete vezes reiterada, de que devemos ouvi-las e guardá-las no coração.

Os pastores não são meramente portadores de luz, mas como as estrelas, são doadores de luz. Eles transmitem a luz aos membros das igrejas, as quais, por sua vez dissipam as trevas que os circundam.

Jesus se dirige aos mensageiros da congregação locais, pois eles são responsáveis por levar a mensagem ao povo. Se eles falharem em fazê-lo, abafam a luz do evangelho  e conservam os membros da igreja na escuridão. Jesus espera que os pastores sejam os embaixadores da sua palavra. Romanos 10.14 – “E como pode ouvir se não há quem pregue?  

... estas cousas ...” – Isto é, a mensagem geral da carta que se segue.

... diz aquele que tem os sete espíritos de Deus ...” – A igreja de Sardes que representa uma renovação, enfrenta Cristo, o qual tem “Sete espíritos de Deus e sete estrelas

Os sete espíritos descrevem a plenitude do Espírito Santo, a quem Jesus está enviado da parte do Pai – João 14.26 -15.26 – Atos 2.33 – Jesus tem os sete Espíritos , isto Ele recebeu a Plenitude do Espírito Santo e exerce autoridade sobre ele. Ele comissiona o Espírito Santo para fazer os cristãos e incrédulos o conheçam e para avivar as chamas da renovação nas igrejas que estão em declínio. O Espírito Santo é aquele que sopra nova vida na igreja moribunda estimula os membros indolentes a ação.

Em Sardes havia vida somente de nome, a morte espiritual estava reinando, excetuando a minoria constituída pelos fieis.

O Cristo de Deus possuem esses sete espíritos como seus ministros. Em Apocalipse 5.6 – o Cordeiro é retratado como possuidor de sete olhos, que são identificados com sete espírito. Por conseguinte agem como sua visão, como seu discernimento e como sua inteligência.

Há muitas outras interpretações sobre os sete espírito de Deus, com outras explicações – Apocalipse 1.4

1 – Muitos intérpretes veem aqui uma combinação de angiologia com ideias astrais. Os antigos criam que o elevado poder dos seres espirituais habitavam nas estrelas e nos planetas, ou que seus corpos eram corpos celestes. Por isso era fácil para eles supor que Venus fosse um ser celestial, uma entidade consciente, ou que esse objeto luminoso fosse o corpo de algum ser espiritual, exerciam poderes diversos sobre os homens. Até supunham que a vida humana seria dirigida e influenciada por tais seres.

2 – Alguns interpretes pensam que esses sete espíritos, são os mesmos sete arcanjos das especulações judaicas referidos em Ezequiel  9.2 e nos livros apócrifos de Tobias 12,15 – I Enoque 20. 1 a 8 – III Enoque 17. 1 a 3 e Testamento de Levi 8.2.

3 – Alguns estudiosos veem aqui tão somente uma alusão aos sete Espíritos de Deus ,
ou seja, uma espécie mística do Espírito Santo, representando a perfeição do seu poder e de suas operações, representadas pelo número sete. O trecho de Isaias 11.2 é aludido por assim dizer:

4 – Há outro ponto de vista que diz que os sete espíritos, são uma ordem Sui Generis, de seres celestiais, que não podem ser identificados como os arcanjos. Isso poderia ter apoio na observação que havia outros seres similares, como é o caso dos vinte e quatro anciãos e os quatro  animais cheios de olhos (Apocalipse 4.4 a 6)

5 – Ou poderíamos entender que os sete espíritos como meras alusões místicas e simbólica ao próprio Cristo, sem que se pense em qualquer seres literais. Esse espíritos são os sete olhos do Cordeiro, ou seja, as sete formas básicas da revelação do Logos ou Cristo celeste no mundo, portanto, idéias de Cristo, lâmpada de Deus. O Cordeiro tem sete chifres, sete olhos e são esses os sete espírito de Deus.

O leitor pode ver que não há  qualquer acordo entre os intérpretes acerca da identidade desses sete espíritos. Pode ser reais ou meros símbolos; o autor pode ter aludido aos mesmos como se fossem seres reais, utilizando-se de linguagem astrológica de sua época, embora quisesse apontar somente para a auto-revelação de Cristo, na qual ele é visto como quem controla tudo no cosmos.
  
... sete estrelas ...” – As sete estrelas são as sete igrejas da Ásia Menor, cristo é apresentado a segurá-las em sua mão direita. Cristo as controla, são instrumentos de poder em suas mãos. As igrejas fracas e moribundas não tem desculpas para suas deploráveis condições, porquanto o poderosíssimo Cristo as tem sob controle, sendo capaz de conferir um genuíno avivamento.

A frase “sete estrelas” também ocorre na igreja de Éfeso, mas ali os cristãos tinham perdido seu primeiro amor, e tinham caído do auge espiritual – Apocalipse 2.1,3 e 4 – nesta passagem a igreja esta espiritualmente quase totalmente morta, o que é muitíssimo pior. Mas, através de seu Espírito gerador de vida, que há em Jesus, e sua palavra liberada, a igreja poderia ter reagido positivamente.   

... conheço as tuas obras ...” – O que Jesus quis dizer com isso é que: Ele conhecia a condição espiritual em geral das obras realizadas pela igreja de Sardes, tanto as boas quanto as más. Essa expressão se acha em todas as sete cartas as igrejas de Apocalipse diretamente expressa ou sob conteúdo da mensagem.

Deus não esta interessado em frias tentativas de servi-lo, a sumula de sua lei é: “Ame o Senhor seu Deus de todo seu coração, e de toda sua alma e de sua mente

... tens nome de que vives, e estas morto ...” – A igreja, em geral, conhecia Sardes como uma congregação que desfrutava da reputação de ser viva. Presumimos que a influência financeira poderiam ter contribuído para dar á igreja aparência externa de ser espiritualmente fluorescente. A aparência externa poderia enganar ao olhos dos cristãos que olhassem superficialmente, Jesus porém, examina a condição intima da igreja e descobre uma ausência de fé vibrante, que resultaria na apatia espiritual. Quase toda a igreja tinha se rendido ao mundo circundante de religião pagã e judaísmo, e em vez de ser uma influencia para cativar os de fora. Não nos surpreende que Jesus descreva Sardes como uma igreja morta, pois viera ser um fracasso para o evangelho.   

Sardes tem um Salvador histórico, mas não um Salvador presente, senão a situação estaria bem diferente. Após um inicio cheio de vida, houve um enrijecimento. O que nos chama atenção é que essa igreja, em contraste com outras igrejas, é deixada em paz pelo diabo. Satanás nem é citado aqui, em Sardes não há falsas doutrinas, não á entusiastas, não há falsos profetas  e não há sofrimento nem tribulações. Porque? Porque justamente ela esta morta. Bem entendido, ela esta morta aos olhos de Jesus, aos olhos de fora ela parece estar viva.

Apocalipse 3.2 – “Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.”

... se vigilante ...” – Esteja alerta! O vidente João ordena que uma vigília fosse instituída, que sua condição fosse reconhecida, que algumas pessoas que restavam na igreja fossem despertadas, evitando o amortecimento geral, a fim de que essas sobrevivessem. Quando vivemos no pecado, e deixamos de reconhecer esse estado lamentável, e deixamos de fazer qualquer coisa a respeito, em conseqüência disso, então é chegado o tempo de estabelecermos uma vigília pra anos mesmos.

Os pensamentos de alguém pode estar morto, sem sabê-lo, é suficientemente terrível. Isso e que a igreja de Sardes ainda tinha de aprender.

John Donne mandou pintar um quadro de si mesmo, em meio a véus esvoaçantes, e colocou em um esquife. Olhando diariamente para o mesmo, para lembrar-se da final sentença de morte. Mas nem passou por sua mente que,  aquela cena realista no fato que aquele            quadro poderia representar a possibilidade de um homem estar morto, enquanto ainda vive.

Uma tradução original do grego diz: “Torna-te desperto, e põe-te a vigiar” a igreja morrera, e ninguém ao menos notara. Essa era a prova de insensibilidade daqueles cristãos, para com a verdadeira espiritualidade.

O texto grego  enfatiza o presente contínuo para indicar que a igreja deve estar sempre alerta aos perigos externos, como por exemplo: Os falsos mestres no seio da igreja e uma falsa doutrina chegando do lado de fora. A ordem é vigiar! – Mateus 24.24 – Atos 20. 29 a 31

Sedes sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como um leão que ruge procurando alguém para devorar” - I Pedro 5.8

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” – Mateus 26.41

... consolida o resto que estava para  morrer ...” – Aquela igreja não estava totalmente destituída de bem, de vida e de esperança. O que era bom, era preciso fortalecer as pessoas, e as coisas que ainda funcionavam na igreja.

A morte de muitos era um sono espiritual, e era preciso que Cristo os despertassem  - “Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” – Efésios 5.14 – A igreja possuía alguns sinais de vida, algumas obras de justiça e alguma demonstração de amor, porém suas manifestações eram imperfeitas, e precisavam serem salvos os remanescentes.

... porque não tenho achado íntegras as tuas obras...” – Jesus examina as obras da igreja de Sardes, exatamente com Deus pesou Belsazar na balança e o achou em falta – “Tequel: Pesado foste na balança e achado em falta”- Daniel 5.27

Eles tinham algumas obras, mas isso era defeituoso e mesclado com erros. Os judeus não podiam oferecer um animal defeituoso ao Senhor, ele precisava ser sem mancha e íntegro. Assim a igreja de Sardes tinha que apresentar suas obras diante do Senhor com sacrifício perfeito – Levíticos 1.3 – Deuteronômio 15.12 – Malaquias 1.8.

As verdadeiras obras de Cristo são puras, ricas e maduras, mas isso não podia ser dito da Igreja de Sardes. È verdade que produziam frutos, mas sempre misturados com o espinhos.

... na presença do meu Deus ...” – Isso faz óbvio contraste com o nome ou fama de grandeza que tinham diante dos homens. Portanto se as obras da igreja agradam ao homem, elas não podem agradar a Deus.

O Apóstolo Paulo se preocupava  exclusivamente com a avaliação do único Juiz, e não com a avaliação dos homens, sendo que, boa parte daquilo que fazemos para agradar aos homens, visa obter vantagens para nós mesmos. – I Coríntios 4. 1 a 5
        
Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda homens, não seria servo de Cristo” – Gálatas 1.10

Apocalipse 3.3 – “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.”

... Lembra-te, pois ...” – Os verbo nesta sentença fornece ampla evidencia de que muito tempo havia transcorrido desde que as pessoas ouviram pela primeira vez e creram na mensagem do evangelho. Podemos levar em conta que o evangelho foi apresentado a cidade de Sardes nos meados dos anos cinquenta, e João escreveu Apocalipse em meados dos anos noventa, quarenta anos haviam transcorrido. – A igreja de Éfeso também é chamada a “lembrar-se” – Apocalipse 2.5

Aqueles cristãos foram convocados à memória piedosa acerca de seus privilégios passados, de seus triunfos. Os cristão da primeira geração tinham posto sua fé em ação, mas a segunda geração apenas descansava no que acontecera no passado. Daí, Jesus deu a ordem de guardar a memória o que seus pais fizeram, porque a primeira geração recebera a mensagem da salvação. A segunda geração ainda tinham a mesma mensagem, porém agora recebera a ordem de salvaguardá-la. Jesus não esta dizendo que a Palavra de Deus deve ser conservada em uma prateleira ou uma gaveta, e sim, que seu ensinos devem ser conhecidos, seguidos e obedecidos.

Hoje a Bíblia é o livro mais vendido no mundo inteiro, milhões de pessoas a adquirem. Ainda que muitas pessoa a leiam regularmente, poucas colocam em prática os seus ensinos.    

... do que tens recebido e ouvido...” – Por muitos tempos a igreja passou em trevas, pouquíssima pessoas possuíam cópias das escrituras, e menos pessoa podiam lê-las. O evangelho se vinha perdendo, em meio à paganização da igreja.

A missão de satanás a igreja de Sardes era distorcer a Palavra de Deus, fazendo assim que ela fosse banalizada, e fosse considerada pela igreja como algo sem valor. Até os dias de hoje isso acorre dentro das comunidades cristãs, pessoas vão as igrejas não mais para ouvir a Palavra de Deus, e sim para ouvir palavras de homens que massageiam seu ego. Por isso o salmista dizia: “Guardei a sua palavra no meu coração para não pecar contra ti”  

... guarda-o ...” – O ato de ouvir teve lugar, e agora jazia no passado, continuar ouvir a sua mensagem, se assim quiser fazê-lo. Era obrigação , depois de ter ouvido e recebido a mensagem. Cumpre a tua missão, observa e põem em prática o evangelho.

Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós” – “E o que ouviste de minha parte através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite  homens fieis e também idôneos para instruir a outros” – II Timóteo 1.14 e II Timóteo 2.2

... arrepende-te ...” – A chamada ao arrependimento é comum em cinco das sete cartas  à Ásia Menor, excetuando às igrejas de Esmirna e Filadélfia. Vemos esse chamado nas igrejas de: Efésios 2.5 – Pérgamo 2.16 – Tiatira 2.21  – Sardes 3.3 – Laodicéia 3.19.

O arrependimento é uma atuação do Espírito sobre a alma, e não uma modificação superficial de atitude mental ou intencional.

O termo grego “metanoeo” significa “mudança de mente” correspondente a mudança de conduta. A ordem do Senhor aponta não só para as faltas deles, mostra também como corrigi-las. Após criticar negativamente suas conduta espiritual, ele lhes ordena positivamente que a restaurem. Era preciso lembrar constantemente de sua posição anterior, renovando sua própria história eclesiástica, recordando do que fizeram seus antepassados anos atrás, e assim recordarem sua história, devem reconhecer que mudaram para pior.

A natureza do arrependimento:

1. Ele representa muito mais do que mudança de mente, o que evidencia por meio de atitudes e ações novas;

2. O arrependimento faz parte da conversão, e está vinculado ao problema do pecado. Precisamos reconhecer nossa natureza pecaminosa, e pedir para Espírito Santo guiar nossa vida. – Gálatas 5. 25 – “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”

3. O arrependimento é um ato divino, é concedido pelo próprio Deus. – Atos 11.18;

4. Também é uma reação humana porquanto os homens são convocados a arrepender-se. Atos 17.30;

5. O arrependimento nos leva a vida eterna, pois a conversão resulta na santificação, e a santificação na glorificação e na salvação final – II Tessalonicenses 2.13

Como servos de Deus precisamos entender que diferenças entre arrependimento e remorso. Através da vida de Pedro e Judas encontramos o exemplo real de arrependimento e remorso. Ambos eram discípulos de Jesus, ambos erraram diante do Mestre, ou seja, Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus, Ambos ficaram tristes, depois do fato Pedro saiu e chorou amargamente. Judas ficou só, depois se retirou e enforcou-se. Em Judas vemos uma tristeza que operou morte. A Bíblia nos mostra que o arrependimento inicia o Caminho da Salvação. Mateus 26. 31 a 35 –  Mateus 26. 69 a 75 – Mateus 27. 3 a 10 – João 21. 15 a 17
   
Vemos que Judas se enforcou, não encontrou o  caminho do arrependimento, Pedro entendeu que Jesus jamais estava ali para o reprová-lo, nem tão pouco condená-lo, e sim para perdoá-lo.

Confessemos o mal, tenhamos  consciência de sua destrutibilidade; busquemos a mudança positiva no intimo, a transformação na direção da imagem santa de Jesus Cristo.
  
...  se não vigiares ...” – Temos aqui a advertência acerca da vigilância. Trata-se da vigilância acerca da segunda vinda de Cristo, a esperança purificadora, conforme nos mostra o restante do versículo.

É preciso a igreja estará em alerta, pois Cristo voltará como um ladrão, a fim de julgar os que dormem, ou seja, aqueles que estão dentro da igreja, porém de braços dados com o mundo. – Mateus 24. 42 e 43 – Marcos 13. 33 a 35 – Lucas 12. 39 e 40 – Isso deve ser confrontado com a exposição do Apostolo Paulo sobre a “parousia”, é também usada a figura simbólica de “um ladrão e do sono”, o que é totalmente contrária a vigilância do cristão – I Tessalonicenses 5. 1 a 11

Essas palavras falam sobre as condições espirituais. Há certas insensibilidade para com a mensagem do evangelho, em suas promessas e advertências. Essas pessoas insensíveis são as que dormem nessa noite presente, ignorando os avisos da madrugada do dia eterno, que já se aproxima. Mas outros estão bem despertos, aguardando ansiosamente pelo raiar di dia, que Cristo fará resplandecer.

Os dorminhocos espirituais não aperceberão os sinais que advertem sobre o juízo que se advinha. O julgamento haverá de apanhá-los de surpresa, como fez um ladrão sua vitima.

... virei como ladrão ...” – A palavra ladrão aqui usada do grego é “Kletes” indica alguém que normalmente não rouba com violência, o qual obtém sucesso com suas maneiras e habilidades astuciosas, em contraste com outro vocábulo “lestes” que significa assaltante que se apossa do alheio por meio de violência. A primeira dessas duas palavras é muito apropriada para nosso texto, porquanto salienta a forma inesperada com que o ladrão opera, o qual tanto furta a noite como de dia, sb qualquer circunstância.

Isso também é dito acerca do modo que Cristo retornará. – Mateus 24.43 – I Tessalonicenses 5. 2 e 4 – II Pedro 3.10 e Apocalipse 16.15

A advertência é direta, pois deixar de dar atenção resulta inevitavelmente na vinda do juízo do Senhor. Cinco das sete epistolas registram sua vinda – Efésios 2.5 – Pérgamo 2.16 – Tiatira 2.25 – Sardes 3.3 -  Filadélfia  3.11 – três delas trazem esta informação de arrependimento – Efésios – Pérgamo – Sardes. As pessoas de Sardes não tem que esperar até ao prometido regresso do Senhor; se fracassassem em arrepender-se, sua inesperada aparição seria como a de um ladrão, cuja vinda pode ocorrer a qualquer momento. 

Essa expressão tem a seguintes significações:

1. De maneira inesperada; o ladrão não faz pré anuncio de sua intenção de atuar. Já dizia um antigo provérbios, “o ladrão vem calçados com sapatos de lã

2. Fatal seria o resultado para os cristãos que não estiverem preparados, com a perda de algo precioso, espiritualmente falando, a saber, a “vida eterna”;

3. Com a instauração de um julgamento inesperado, algo extremamente desagradável, tal como a visita de um assaltante não é bem acolhida e produz dano;     

... não conhecerás, de modo algum, em que horas virei contra ti ...” – Essas palavras continuam reverberando passagens dos evangelhos, acima mencionadas, como exemplo de Mateus 24.44 – “Por isso, ficai também vós apercebidos; porque à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá

2. A PROMESSA

Apocalipse 3.4 – “Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.”

... tens contudo ...” – A despeito de um quadro negro, acerca de uma igreja morta, que aos olhos dos homens parecia viva, havia alguns elementos de boa qualidade. Nenhuma igreja é tão má que não conta com bem nenhum e com algum cristão verdadeiro.

... poucas pessoas ...” – Havia esperança para o letárgica igreja de Sardes, onde poucos membros conservavam-se fieis ao Senhor. Entre cinzas do fogo se encontra uma poucos tições fumegantes, que com uma lufada de vento arderão em chamas. O Senhor conhece seus seguidores fieis individual e nominalmente que nutrem amor por ele.

... que não contaminaram suas vestiduras ...” – Temos aqui uma metáfora que envolve vestes. Esta metáfora pode subtender uma conversão genuína e verdadeira, quando alguém se reveste do novo homem, da nova natureza, como se fosse uma roupa para alma.

A contaminação provavelmente é moral, em que se permitem formas de paganismo, vícios sexuais, que sujam o caráter cristão. A imoralidade do sistema gnóstico, está presente em todas as sete cartas, além disso , as juntas comerciais e o culto ao imperador encorajavam as práticas imorais, já que tais práticas estavam vinculadas aos ritos de fertilidade dos deuses pagãos.

Um pequeno grupo de servos fiéis não tinham contaminado suas roupas, o que significa que eles não tinham se deixado influenciar pela cultura secular de seus dias. A roupa era um símbolo espiritual de um estilo de vida. Não estavam manchadas pelo pecado de adultério e idolatria não tinham solapado a mensagem do evangelho e refreado em comprometer. Ainda que esse poucos cristão fossem considerados como fora de moda relação a sua cultura, andavam sem vacilar nas pegadas dos Apóstolos e outros cristãos que tinham trazido e ensinado o evangelho da Salvação – Efésios 4. 22 a 24 – Colossenses 3. 8 a 10

porque todos quantos foram batizados em Cristo de Cristo vos revestistes” Gálatas 3.27

... andarão de branco ...” – Essa é uma antiga referencia, não criada por João. Tal promessa é reiterada no quinto versículo deste capítulo, onde a questão é comentada.

A cor branco, é símbolo da retidão, inocência, pureza e santidade. Os sacerdotes diante do Sinédrio eram vestidos com manto branco. Este andar é escatológico, isto é, em companhia de Cristo, na gloria celestial. Essas roupas brancas são a cobertura que o Senhor lhe dá como um manto de justiça – Isaias 61.10.
 
Nos tempos antigos aquele que vinha adorar no templo e honrar uma divindade, não permitido entrar com veste sujas. Isso era considerados um desrespeito. Por semelhante modo, ninguém pode aproximar-se dos lugares celestiais com uma vida moram maculada. Sem santificação é impossível ver a Deus – Hebreus 12.14.

... são dignas ...” – Tais pessoas compartilham da pureza de vida exibida pelo Senhor de sua coragem em face da oposição por aqueles que confessam ao Senhor em suas vidas. Não confessavam apenas verbalmente; pois nenhuma confissão verbal vale qualquer coisa, se é meramente verbal. É que essas pessoas vinham sendo transformadas conforme a imagem de Cristo, pelo Espírito Santo, razão pela qual compartilhavam de seu valor aos olhos de Deus.

Nesta seção podemos incluir os mártires, por que naqueles dias de João, a fidelidade a Cristo resultaria em morte.   

Apocalipse 3.5 – “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.”

... o vencedor ...” - Trata-se de um elemento comum em todas as cartas enviadas as sete igrejas de Apocalipse na Ásia Menor – Apocalipse 2. 7,11,17,26, - 3.5,12,21 – Dá a entender aquele que tem a capacidade espiritual da praticar o que lhe foi ordenado. No grego era um termo militar. Somos retratados como quem está empenhado em um conflito espiritual armado – Efésios 6.11.

Portanto aqui, aquele que triunfará será aquele que lembrar-se do depósito sagrado que lhe tiver dado. Aquele que conserva sua confiança no evangelho, aquele que se arrepende e vigia, esperando a volta de Cristo, se mostra preparado para a mesma. Esse é o individuo que em suas vestes puras, que evita os males morais.

... será assim vestido de vestiduras brancas ...” – No quarto versículo são mencionadas as vestes brancas, como possessão daqueles que andarão em companhia do Senhor Jesus na gloria celeste. Abaixo enumeramos o que está envolvido no simbolismo das vestes brancas.

1. Pureza de vida e de caráter, transferida para as dimensões celestiais;
2. Imortalidade obtida através da santidade;
3. Reconhecimento do corpo imortal, veículo da alma em substituição ao corpo mortal de nossa experiência terrena. Tais vestiduras nunca poderão envelhecer, por serem imortais. Isso pode ser comparado com a esperança que o Apóstolo Paulo tinha de ser revestido da imortalidade, que sem duvida incluí a idéia do corpo ressurreto, que será dado mediante a transformação operada quando do arrebatamento da sua igreja –            I Coríntios  15. 53 e 54 e II Coríntios 5.4.

A imortalidade no Novo Testamento nunca é mera sobrevivência da alma diante da morte biológica do corpo. Antes, incluí a promessa da ressurreição, na qual o cristão receberá um veículo espiritual para a alma, o corpo celestial. Esse corpo não é material e nem  formado por partículas atômicas, porquanto a carne e o sangue não terão herança nos lugares celestiais. – I Coríntios 15. 20 a 35 e 50

“... de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida ...” – Os cristãos de Sardes tinham um grande nome como de quem vivia, isto é, como quem possuía elevada vida espiritual. Mas tal fama era mentirosa, era um ludibrio, os poucos cristão que dariam ouvidos as exigências expressas nesta carta, teriam seus nomes escritos no livro da vida.

Por outro lado, vemos que esses nomes que foram registrados no livro da vida jamais serão apagados. – “Veja que eu gravei nas palmas de minhas mãos” Isaias 49.16. – João revela que os nomes inscritos neste livro da vida foram registrados desde a fundação do mundo – Apocalipse 17.8

Em êxodo 32.22 e Salmo 69.28, lê-se acerca do “Livro de Deus” e “Livros dos vivos”. Na cultura de Israel havia um livros com registros dos cidadãos da cidade, da província ou do país. Ter seu nome apagados deste livro era equivalente a perder a cidadania e seus privilégios.

Em Neemias 7. 5, 6 e 12. 22 a 24 – foi feito um registro das famílias no regresso do exílio para Jerusalém. Também a exclusão das pessoas da casa de Israel foi uma prática nos dias de Jeremias, os quais eram falsos profetas, por isso eram isolados e banidos da terra de Israel – Ezequiel 13.9

Os romanos deveriam apagar o nome de um criminoso antes de entregá-lo à morte; os cristãos que se recusassem adorar César como senhor eram considerados réus que deveriam perder a cidadania.

João mostra-nos que para que o nome de alguém seja registrado ali, ficando assim assegurado a sua salvação e glorificação, depende de que os homens façam com as advertências de Cristo e com ele mesmo.

O livro de “Jubileus” exibe o típico ponto de vista arminiano, ao declarar que os indivíduos que se voltam para o pecado e para iniquidade, podem ter seus nomes apagados do “Livro da Vida”.

Aquelas pessoas eu professavam o nome de Jesus, cujo estilo de vida falhava em endossar sua profissão, jamais tiveram seus nomes registrados no “Livro da Vida”, Jesus afirma que nunca os conheceu e lhes ordena que se apartem dele. Mateus 7.21 - 23

A expressão “Livro da Vida” é significativa,  porque difere daquele livro de “registro civil”; um esta nó céu e o outro na terra. Além do grande “Livro da Vida”, a tradição da literatura do Antigo Testamento, desenvolveu-se livros similares como: “Livro da memória de ações boas e más”. De ações boas como se vê em Salmo 66.8 – Malaquias 3.16 – Neemias 13.14 e ações más, como se vê em Isaias 65.6.

... confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos ...” – Essa declaração que foi escrita em Apocalipse, já estava em circulação no Novo Testamento a muito tempo atrás. Pelo que João pegou alguns elementos por empréstimo – Mateus 10.32 – Lucas 12.8. – II Timóteo 2.12 – Nas cortes mais elevadas do céu, diante de Deus e de seus anjos, Jesus confessa os nomes de todos quantos confessam seu nome na terra.

Nossa confissão a Jesus deve ser publica, genuína e consciente – Romanos 10. 8 a 10; ela consiste na outorga da alma aos cuidados de Cristo, e não em mera crença em certo itens de um credo qualquer.

Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” – Lucas 10.20

Apocalipse 3.6 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

... Quem tem ouvidos, ouça ...” – Essa frase foi emitida pelos lábios de Jesus Cristo durante seu ministério terreno, porém aqui aparece com um complemento “O que o Espírito diz a igreja” ocorrendo em cada uma das cartas individualmente. – (2.7,11,17,29 e 3.6,13,22). Trata-se de uma solene chamada, para que se aplique o que acaba de ouvir. Já que Cristo é apresentado como quem fala, não admira que a forma de expressão seja similar a declarações genuínas de Jesus nos evangelhos. – Mateus 11.15 – 13.9.43 – Marcos 4.9,23 – 7.16 – Lucas 8.8 – 14.35.

Essa é uma expressão usada acerca de verdades radicais. As sete cartas deveriam ser lidas nas igrejas – Apocalipse 1.3 – poucas pessoas poderiam lê-las pessoalmente, mas todos poderiam ouvir a leitura dessas instruções. . Portanto já que eram capazes de ouvir, porque seu aparelho auditivo estava em funcionamento então, deveriam ter sabedoria de dar ouvidos e de pôr em prática o que lhes estava sendo lido.

A primeira parte dessa sentença é uma expressão que se refere ao ato de ouvir mecanicamente ou fisicamente, ela vem acompanhada em dar ouvido.a segunda parte é uma ordem para ouvir atenta e obedientemente as palavras do Espírito Santo. Jesus fala através do Espírito como também se faz ouvir em outras passagens das escrituras. – João 14.26 – 15.26 – 16.13 e14 – Atos 2.23.

Os ouvidos que ouve. Um dos mas solenes estudos da Bíblia inteira é aquele que concerne ao ouvido que ouve.

No fim de quarenta anos passou no deserto, Moisés diz Israel que embora tivessem visto tantos prodígios, Yahweh não lhes dera, côo noção olhos para verem e ouvidos para ouvirem – Deuteronômio 29.4 – E quando se achavam na Terra de Canaã também não deram ouvidos aos mensageiros de Deus os Profetas, a Isaias – “Ouvi, ouvi, e nada entendais, vede,vede mas nada percebais, torna insensível o coração do povo endurecendo-lhes os ouvidos e fechando-lhes os olhos, para que não venham ver com os olhos, a ouvir com ouvidos e entender com o coração, e se convertam , e sejam salvos” – Isaias 6.10 – O profeta Jeremias clama: “ouvi agora isso,ó povo insensato e sem entendimento que tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis – Mas não lhe deram ouvidos nem atenderam, porém andaram nos próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante desde o dia que vosso pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos , os profetas, todos os dias, começando de madrugada, eu vos enviei; mas não deste ouvidos, nem me atendestes; a cerviz fizeste pior que seu pais” – Jeremias 5.21e 7.24 a 26  

Essas citações não da apenas lugar a interpretação fatalista , mas põem toda culpa sobre o endurecimento do coração e o desprezo dos ouvintes.

Podemos citar outras diversas passagens que refutarão no mesmo sentido – Ezequiel 12.2 – “Filho do homem, tu que habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve, porque é tu casa rebelde”  - O ouvir sem a devida reação positiva produz a ilusão fatal; a capacidade dos homens se esquecem do que diz Tiago 1. 22 a 24 – “Tornai-vos pois, praticante da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos, porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante assemelhar-se-ão homem que contempla, no espelho, o seu rosto natural, pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era seu rosto”    
      
O Senhor Jesus chegou até a dizer para seus discípulos, no barco – “...ainda não considerastes, nem compreendestes?tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E,tendo ouvidos, não ouvis?” – Marcos 8.17 e 18

E não podemos esquecer-nos do que fala o Apóstolo Paulo – “pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo sua próprias cobiças, como que sentido coceira nos ouvidos se recusarão a dar ouvidos, à verdade, entregando-se as fábulas” – II Timóteo 4. 3 e 4.
 
Ora, por nada menos do que sete vezes nos e por oito vezes no livro de Apocalipse, ecoa aquela chamada vital, aberta e particular – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as igrejas

1 – Visam a todos os membros da igreja.
2 – Só podem ser colocadas em prática pelos que possuem discernimento espiritual, por aqueles que buscam o mesmo, de tal modo que ponham em prática o que ali e encontrado.
3 – Procedem elas do Espírito, porquanto foi ele quem as proferiu; por conseguinte, só podem ser discernida espiritualmente, por serem imperativos  divinos.
4 – O significado dessas declarações transcendem ao que é terreno, e presente; fornece-nos um vislumbre da glória futura.
5 – Essas mensagens foram dirigidas à comunidade religiosa, coletivamente, porém, também aplica-se individualmente.

... o que o Espírito diz ...” – O Espírito Santo é o porta voz de Cristo em Apocalipse. O seu poder divino que dá prosseguimento a sua obra, dentro e fora da igreja. O Espírito Santo de Deus fala – “E servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me agora a Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado

... as igrejas ...” – A mensagem foi dirigida não somente a igreja de Éfeso, e sim as sete igrejas da Ásia Menor, para onde foi originalmente enviado o livro de Apocalipse. Acredita-se que cada uma das sete igrejas recebeu copia da carta de Apocalipse dos capitulo dois e três. Naturalmente elas representavam a igreja universal.
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FONTES DE ESTUDO

Estudo de Apocalipse de Jesus Cristo – Dennis Allan
Comentário do Novo Testamento  - Willian Barclay
Novo Testamento interpretado Versículo por Versículo – R. N. Champlin
Comentário Novo Testamento – Apocalipse – Simon Kistemarker

Estudos no Livro de Apocalipse – Reverendo Hernandes Dias Lopes


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