QUARTA PRAGA DO EGITO - AS MOSCAS
ÊXODO 8.20-32
TEXTO INTERPRETADO VERSÍCULO por VERSÍCULO
Êxodo 8.20 - Apresenta-se a Faraó - Essa quarta praga foi iniciada mediante
nova entrevista com Faraó, portanto teve seu aviso prévio e misericordioso.
Moisés e Aarão deveria sair ao encontro de Faraó, ás margens do rio Nilo,
conforme Êxodo 7.15.
Deixa ir meu povo, para que me sirva – Faraó
continua com insensível e teimoso. Assemelha-se ao lutador de boxe que sabe ter
perdido por sorte acertar um golpe de vitória, quando seu adversário abrir a
guarda. Isso não seria possível, quanto mais ele embrutecesse o coração, mais
seria espancado, até chegar ao décimo round, levando o golpe da morte dos
primogênitos, encerrado a luta.
Com
essa quarta praga inicia-se o segundo ciclo de três juízos. Tais como as três
primeiras pragas, essa também restringiram-se ao Egito.
O
alvo a longa prazo do poder das pragas era levar o Faraó a libertar Israel da
escravidão.
Êxodo
8.21 – Se não deixar ir meu povo – Essa quarta praga veio com aviso
antecipado, Faraó deveria ter entendido que nem ele como se considerando uma
divindade, e nem seus magos teria chance alguma contra o poder de Deus.
Enxame de moscas – A quarta praga
apenas esperava pela reação de Faraó para sobrevir ou não. Ela seria
acompanhada por um sinal especial. O texto menciona que a terra de Gosén, onde
habitava o povo de Israel, não sofreria nenhum ataque das moscas, sem
explicação natural para isso.
A
idéia é que grande enxame de moscas acumular-se-iam tanto no ar, no solo e por
toda parte. A enchente do Nilo provocaria poças de águas estagnadas,
favorecendo a multiplicação dos insetos, aumentando o terror no Egito. A
putrefação das rãs também favorecia o aumento de tal praga. Talvez, fossem
moscas de cão, (musca canina), conhecidas por sua ferroadas dolorosas.
O deus egípcio atacado por essa praga era o
Rá, deus do sol, ou Uatihit, deus das moscas, ou ainda deus Anúbis, que era
adorado sob forma de cão, ou de Kunomia, que significa mosca de cão. Essa praga
faria os egípcios lembrar de seu deus cão.
Rá – Era o deus do sol do Antigo Egito. No
período da quinta Dinastia tornou-se uma das principais divindades,
identificado como “sol do meio-dia” e seu principal culto era na cidade de Heliópoles.
Acreditava-se que era soberano de todas as partes do mundo criado, céu, terra e
o mundo inferior. É associado ao falcão e gavião. Segundo a tradição, todas as
formas teriam sido criadas por Rá, que chamou a existência, pronunciando seu
nomes secretos. Assim, os seres humanos foram criados a partir de suas lágrimas
e de seu suor, então os egípcios são chamados de “Gados de Rá”
Êxodo
8.22 – Terra de Gosén – Nesta texto e também em Êxodo 9.4 e 39 é dito
especificamente que Israel foi poupada dos efeitos das pragas. Cremos que isso
tenha ocorrido quanto as dez pragas. O povo não precisava de mais punição, os
quatrocentos e trinta anos de escravidão era suficiente. Embora não sabemos
porque o autor sacro não tenha mencionado tal informação referente as outras
pragas.
O
Faraó da época de José tinha dado ao povo de Israel aquela região do Egito como
lugar de habitação, conforme lemos em Gênesis 45.10 e 46.28. essa área foi
poupada das pragas, e isso serviu de sinal para Faraó, que algo divino estava
envolvido na questão. A terra de Gosén isenta das pragas, mostraria que só
Yahweh era o verdadeiro e único Deus.
Gosén
– Era uma província ou distrito do Egito, onde Jacó e sua família
estabeleceram-se a convite de José do Egito, e seus descendentes permaneceram
por quatrocentos e trinta anos. A Bíblia porém, não fornece descrições precisas
acerca da extensão e das fronteiras desse território. Indicações gerais, Gosén ficava
no lado leste do rio Nilo, Jacó atravessou para outra margem do rio, e os
israelitas o atravessaram, quando saíram do Egito. Acreditasse que ela fazia
divisa com a Arábia, e não ficava distante dor Mar vermelho. Provavelmente,
ficava no Baixo Egito, ao lado leste do Nilo, próximo a Hierópolis. Ao que
parece os egípcios não davam muita importância a essa região, quanto
valorizavam a outras regiões do Egito, por estarem muito distante dos canais de
irrigação do Nilo. Esse território ampliava-se por cinqüenta e sessenta
quilômetros desde o lago Timsa até as
margens do Rio Nilo. Esse foi o lugar que os israelitas habitaram e
permaneceram até a saída do Egito, e também permaneceram imunes as dez pragas
derramadas por Deus, atingindo apenas os egípcios.
Êxodo
8.23 – Farei distinção entre meu povo e o seu – Deus faria descer uma
rede invisível, sobre a terra de Gosén do resto do Egito. As moscas não poderia
ultrapassar para além da rede.
A
palavra aqui traduzido por distinção, as vezes é traduzida por “redenção”, isso
significa que o favor divino haveria de redimir o povo de Israel de outras
maneiras.
Êxodo
8.24 – Assim fez o Senhor – O que era apenas uma ameaça, agora se
torna uma realidade. Nem todo as pragas foram pré anunciadas.
Moscas e deuses – Nos tempos antigos não havia
inseticidas nem conhecimento capaz de reduzir as moscas, mesmo porque havia
menor atenção dada as medidas de higiene e as sociedades agrícolas. Por isso os
insetos podiam se multiplicar a vontade, assim os deuses acabavam se misturando
com relação as moscas. Baalzebude, era o deus das moscas, Hércules o
exterminador de moscas, Muagrus dos eleanos castigavam as pessoas através das
moscas, Júpiter expelia as moscas, Uatchit era uma divindade egípcia associada
as moscas.
Êxodo
8.25 – Oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra – Ao decorrer
das dez pragas Faraó propõem quatro transigências ao povo de Deus, vejamos: 1.
Podem adorar, mas permaneçam no Egito (Êxodo 8.25) – 2. Vão, mas não se
distanciem do Egito (Êxodo 8.28) – 3. Vão, mas deixem seus filhos e suas
possessões no Egito (Êxodo ) – 10.10 e 11) – 4. Vão, mas deixem seu gado no
Egito, mas podem levar seus filhos.
Se
Moisés tivesse aceito a proposta de Faraó em oferecer sacrifício ao Senhor
dentro do Egito, Yahweh seria então reconhecido como mais um de seus deuses
entre tantos que já adoravam. Os papiros elefantinos mostram que os egípcios,
posteriormente, reagiriam com violência a adoração efetuada por Israel.
Êxodo8.26
– Ofereceríamos
ao Senhor nosso Deus sacrifício abomináveis aos egípcios – Os
sacrifícios de animais eram algo repelente ao olhos dos egípcios. Assim, o
proposto edito de tolerância do Faraó foi um grande passo aos seus olhos,
embora não fosse suficiente, na opinião de Moisés.
Provavelmente,
Faraó teria permitido que Israel exercesse autonomia religiosa em Gosén, mas
não fora do Egito. Somente ali Israel não ofenderia aos egípcios; mas, devemos
supor que em Gosén havia população mista, e a tentativa de apedrejamento
poderia ter lugar.
Os
egípcios consideravam que o boi era um animal sagrado para o deus Ré (Áspis), e
a vaca representava a deusa Hator. Portanto sacrifícios desses animais seriam
considerados blasfêmia.
Os
egípcios tinha fortíssimos tabus contra as práticas do estrangeiros, como se lê
em (Gênesis 43.32).
Apedrejamento ou Lapidação – É uma forma de execução de condenados à morte. Meio de
execução muito antigo, consistente em que os assistentes lancem pedras contra o
réu, até matá-lo. Como pode uma pessoa suportar golpes fortes sem perder a
consciência, a lapidação pode produzir morte muito sofrida e lenta.
No judaísmo, a lei Mosaica expressa nos cinco
primeiros livros tanto da Bíblia Cristã, como a Bíblia Hebraica, apedrejamento
em dezoito situações, vamos a elas: bestialidade cometida por homens,
bestialidade cometida por mulheres, blasfêmia, relações sexuais cometida com
uma virgem comprometida, relações sexuais com enteadas, relações sexuais
cometida com mãe, relações sexuais com madrastas, amaldiçoar os pais, instigar
indivíduos a idolatria, praticar idolatria, instigar comunidades idolatras, necromancia,
sacrificar o filho a Moloch, homossexualismo, pitonismo, rebeldia dos filhos
contra os pais, desprezar o Sabbat e bruxaria.
Êxodo
8.27 – Temos que ir caminho de três dias ao deserto – A exigência do
líderes de Israel foi renovada. Pode-se presumir que a jornada de três dias era
apenas um estratégia, isso daria um bom começo para Israel pudesse escapar
completamente. Pode-se imaginar que sairiam organizados e aramados, formando um
exército para evitar os possíveis ataques dos egípcios.
Antes
a exigência requerida por Moisés tinha sido negado por Faraó. (Êxodo 3.18 e
5.3) – Moisés deveria começar com um pedido pequeno e razoável, uma breve
jornada com propósitos religiosos, que Faraó poderia entender facilmente. Moisés,
todavia não revelou seu real intuito, seus planos a longo prazo; a total
redenção do povo de Israel do exílio no Egito. Alguns supõem que a distância
que Israel percorreria seria grande. O possível argumento usado por Moisés
seria, evitar as objeções dos egípcios ao sacrifício de animais sagrados.
Lemos
em Êxodo 19.1 – Ao sair do Egito, finalmente, Israel foi até o monte Sinai,
essa jornada demorou três meses. Logicamente o povo ia fazendo paradas. Esse
três dias, seria em direção ao Sinai, e não tentar chegar ao monte Horebe, o
monte de Deus.
Êxodo
8.28 – Não vades muito longe – Essa exigência tinha sentido
metafórico. O povo poderia sair para oferecer sacrifício, desde que Faraó
tivesse o controle, e o elo escravo não fosse totalmente quebrado.
É
obvio que Faraó suspeitava de que houvesse uma estratégia de Moisés, queria ter certeza que poderia atirar suas
tropas contra o povo de Israel em fuga, se seus espiões informasse que o povo
estava tentando escapar.
Faraó
sem duvida tinha conhecimento das antigas associações de Israel com a terra de
Canaã, e daí suspeitava que o objetivo de Moisés era levar seu povo de volta
aquela terra.
Metaforicamente
– A igreja permanece no Egito e adota as aspirações, as maneiras e até as
músicas do mundo, ficando assim anulada sua espiritualidade. A idéia é, a
igreja não precisa ser tão espiritual, não é preciso radicalizar demais, em
outras palavras, não há nada de errada em permanecer nas proximidades do Egito.
Orai também por mim – É de se
admirar que Faraó tivesse pedido oração a Moisés, afinal ele tinha diversos
deuses e sacerdotes para interceder em seu favor. Moisés nunca rejeitaria um
pedido desse feitio. As escrituras nos ensina que devemos sempre estar prontos
a orarem favor de outras pessoas, inclusive dos nossos perseguidores. (Lucas 6.
27 e 28 e I Timóteo 2. 1 e 2).
Êxodo
8.29 – Amanhã, estes enxame de moscas se retirarão – Moisés não
confiava em Faraó, e o Faraó não confiava em Moisés, ambos tinham razões para
desconfiar um do outro. Até aquele ponto nada tinha feito Faraó para que
inspirasse confiança, no caso da praga das rãs, ele não tinha cumprido com sua promessa – Êxodo 8.15.
Amanhã – O livramento ocorreria no prazo
determinado, assim como foi com as rãs, ambos os casos o tempo determinado para
cessar as pragas foi “amanhã” – Êxodo 8.9 e 10.
Êxodo
8.30 – Orou ao Senhor – Moisés cumpriu sua parte na barganha, como
representante de Yahweh, rogou ao poder divino para que cancelasse a terrível
praga das moscas. Moisés podia prometer o fim das moscas naquela data
determinada porque, era munido de autoridade, e não por causa de quem ele era,
mas por haver recebido uma comissão e uma missão divina, e sabia que Deus seria
favorável e responderia sua oração. Podemos traçar um paralelo com o ato
profético de Elias e de Jesus.
I
Reis 18.36 e 37 – “... o profeta Elias
disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, e que eu sou teu servo
e que, segundo a tua palavra, fiz todas essas coisas. Responde-me, Senhor,
responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti
fizeste retroceder o coração deles”
João
11. 41 e 42 – “... Pai, graças te dou
porque me ouvistes. Alias, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por
causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviastes”
Êxodo
– E
fez conforme as palavras de Moisés – A resposta de Deus foi naturalmente
positiva, e ouve u m notável milagre de remoção, tal como antes houvera um
notável milagre de multiplicação de moscas, por intervenção divina. Elas
vieram, e se foram através da palavra de Deus, porque ali estava manifesto a
Sua glória.
As
Sagradas Escrituras diz no livro do Apóstolo Tiago 5.16b – “... muito pode, por sua eficácia a súplica
de um justo”, assim tanto a oração de Moisés, como a de Elias e como a de
Jesus foram atendidas, aquele que é justificado pelo sangue de Jesus, também
terão suas orações atendidas. Assim as moscas foram embora, o fogo caiu do céu
e a morte não pode prevalecer diante do poder da vida.
I
Reais 18. 38 – “Então caiu fogo do
Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra e ainda
lambeu toda água que estava no rego”
João
11. 44 – “Saiu aquele que estivera morto,
tendo os pés e as mãos ligados co atadura, e o rosto envolto num lençol. Então
lhe ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir”
Êxodo
– 8.32 – Mas ainda esta vez endureceu Faraó o coração – Algumas vezes
lemos que ele meso endureceu o coração, outras lemos que o Senhor endureceu o
coração de Faraó. Assim, a vontade divina e a vontade humana cooperam uma com a
outra. Deus usa o livre arbítrio humano, sem destruí-lo, embora não saibamos
como explicar isso.
Paradoxalmente,
o coração de Faraó, por parte de Deus, era exercício do livre arbítrio humano.
Por isso Faraó quebrou mais uma vez sua promessa, prevalecendo novamente sua
estupidez. Seu embotamento espiritual era refletido em sua falha moral,
mediante o orgulho e ambição
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